Alguns detalhes das novelas que existiam até meados da década de 90, deixavam a forma de ver TV mais gostosa. Eu vou te relembrar de algumas coisas que foram deixadas para trás, ou te contar como era, caso você tenha chegado na Terra só por volta do ano 2000.
As novelas que passavam
nos anos 80 tinham uma coisa especial que pareciam ser melhores do que as de
hoje em dia e talvez seja por alguns detalhes que foram alterados ao longo dos
anos, como por exemplo as cenas externas que eram gravadas na cidade real onde
se passava a trama, isso dava mais veracidade ao folhetim porque depois que as
emissoras começaram a usar cidades cenográficas todas as produções televisivas ficaram
meio parecidas.
Até porque a
Globo, que é a maior produtora de novelas, utiliza a mesma estrutura de uma
cidade cenográfica para construir outra. Quando acaba uma obra eles
fazem algumas adaptações na infraestrutura para rodar outra trama no mesmo local, mas a
natureza ao redor não é alterada e nem sempre pode ser escondida, então,
não importa em que região do país, ou do mundo, ou em que época se passa a
história, lá estão as montanhas verdes ao fundo.
E um detalhe que
ainda hoje marca muito uma novela é a vinheta de abertura. Aquele curto filme
que dura mais ou menos um minuto, e a sua trilha sonora, contribuem muito para
fazer a trama ser inesquecível. E com a tecnologia mais avançada de hoje em
dia, esse detalhe também nem sempre recebe muita atenção dos diretores. Quando
as emissoras tinham menos recursos, a criatividade imperava e nada,
absolutamente nada, substitui o humano.
As vinhetas de
Rainha da Sucata, Sassaricando, Top Model, Vamp... são alguns exemplos de
verdadeiras obras de arte que foram produzidas para a TV.
Obviamente aconteceram muitas melhoras nas gravações ao longo do tempo, a captação de som e os roteiros e textos melhororam muito.
E fora essa
questão de cenografia e texto, outra alteração que foi acontecendo
gradativamente é o papel da vinheta e da trilha sonora na trama. Por longos
anos, enquanto o vinil, fitas K7 e CD dominavam o mercado musical, a
Globo lucrava muito com os discos das novelas. Todo cantor que tinha
uma de suas canções em algum folhetim ganhava projeção nacional imediatamente.
Mas, muitas vezes os diretores, ou os autores, encomendavam músicas para aqueles que já estavam fazendo sucesso.
Em relação a vinheta de abertura, suaa relação com a novela já mudou bastante.
Até meados da década de 90 costumava ser exibida logo no início do primeiro bloco. Antes era reapresentada o último trecho do capítulo anterior até exatamente onde foi cortado para deixar o desfecho do mesmo para o dia seguinte. Ou seja, na última cena havia um corte, geralmente em um momento de suspense para deixar o telespectador apreensivo e curioso para saber o que ia acontecer no próximo capítulo e, então, entrava a vinheta com os créditos, e geralmente só a metade.
Sempre houve uma vinheta no final de cada bloco para os comerciais com a legenda: Estamos apresentando. E outra no começo do bloco seguinte na volta dos comerciais com a legenda: Voltamos a apresentar. Quase sempre essas vinhetas eram pedacinhos da principal, mas as vezes eram produzidas somente para isso. No entanto, a música era mais comum que utilizassem outra no lugar da oficial da abertura.
A novela Vamp, por
exemplo, tinha como tema de abertura a música Noite Preta, de Vange Leonel, e o
instrumental das vinhetas de fim e começo de bloco era da música Grunhir do
Orlando Morais.
E também, cada dia a emissora exibia o número do capítulo da
novela. Isso perdurou até meados da década de 90.
As novelas
costumavam apresentar um bloco chamado cenas do próximo capítulo onde mostravam
um pouco do que ia acontecer no dia seguinte. Então, a última cena chegava
no seu ápice, era cortada, e a vinheta que vinha a seguir era diferente, era exclusiva
para anunciar que depois do intervalo comercial ainda seriam exibidas algumas
cenas do que estava por vir com a seguinte legenda: A seguir, cenas do próximo
capítulo. E diferente do final de cada bloco, essa vinheta não mostrava o nome
da novela.
Esse bloco tinha
por alguns segundos o áudio da primeira cena, e em seguida ficava sem som enquanto
tocava uma das músicas da trilha da novela. Ou seja, esse bloco servia basicamente para divulgar as músicas do disco, mas servia também para instigar o telespectador a
não perder o capítulo seguinte.
Em 1993, esse
bloco foi eliminado, então, as músicas da trilha sonora passaram a tocar
durante a vinheta do encerramento. A diferença é que quando havia o bloco
das cenas dava para ouvir boa parte da música, e depois passou a ser só durante
alguns segundos enquanto duravam os créditos.
Outra mudança foi no começo da novela. Aquela cena final do capítulo anterior que era cortada e só continuava depois da vinheta deixou de existir, pois a emissora passou a transmiti-la completa, sem cortes, enquanto que a abertura foi para o final do primeiro bloco.
Outra grande
diferença é o número de personagens. Se você perceber, as novelas que reprisam
no canal Viva, dos anos 80 e até meados de 90, tem um elenco reduzido, mas foi crescendo com o tempo. No entanto, a Globo resolveu enxugar de volta o volume de atores em suas tramas, uma das razões é que como eles não têm contrato
fixo e a emissora está produzindo mais para colocar conteúdos exclusivos
na Globoplay, está com dificuldades para encontrar artistas disponíveis.
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