Eu sou do tempo que a sigla que representa a diversidade era composta apenas por três letras, GLS, que signficava Gay, Lésbica e Simpatizante. Com o tempo essa sigla inverteu a ordem dos dois primeiros signos para dar mais visibilidade às mulheres e cresceu. Hoje a forma adequada, até que não ocorra nenhuma alteração, é LGBTQIA+.
Trata-se de um movimento político e social que defende a diversidade e busca mais representatividade e direitos a população que se encaixa nessas letrinhas. Cada uma representa um grupo de pessoas. Vamos a elas.
L = Lésbicas. São mulheres que sentem atração afetiva/sexual pelo mesmo gênero, ou seja, por outras mulheres. (foto: Adriana Calcanhoto, Marina Lima e Alessandra Maestrini).
G = Gays. São homens que sentem atração afetiva/sexual pelo mesmo gênero, ou seja, por outros homens. (Foto: Marcelo Augusto, Nico Puig e Luiz Fernando Guimarães).
B = Bissexuais. Diz respeito aos homens e mulheres que sentem atração afetivo/sexual pelos gêneros masculino e feminino. Ou seja, um homem pode se sentir atraído por outro homem ou por uma mulher, e da mesma forma, uma mulher pode se sentir atraída por outra mulher ou por um homem. (Foto: Aline Wirley, Jason Mraz e Camila Pitanga).
A bissexualidade não tem relação direta com poligamia, promiscuidade, infidelidade ou comportamento sexual inseguro. Esses comportamentos independem de identidade de gênero ou orientação sexual.
T = Transgênero. Diferentemente das letras anteriores, o T não se refere a uma orientação sexual, mas a identidade de gênero. Ou seja, uma pessoa que nasceu com o sexo biológico masculino, mas se identifica como mulher, ou uma pessoa que nasceu com o sexo biológico feminino, mas se identifica como homem. (Foto: Luisa Marilac, Rogéria, Nick Tutorials).
Essas pessoas também podem ser chamadas de “trans” e, para tanto, não precisam necessariamente passar pela cirurgia de redesignação sexual, ou seja, uma mulher trans pode manter durante toda a sua vida o seu órgão genital masculino e, da mesma forma, um homem trans pode preservar durante toda a sua vida o seu órgão genital feminino. Além dessas pessoas, aquelas que se identificam como não-binária, que se compreende além da divisão “homem e mulher”, também entram nessa sigla.
Q = Queer. Esse é o termo que gera mais confusão e dúvida. As pessoas que se identificam como Queer são aquelas que não querem ser etiquetadas como adeptas de uma coisa ou outra. Não são heterossexuais, tão pouco homossexuais, são apenas individuos que querem ser livres para gostar de outros, independente se esses que lhe atraem são hétero, gay, bi, trans... (Foto: Tico Santa Cruz, Rainer Cadete, Reynaldo Gianecchini).
Queer não tem nada a ver com drag queen. Queer é uma orientação sexual e drag queen é uma arte. Queer é o que uma pessoa é, e drag queen é o que uma pessoa faz. Qualquer indivíduo pode ser drag queen, hetero ou homo, homem ou mulher, trans ou cisgênero.
I = Intersexo. Antigamente chamada de hermafrodita, a pessoa intersexo está entre o feminino e o masculino, as suas combinações biológicas e desenvolvimento corporal – cromossomos, genitais, hormônios, etc – não se enquadram na norma binária (masculino ou feminino), ela pode ter os dois genitais (pênis e vagina) simultaneamente.
A = Assexual. Assexuais não sentem atração sexual por outras pessoas, independente do gênero. Existem diferentes níveis de assexualidade e é comum essas pessoas não verem as relações sexuais humanas como prioridade.
Pronto, agora você já sabe o que significa cada letrinha da sigla, mas observe que existe um sinal de adição no final. Pois bem, o símbolo + serve para incluir outras identidades de gênero e orientações sexuais que não se encaixam no padrão cis-heteronormativo, mas que não aparecem em destaque como:
Curioso - O que não tem dúvida de sua orientação sexual ou identidade de gênero, mas quer experimentar outra coisa.
Aliados - Familiares e amigos que se consideram parte da comunidade.
Pansexuais - Similar ao queer.
Polissexuais - Que sente atração por vários gêneros, mas não todos.
2-espíritos - É uma identidade indígena norte-americana, bastante antiga, que não possui o padrão de gênero da sociedade como homem e mulher. Eles acreditam ter nascido com espíritos masculino e feminino dentro deles.
Kink - Fetichistas.
Isso demonstra que o ser humano é muito mais complexo do que dita a norma padrão que ainda impera na sociedade, e é de extrema importância conhecer o signifcado dessas siglas para desenvolver o respeito pelo próximo. Talvez, muitos dos que já se entendem como héteros ou gays ainda sofrem alguma inquietude porque pertencem a algum desses grupos sem se darem conta. Quando damos nomes às coisas, é mais fácil identificá-las, e quando nos identificamos somos mais felizes.
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