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Caravana das Drags

No dia 14 de abril de 2023, a Prime Vídeos liberou os três primeiros episódios do reality Caravana das Drags. A série tinha sido gravada em 2022, mas a produção é ainda mais antiga. Em 2021, virou burburinho na internet a falsa notícia de que Xuxa apresentaria a versão brasileira de Drag Race, a competição de drag queens comandada por Rupaul nos Estados Unidos. Tudo não passou de um telefone sem fio, porque o projeto já era a caravana.

A apresentadora revelou que a atração era um sonho antigo, e que já havia apresentado o projeto na TV Globo, mas foi recusado. Então, ao receber o convite da Producing Partners não penseou duas vezes e abraçou a ideia de imediato. Ikaro Kadoshi já era a opção de parceria da rainha dos baixinhos mesmo antes dela saber que ele já tinha sido convidado também. Ambos toparam viajar pelo Brasil em um ônibus para conhecer várias drag queens pelo país bem no estilo Priscila a Rainha do Deserto, mas inevitavelmente editado no formato de Rupaul Drag Race.

No segundo episódio, como todo artista performista de drag queen, Xuxa precisava de um nome artístico e foi oficialmente batizada de Morgana Sayonara, uma homenagem a sua mãe, já que esse seria o nome que ela lhe daria se não tivesse passado por uma gestação de risco. Maria da Graça só foi escolhido como o cumprimento de uma promessa caso não houvesse nenhuma complicação na hora do parto.

A Caravana das Drags acompanhou dez drag queens por 8 estados brasileiros que disputaram o prêmio de R$ 150 mil, além do título de Drag Soberana. As participantes enfrentaram diferentes desafios inspirados nas tradições culturais de cada cidade por onde passaram. A competição ainda teve um grupo de jurados composto pelas apresentadoras e convidados especiais, além de um rapaz diferente em cada cidade denomidado Rodoboy Magia que conduzia as sobreviventes de cada episódio até o ônibus-caravana nomeado Vera Busão, pelas participantes, em homenagem a icônica Vera Verão.

No primeiro episódio estiveram presentes como convidados Alexia Twister e Nicole Bahls. No segundo, Mateus Carrilho, Rodrigo Gorky e Ingrid Guimarães. No terceiroRonaldo Fraga e Lellê. No quartoBibiu, Puma Camillê e Daniela Mercury. No quinto, Penelopy Jean e Juliette. No sexto, Bráulio Bessa e Fabiana Karla. No sétimo, Rita Von Hunty e Lázaro Ramos. No nono, na grande final, Fafá de Belém e Gretchen.

Por ordem dos episódios, os Rodoboys Magias foram Diogo, Adriano, Leidson, Alan, Gledison, Diego e João.

Em cada episódio foi eleita e a vencedora do mini desafio denomidado Close, que conquistou algum tipo de vantagem no episódio. No grande desafio, a vencedora denominada Soberana da Noite recebeu R$5.000 e teve a vaga garantida para o próximo episódio. E desse grande desafio, uma das concorrentes foi eliminada até que restaram as finalistas, das quais a grande vencedora nominada Soberana da Caravana levou o prêmio maior.

Veja a lista das participantes, por ordem: DesiRée Beck, Frimes, Gaia do Brasil, Ravena Creole, Hellena Borgys, Chandelly Kidman, Enme, Robytt Moon, Morgana Morgante e Slovakia.

Já no primeiro episódio realizado no Rio de Janeiro, Gaia do Brasil foi a vencedora do Close, Chandelly Kidman nomeada a soberana da noite, e Slovakia elimada na prova do bate cabelo.

No segundo episódio realizado em Goiânia, Chandelly Kidman foi a vencedora do Close, DesiRée Beck nomeada a soberana da noite, e Morgana Morgante eliminada na prova do standup comedy.

No terceiro episódio realizado em Diamantina, Hellena Borgys foi a vencedora do Close e também nomeada a soberana da noite. Todas foram salvas na prova do talento único, pois não houve eliminação.

No quarto episódio realizado em Salvador, o grupo formado por Ravena Creole, Gaia do Brasil, DesiRée Beck e Enme foi o vencedor do Close. Frimes nomeada a soberana da noite, e Robytt Moon eliminada na prova do lip synk dramático.

No quinto episódio realizado em Recife, Hellena Borgys foi a vencedora do Close, DesiRée Beck nomeada a soberana da noite, e Emme eliminada na prova do lip synk caricato.

No sexto episódio realizado em Fortaleza, Chandelly Kidman foi a vencedora do Close, Frimes nomeada a soberana da noite, e Ravena Creole eliminada na prova da coreografia em dupla. No mesmo episódio Chandelly Kidman foi expulsa da competição por constantemente apropriar-se de culturas locais em seu figurino.

No sétimo episódio realizado em São Luis, DesiRée Beck foi a vencedora do Close e conseguiu a primeira vaga para a grande final. Hellena Borgys nomeada a soberana da noite, Gaya do Brasil e Frimes foram salvas na prova Impersonator, em que tiveram que fazer cover de um famoso, e não houve eliminação.

O oitavo episódio foi a reunião de todas as participantes.

No nono episódio, a grande final, as quatro finalistas gravaram um vídeo clipe e puderam escolher o tema de suas últimas apresentações. Frime optou por drama e ficou em quarto lugar,  DesiRée Beck por vedete e conquistou o terceiro lugar, Gaya do Brasil conquistou o segundo lugar com brasilidade, Hellena Borgys escolheu lip sync e foi nomeada a grande soberanda da Caravana, mesmo tendo participado do show de forma online, já que tinha testado positivo para o Covid19.

Reality Show que você não sabia que existia.

Como o Big Brother fez muito sucesso em vários países, outras empresas resolveram criar os seus reality shows também, o problema é que todos tinham meio que a mesma cara. Haviam pequenas alterações, mas no fundo a base era a mesma. Relembre agora, ou conheça, três reality shows que já passaram em nossa TV.

Marcio Garcia, Sergio Mallandro e Evandro Mesquita. png.

Sem Saída.

Em 2004 a Record estreou o Sem Saída comandado por Marcio Garcia. O programa era uma versão do reality show Captive criado pela FOX e exibido na Nova Zelândia que combinava o confinamento tão característico do momento como no Big Brother, Casa dos Artistas, e outros genéricos, com elementos de game show.

Cinco pessoas eram confinadas em um estúdio sem janelas e sem paredes, com exceção do banheiro que era privativo, e com apenas quatro camas. Esse espaço era chamado de cativeiro e os participantes recebiam visitas, além de precisar fazer uma prova física a cada dia para conseguir o material de estudo que seria de grande valia para um quiz no final de casa episódio.

Cada participante entrava no programa com um bônus de dois mil reais e durante o quiz a cada resposta certa tinha o direito de roubar parte do dinheiro de algum concorrente, mas se errasse perdia parte do próprio saldo. No final de todas as rodadas o vencedor deveria decidir se sairia do programa com o montante acumulado ou se permaneceria no jogo em busca de um prêmio maior. Ou seja, não havia limites no prêmio, mas também ninguém chegaria a um milhão, embora pudessem também conqusitar outros prêmios como aparelhos de televisor e automóveis, além do dinheiro. O que menos pontuasse não tinha alternativa se não deixar o programa e ele era substituído por outro no dia seguinte.

Para a FOX o programa era um teste para lançar o formato em outros países, da América e então os diretores acompanharam todo o processo de pré-produção da versão brasileira que tinha entre 5 a 10 pontos de audiência contra a novela Senhora do Destino na Globo, ou seja, tinha um bom índice de audiência. Mas acabou no mesmo ano e nunca mais voltou.

Tá Na Mão.

Também em 2004 a Band resolveu apostar nos reality shows e lançou o Tá Na Mão, uma atração que tinha sido sucesso no Chile e na República Dominicana, mas no Brasil passou desapercebido.

O programa foi apresentador por Otávio Mesquita e consistia em uma prova de resistência de 15 participantes que lutavam por um carro 0 Km avaliado em mais de R$ 50 mil. Tudo o que tinham que fazer era manter uma das mãos apoiadas no automóvel. Cada participante poderia ter um ajudante e tinha o direito de tirar a mão do carro a cada 2 horas por 10 minutos. As refeições eram servidas a cada 6 horas.

O apresentador até se esforçou para deixar a atração mais interessante, ele disse que não viu os participantes antes da estreia do programa porque queria ter a mesma sensação do telespectador ao conhecê-los, mas apesar de tudo não vingou.

Casa dos Desesperados.

Na virada da década de 90 para 2000 os programas de TV apelavam para atrações bizarras. O Ratinho era o líder das baixarias, o Gugu soube também como explorar o sensacionalismo em seu programa e até o Faustão se submeteu a algumas coisas do gênero para recuperar o público perdido. E o Sergio Mallandro quando deixou de fazer programas infantis aderiu ao método.

Em 2002 ele apresentou a Festa do Mallandro na TV Gazeta apresentado pegadinhas, cantores e exibindo um grupo de dançarinas em trajes muito sensuais, das quais Lívia Andrade fez parte. O apresentador conseguiu a proeza de alçar a emissora ao primeiro lugar no IBOPE em algumas ocasiões e como o reality show Big Brother Brasil e Casa dos Artistas estavam em alta, resolveu colocar uma sátira no ar como um quadro de seu programa chamada de A Casa Dos Desesperados.

Dez pessoas de perfis muito diferente eram confinadas em uma pequena kitinete para disputar o prêmio de mil reais e uma cesta básica. Em uma época onde não existia o politicamente correto, filtros também eram ignorados totalmente. Tamanho foi o burburinho da atração que o reality foi vendido em DVD.

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Túnel do tempo

Veja o que aniversariou em 2021, e quantos anos completou.

Em maio de 2021, completou 30 anos da estreia do jornalístico Aqui Agora, do SBT.

Em junho, o Xou da Xuxa chegou aos seus 35 anos.

Em julho, 25 anos de Wanabee, o primeiro single das Spice Girls.

Em julho, a novela Vamp completou 30 anos.

Em julho, o programa Sabadão Sertanejo, do SBT, chegou aos seus 30 anos.

Em setembro, foi a vez do Angel Mix completar 25 anos.

Em setembro, Glub Glub, da TV Cultura completou 30 anos.

Em outubro, o icônico reality Casa dos Artistas, do SBT, completou 20 anos.

Em novembro, foi a vez do álbum Laundry Service de Shakira, a que lhe apresentou da América Latina para o mundo, completar 20 anos.

E em dezembro, completou 20 anos do filme Xuxa e os Duendes.

Casa dos Artistas

A primeira edição do Big Brother foi ao ar em 1999, na Holanda. O programa foi idealizado por John de Mol e caiu no gosto do público rapidamente e já começou a ser distribuído internacionalmente. No Brasil o programa só estreou em 2002, a Rede Globo comprou os direitos de exibição e estava se preparando para colocar o reality show no ar e aí aconteceu o inesperado. Silvio Santos copiou a ideia e lançou um genérico antes, a Casa dos Artistas, que está completando 20 anos.

Um detalhe interessante desse golpe de mestre do Silvio Santos, é que o formato original do Big Brother quase foi parar no SBT. O homem do baú enviou um representante à Holanda para negociar os direitos do programa, mas desistiu de comprar e utilizou as informações que já tinha em mãos para criar a Casa dos Artistas.

Silvio Santos alugou uma casa ao lado da sua, onde em um mês montou toda a estrutura do reality, e contratou o elenco uma semana antes da estreia, que eram: Bárbara Paz, Supla, Mari Alexandre, Patrícia Coelho, Alexandre Frota, Mateus Carrieri, Taiguara Nazareth, Nana Gouvêa, Núbia Óliiver, Marco Mastronelli, Leandro Lehart e Alessandra Scatena. O programa estreou sem que ninguém soubesse do que se tratava, mesmo os artistas convidados não tinham ideia do que seria, e as chamadas começaram a ser veiculadas no mesmo dia da estreia.

Na noite do domingo do dia 28 de outubro de 2001, Silvio recebeu os participantes em seu programa, onde abriu as malas, fez brincadeiras, e os enviou para o confinamento. O vencedor deveria receber 300 mil reais no final daquela temporada.

O Alexandre Frota que era o mais polêmico da casa, desistiu da competição e abandonou o jogo, mas Silvio o colocou de volta e é claro que ele aceitou depois de ter conhecimento de toda a repercussão do reality.

Para a eliminação dos integrantes, os próprios votavam entre si e o apresentador atendia ligações dos telespectadores, ao vivo, para saber quem dos dois com mais votos deveria deixar a casa.

A Casa dos Artistas teve direção de Rodrigo Carelli, o mesmo que dirige A Fazenda na Record, hoje em dia, e ganhou do Fantástico na audiência. Foi a primeira vez na história que uma emissora ficou a frente da Globo no horário. Mas, não correu tudo tão bem assim o tempo todo, pois o vizinho do Silvio Santos processou o apresentador por ter usado uma casa residencial com fins comerciais. Depois a Globo entrou com um processo por plágio, porque a emissora tinha comprado o Big Brother e estava se preparando para a estreia, que aconteceu em janeiro de 2002. Em decorrência desse processo, no dia 31 de outubro o programa foi tirado do ar.

No dia que não pode exibir o reality, o SBT deixou um comunicado na tela dizendo que a Globo estava impedindo o programa de ir ao ar. Enquanto Silvio Santos se defendia dizendo que a proibição não fazia sentido, pois se cada atração televisiva tivesse que ser distinto um do outro, só poderia existir um programa de auditório.

O final foi exibido no dia 16 de dezembro de 2001, e teve a Barbara Paz como vencedora. Nesse dia o programa rendeu a maior audiência da história do SBT, com média de 47 pontos e picos de 55, contra 18 pontos da Rede Globo.

Com esse baita sucesso, é óbvio que Silvio Santos não ia perder a oportunidade de fazer a edição 2. Como todo mundo já sabia que o reality era uma ótima vitrine, ele não teve problemas em montar o segundo elenco. Assim, no dia 17 de fevereiro de 2002, entrou no ar a segunda temporada da Casa dos Artistas com Suzana Alves e a Joana Prado que eram a sensação do momento como Tiazinha e Feiticeira.

Além delas estavam, Ellen Roche que até então tinha sido dubladora do programa Qual é a Música e foi a vice campeã, O Mario Velloso irmão do Felipe Dylon, André Gonçalves, Gustavo Mendonça, Ricardo Macchi, Syang, Vítor Belfort, Cynthia Benini, Analice Nicolau, Mariana Kupfer, Carola Scarpa, Xis, Lulo Scroback e Rafael Vanucci que venceu o programa.

A final foi exibida no dia 19 de maio de 2002. Mas como o Silvio Santos não tem muito filtro e explora tudo o que pode até a última gota quando dá certo, no mesmo ano, em 3 de março, estreou a edição 3.

Nesse ano, em 2002, foi quando estreou o Big Brother Brasil e teve duas edições também, além do Fama que mostrava parte do dia a dia dos participantes em uma casa onde recebiam aulas de interpretação para subir ao palco no dia da eliminação, então meio que saturou de reality shows de confinamento e essa edição já não alcançou a mesma repercussão que as anteriores. Houve, inclusive uma alteração no formato, dessa vez cada participante levava um fã para competir. Sérgio Paiva, fã da personal trainer Solange Frazão, embolsou 400 mil reais na final  que foi ao ar no dia 28 de julho. Mais tarde, ele se tornou apresentador do programa de esporte da TV Correiro, afiliada da Record na Paraíba.

Além deles participaram, Luiza Ambiel e seu fã Bernardo Romero, Jorge Pontual e sua fã Flávia Cavalcanti, Agnaldo Timóteo e sua fã Silvana Santos, Flávio Mendonça e sua fã Adriane Garcia, Carola Scarpa e seu fã Marcelo Mathias.

Depois disso Silvio Santos deu um tempo no programa, mas o trouxe de volta em 2004. A quarta edição estreou no dia 15 de agosto e teve sua final exibida em 17 de outubro do mesmo ano. Mas já não era o mesmo programa, tratava-se de outro formato que só tinha o mesmo nome.

14 aspirantes à atores ficaram confinados na Casa que virou uma escola de dramaturgia. Eles receberam aulas de interpretação, canto e dança e foram testados por grandes nomes da teledramaturgia Brasileira. O objetivo do programa era encontrar um protagonista para uma telenovela do SBT. Carol Hubner acabou sendo escalada para um papel pequeno na novela Esmeralda, junto com outros dois colegas de confinamento, Cyda e Pedro.

Alexandre e Leandro atuaram juntos, no ano seguinte, na novela Cristal, e Eduardo atuou na novela Maria Esperança. Já Paola Rodrigues foi aproveitada no humorístico A Praça É Nossa. Ou seja, quase todo mundo ganhou.

Curiosidades.

O programa Casa dos Artistas rendeu álbuns musicais e foi vendido em vídeos, DVD e VHS.

Em março de 2015, o Superior Tribunal de Justiça considerou o programa como plágio do Big Brother e condenou o SBT a pagar uma multa em torno de R$ 18 milhões.

Vários participantes posaram nus antes ou depois do programa. Da primeira edição, Bárbara Paz, Mari Alexandre, Nana Gouvêa e Alessandra Scatena posaram para a revista Playboy. Núbia Óliver posou para a Sexy. Marco Mastronelli, Mateus Carrieri e Alexandre Frota posaram para a G Magazine. Aliás, Mateus e Frota posaram quatro vezes cada um e ainda fizeram filmes pornôs.

Da segunda edição, Ellen Roche, Syang, Mariana Kupfer, Suzana Alves e Joana Prado posaram para a Playboy. Joana Prado fez fotos pelada dentro da casa do programa. Analice Nicolau posou para a Sexy e Rafael Vanucci posou para a G Magazine.

Da terceira edição, Solange Frazão e Luiza Ambiel posaram para a Playboy e Marcelo Mathias posou para a G Magazine.

Da quarta edição, Paola Rodrigues e Liz Vargas posaram para a Playboy. Alle Manas e Leandro Marinho posaram para a G Magazine. E a transexual Bianca Soares fez filmes pornôs, inclusive em cenas com Alexandre Frota.

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RuPaul Drag Race - Como é o programa

Desde que Xuxa foi anunciada como a possível apresentadora da versão brasileira do reality RuPaul Drag Race, muita gente se posicionou na internet, algumas pessoas contra e outras a favor. Então para que você que nem sabe muito bem do que se trata esse programa e porquê todo esse burburinho, eu vou te explicar sem spoiler. Ou seja, se você está assistindo a série ou pretende assistir, não vou revelar nada comprometedor.

Passando rapidamente pela biografia de RuPaul, o seu nome completo é RuPaul Andre Charles, ele nasceu no dia 17 de novembro de 1960, em San Diego, California, nos Estados Unidos. Desde jovenziho está envolvido com o entretenimento e o mundo drag. Estudou artes cenicas, tornou-se bailarino, cantor, produtor de cinema de baixo orçamento, ator. Fez programas de rádio, de TV e foi garoto propaganda de algumas marcas.

Há alguns bons anos ele tem como fiel companheira a sua amiga Michelle Visage, com quem já dividiu algumas produções, RuPaul é muito conhecido na cena drag dos Estados Unidos. Em 2009, estreou o programa que viria a ser o seu maior êxito, o RuPaul Drag Race que se trata de uma competição para eleger a nova rainha das Drag Queens dos Estados Unidos.

Na primeira temporada foram nove rapazes, todos residentes naturais dos Estados Unidos e Porto Rico, que disputarama a coroa ao longo de nove episódios. Com o passar dos anos o programa foi ganhando mais episódios, mais competidores e mais investimento também. Inclusive o prêmio aumentou significativamente. Na primeira temporada o vencedor recebia algo em torno de 20 mil dólares, depois aumentou para 75 mil e chegou aos 100 mil, além de um contrato de um ano com um pratrocinador que leva a drag em uma tour mundial para representar a marca.

O programa foi crescendo exponencialmente e com o tempo passou a ter mais investidores, mais inscritos, mais provas, mais participação de famosos... Ou seja, dá para perceber porque o próprio RuPaul, dono da franquia, aprovou a Xuxa como apresentadora da versão brasileira? É porque ela é do tamanho que esse programa se tornou nos Estados Unidos.

Drag Race passou a ser reproduzido em vários países, como Canadá, Países Baixos, Espanha, Austrália e Inglaterra onde a própria RuPaul apresenta o reality. Nos outros países são selecionados alguns nomes de relevância, como na Espanha onde o apresentador é drag queen local, e no Canadá é uma drag que passou pelo programa original.

O programa consiste no seguinte: em cada episódio os participantes trabalham todos juntos dentro de uma espécie de camarim com oficina, onde eles têm mesas, cadeiras, máquinas de costura, armários e espelhos, e precisam cumprir um pequeno desafio nesse ambiente, e se preparar para um grande desafio pelo qual serão julgados mais tarde.

O vencedor do pequeno desafio, além de um prêmio que recebe, fica encarregado de montar um grupo, o qual vai liderar para o grande desafio que pode ser atuar em um cena de filme, um musical... geralmente é alguma coisa a ver com atuação. Em alguns casos, principalmente mais próximo da final, eles precisam atuar de forma individual, como construir um figurino sugerido pelo apresentador com materiais alternativos, já teve de lixo, livro, bolsas, papel, cortina...

Ainda tem o Snach Game, que é um quadro em que eles têm que imitar um famoso num quiz, e outro desafio bem esperado pelos fãs é o RuPaul Roast, onde os participantes fazem piadas dos companheiros e de um famoso apresentando-se com uma plateia ao vivo. Ambos os quadros exige muito jogo de cintura e um bom senso de humor.

Outro desafio dos competidores é transformar em drag queens uma pessoa que  não tem nada a ver com o meio. Já passaram pelo programa esportistas, militares, maridos com suas esposas, anãs...

Cada episódio termina com um desfile temático que é quando os rapazes serão julgados pelas suas atuações, pelo figurino, maquiagem, pelo desafio da semana... e então, uma das drags será eleita a melhor da semana e levará um bom prêmio, e as duas piores terão que disputar para continuar no programa através de um lip syng, ou seja, dublar uma canção.

A drag que fizer a melhor interpretação ouve, de RuPaul, shantei you stay, algo como ótimo, fabuloso, você fica. E a outra, depois de um discurso de incentivo e agradecimento pela sua participação ouve, sashei away, isto é, desfile até a saída.

Geralmente antes de dispensar a drag que perdeu no lip syng, RuPaul diz algumas palavras confortantes, de incentivo. Em algumas ocasiões ela aprovou as duas, ou seja, não houve eliminação. Mas já rolou expulsão de uma competidora e também de a apresentadora não gostar da performance de nenhuma e dispensar as duas. Nesse caso é mais impactante, porque não tem discurso, ela simplesmente diz que nem uma mostrou o que ela queira ver e ambas irão para casa.

Desde essa fase de eliminatória em cada episódio, até a final, RuPaul conta com a opinião de seus assistentes, que geralmente são três fixos na bancada, dentre eles uma é Michelle Visage, uma mulher cisgênero, os outros são dois homens gays. Além deles, pelo menos um convidado integra o juri a cada episódio que pode ser um homem ou uma mulher, gay ou hétero. Já passaram pela bancada, o Adam Lambert, a Lady Gaga, a Ariana Grande e a Demi Lovato, entre outros tantos. Mas, a decisão de quem vai disputar o lip sing, que vai continuar no programa e até quem vai receber a coroa na grande final, é de RuPaul.

Já na versão espanhola, o apresentador não tem todo esse poder, ele junta os votos dos jurados, ou seja, é apenas um porta voz do juri que acompanhou aquele episódio. Acredito que com a Xuxa será da mesma forma e é essa é a razão de eu ter ficado super feliz com a indicação dela para comandar a atração e apoiar a decisão da RuPaul. Além de muita visibilidade que ela pode trazer ao programa, inclusive patrocínio, a apresentadora tem uma grande identificação com a comunidade LGBTQUIA+, pois, faz tempo que ela defende a causa gay e demonstra sua paixão pelas drags, inclusive já se montou.

Mas apesar do nome de peso da Xuxa e, inclusive, de RuPaul, as estrela do programa são as drags. Anônimos e famosos que assistem o programa querem ver quem ficará até a final e quem receberá a coroa.

Uma das queixas de quem não aceita Xuxa como apresentadora, é que ela desconhece o histórico das drag queens. Eu digo que ela pode estudar, mas tendo assistido o programa original, eu vejo que isso é de menos porque toda a parte da militância, da auto superação, dos desafios, dos dramas, dos frutos colhidos pela arte, fica a cargo dos competidores. Eles são os que mais aparecem. Além disso, assim como RuPaul tem o auxilio de três pessoas e a sua melhor amiga, companheira de bancada é uma mulher, Xuxa com certeza terá o auxílio de pessoas bem preparadas para julgar os participantes e poderá ter o auxílio fixo de pelo menos uma drag queen.

Outra queixa, é o fato de Xuxa é mulher branca e cisgênero. Pois, desde que estreou o RuPaul Drag Race, alguns rapazes se reveleram transgênero. Houve um caso em que a participante disse só no último episódio que ela se identificou como mulher no decorrer do programa, em outra temporada a menina se revelou com a competição em andamento e teve um caso em que uma participante só transicionou depois que já tinha acabado a temporada em que ela participou. Na edição 13 um dos concursantes foi um menino trans, e para a nova temporada de Drag Race da Inglaterra foi anunciada a participação de uma mulher cisgênero. Ou seja, drag queen não tem a ver com sexo ou sexualidade, é uma expressão artística.

Para finalizar, embora esse programa pareça futil, só mais um entre os tantos reality shows que já existem na TV, ele é muito divertido e tem dado muita lição de vida e aproximado muitas famílias. Vários rapazes que tinham sido expulsos de casa foram acolhidos novamente, muitos sofreram todo tipo de rejeição e o programa serviu como terapia para eles e como inclusão social para todos. Muitos foram vistos como modelo para muitos jovens se resolverem na vida de uma forma positiva.

Ou seja, Drag Race, apesar de todas as críticas que já recebeu, já salvou muitas vidas.

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