Torre de Babel


No dia 25 de maio de 1998, estreou a novela Torre de Babel, no horário das 20h30, na TV Globo. Foi escrita por Silvio de Abreu com direção geral e núcleo de Denise Saraceni e Carlos Manga. Contou com as participações de Tony Ramos, Tarcísio Meira, Glória Menezes, Adriana Esteves, Edson Celulari, Juca de Oliveira, Natália do Vale e Cláudia Raia nos papéis principais.


O nome da novela faz referência a um shopping center, o Tropical Tower, que serve como um ponto de ligação entre vários núcleos e personagens.

Por exemplo, César Toledo, vivido por Tarcísio Meira, é o dono do shopping. Ele é casado com Marta, personagem de Glória Menezes, cujo casamento não vai bem, porque ele é apaixonado por Lucia Prado, personagem de Natália do Vale. Com Marta, ele tem três filhos, o Henrique, personagem de Edson Celulari, o Alexandre, personagem de Marcos Palmeira, e o Guilherme, personagem de Marcello Antony.

José Clementino, vivido por Tony Ramos, ficou preso por 20 anos e quer se vingar de César Toledo porque acha que ele é culpado de sua prisão. Ele é filho de Agenor, personagem de Juca Oliveira, e pai de Sandrinha, vivida por Adriane Esteves, que trabalha no shopping. E lá, tem Ângela, vivida por Cláudia Raia, que é uma das administradoras da empresa.

Silvio de Abreu resolveu fazer bastante inovações, mas nem todas foram bem aceitas pelo público. Temas como o uso de drogas, violência doméstica, lesbianismo e atores interpretando personagens com personalidades diferentes do de costume não agradou os telespectadores. Como já estava previsto uma explosão no shopping, ele aproveitou o evento para matar todos os personagens que estavam incomodando o público e recontar a história.


O personagem de Marcello Antony, que era usuário de drogas, morreu na explosão. As personagens Rafaela e Leila Sampaio, vividas por Christiane Torloni e Silvia Pfeifer, que faziam um casal, também morreram. E Silvio de Abreu mudou a personalidade do personagem José Clementino que conseguiu se redimir dos seus crimes, e também destacou a grande vilã da história, Ângela.

No entanto, Cláudia Raia continuou coberta da cabeça aos pés, que foi outra coisa que o público estranhou porque ela sempre interpretou papeis sensuais, ou cômicos.


Cláudia Gimenez deixou o elenco do Sai De Baixo e ganhou uma personagem escrita especialmente para ela, a Balbina, chamada sempre de Bina, e que muitas vezes improvisava no texto, muitas vezes mesmo, e olha que nem sempre o diretor aceitava as suas improvisações.

Oscar Magrini e Ernani Moraes faziam papel de irmãos, o Gustinho e o Boneca que cantava muito bem, mas se achava feio, então, sob o nome artístico de Johnny Percebe, Gustinho foi lançado como cantor, mas só dublava a voz do irmão que cantava escondido. A farsa foi descoberta por Faustão durante sua participação no Domingão do Faustão, mas foi Xuxa durante uma gravação do programa Planeta Xuxa, que se encarregou de revelar o verdadeiro cantor. Gustinho descobriu seu verdadeiro talento no futebol, ao ganhar uma chance no time de várzea do seu bairro.

Outros personagens cômicos era a Luzineide, vivida por Eliane Costa, que só falou no final da novela porque cada vez que ela ia falar, Bina lhe mandava um cala a boca dizendo que ela falava de mais. E também o Jamanta, vivido por Cacá Carvalho, que protagonizou uma das falas mais marcantes das nossas novelas: Jamanta não morreu. Depois da explosão do shopping.

Outra coisa que mudou também foi a vinheta de abertura. Ou melhor, a vinheta em si continuou praticamente a mesma, era as ruínas da Torre de Babel da Bíblia que recebia um revestimento metálico e se convertia no shopping da novela. Mas, a primeira versão tinha uma música instrumental, densa, dramática. Depois colocaram a música Pra Você, de Gal Costa, que era mais leve.


A novela teve dois álbuns musicais, a trilha sonora nacional teve a atriz Claudia Raia na capa. Uma das faixas que mais fez sucesso foi a música Só No Sapatinho, do grupo Só No Sapatinho que tem Bruno como vocalista, o filho do Zico. A música foi tema da Sandrinha.


A trilha internacional teve o ator Edson Celulari na capa. As faixas que mais tocaram nas rádios na época foram: My Imortality de Celine Dion, All My Life de K-Ci & JoJo, high de Lighthouse Family, Con Te Partirò de Andrea Bocelli, e, Corazón Partío de Alejandro Sanz.


A novela contou com duas cidades cenográficas e 19 cenários internos, além do shopping Tropical Towers que foi construído fora das cidades cenográficas em uma área de 1.200m2, onde antes havia Greenville, a cidade cenográfica de A Indomada. Só a construção deste cenário consumiu um milhão e cem mil reais.

Assim como aconteceu em A Próxima Vítima, as cenas da revelação do autor da explosão do shopping foram gravadas minutos antes do último capítulo ir ao ar. Os atores que interpretavam personagens suspeitos foram convocados a gravar e impedidos de entrar nos estúdios com celulares, afim de evitar vazamentos.

Torre de Babel estreou com 42 pontos, mas após três capítulos caiu para 35, ainda assim obteve uma média de 39 pontos na primeira semana. E depois das mudanças chegou a beirar os 50 pontos. Com a explosão do shopping Tropical Towers, a novela registrou 50 pontos com picos de 60. E o último capítulo alcançou 61 pontos e picos de 66.

Curiosidades

No dia 14 de setembro de 1998, o ator Danton Mello, que interpretava Adriano na novela e que, na época, era também apresentador do Globo Ecologia, sofreu um grave acidente de helicóptero durante uma gravação para esse programa. Ele sofreu hemorragia e fraturou costelas o que lhe obrigou a ficar afastado da trama por meses, voltando somente novembro do mesmo ano.


Se no Brasil, o casal lésbico precisou morrer devido a rejeição do público, em Portugal, a eliminação das personagens rendeu uma denúncia feita pelo partido político português PSR contra a Globo, exatamente por ter encurtado a participação das duas na trama.


Talvez por isso tenha sido noticiado que elas voltariam mais tarde, o que não aconteceu. Mas Silvia Pfeifer retornou nas semanas finais da trama, interpretando outra personagem.

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