Como funciona a roda da vida

Esta parábola não é para implicar com esta ou aquela profissão. Isto que vai ser relatado acontece com todas, mas como foi necessário escolher alguns ofícios para servir de exemplo, escolhi dentista, advogado, médico e mecânico. Nada contra os bons profissionais. Dito isto, vamos à história.

Um comerciante milionário de São Paulo, que tem até um hotel com o nome dele, foi entrevistado na televisão. Perguntaram-lhe como foi que ficou rico. Ele respondeu candidamente: “Eu sempre vendia até o que não tinha. Um dia, um senhor veio à minha loja na 25 de março e disse que queria uma calça para o filho. O tamanho da calça era o de um barbante que trazia no bolso. Eu fui lá no estoque e vi que não tinha nenhuma calça naquele tamanho, mas não podia perder aquela venda. Então, cortei o barbante no tamanho da calça que eu tinha e vendi a mercadoria. Eu não perdia nenhuma venda.”

Ele disse isso, sem nenhum pejo, na televisão, para que todo o mundo escutasse. Tinha orgulho da desonestidade. Afinal, no seu mundo é assim. Ser esperto para ludibriar os outros e tomar-lhes o dinheiro é louvável! Ele só não contou que foi passado para trás quando precisou de um dentista. Este lhe propôs uma cirurgia caríssima para mexer em toda a estrutura do céu da boca e da face, porque se ele não o fizesse, mais tarde daria este e aquele problema. O comerciante arcou com uma despesa enorme e sofreu muito com aquela desconstrução e reconstrução dos ossos da face.

Mais tarde, o dentista percebeu que estava perdendo cabelo e procurou uma clínica capilar. O dermatologista proporcionou a ele um tratamento suíço muito dispendioso com a promessa de que os cabelos voltariam a crescer, mas que se deixasse para mais tarde as raízes que ainda restavam iriam morrer e aí não teria mais jeito. O dentista pagou a clínica com o dinheiro que havia surrupiado do comerciante. O tratamento era vigarice e não fez crescer os cabelos do dentista, mas o que conta é que o dermatologista pôs o dinheiro no bolso.

Esse dermatologista precisou consertar os freios do seu carro, que estavam falhando. Com a grana que larapiou do dentista, levou o veículo a uma oficina que cobrou caro e o engabelou, dizendo que havia trocado os freios e nem mexeu no automóvel. Em consequência, o dermatologista se acidentou e machucou-se muito. O dono da oficina não estava nem aí, pois havia obtido o que queria: conseguira roubar o dermatologista.

O dono da oficina precisou de um advogado para se defender do processo que o dermatologista movera contra ele. Para tanto, contratou um advogado que era bem esperto, mas não muito ético. Ele afirmou que era causa ganha, mas enfiou o dinheiro no bolso e não fez nada. Perdeu prazos, faltou a audiências e o cliente se ferrou. Mas o que conta é que tomou o dinheiro do trouxa que o contratara. Nenhum peso na consciência, afinal, todo o mundo faz isso.

Esse advogado ficou com uma dor kármica terrível nas costas, que poderia ter sido sanada com um pouco de exercício inteligente, mas procurou um ortopedista. O ortopedista disse que ele precisava fazer uma operação muito cara, que se ele não a fizesse iria ficar com uma sequela grave. Disse que se deixasse para mais tarde seria muito mais caro e talvez não tivesse como corrigir o problema, o qual iria priorar. A cirurgia era desnecessária, mas o ortopedista precisava faturar uma graninha extra para o Natal. Então, estava tudo bem. Todo o mundo sabe que é assim que se faz em muitas profissões.

Com o dinheiro que havia tomado do paciente, o ortopedista foi ao dentista, aquele lá do início da nossa história. O dentista o convenceu a fazer uma cirurgia caríssima e dolorosa, mas que se o ortopedista não fizesse, ia ter problemas que afetariam todo o seu organismo.

É assim que funciona o nosso mundo. Um rouba do outro e é roubado por um terceiro que será vítima de maracutaias de um quarto e, assim, sucessivamente.

Essa ciranda de supostos espertos não parou ali, porque todos eles foram vítimas das falsas propagandas de todos os produtos e de todas as profissões. Todos eles se alimentam de produtos industrializados que são causa de doenças físicas e mentais. Todos eles bebem água “tratada”, ou seja, água na qual não proliferam micro-organismos... porque a água contém um veneno chamado cloro, além de agrotóxicos, pesticidas, praguicidas, herbicidas, inseticidas, fungicidas, acaricidas, rodenticidas e outros defensivos agrícolas que se infiltram na terra e contaminam os lençóis d’água, sem falar em outras substâncias cancerígenas.

Este texto é para que você fique alerta e não caia em contos do vigário. Quando se trata de indústrias, os crimes alcançam uma amplitude inacreditavelmente maior, vitimando milhões ou até bilhões de pessoas como foi o caso da Dupont, denunciado em dois filmes. O mais recente é O Preço da Verdade (Dark Waters). Fica a dica.


(Professor DeRose)

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