Álbum - Xuxa 5


O ano de 1990 foi bem difícil para todo mundo no Brasil porque o país estava quebrado financeiramente, o governo Collor confiscou a poupança de todo mundo e muita gente que tinha negócio próprio entrou em falência. A novela Rainha Da Sucata e Gente Fina retrataram essa crise financeira, mas tivemos muitos discos infantis lançados. 


Mariane vendeu bem mais com o lançamento do álbum Ciranda porque o anterior, o seu primeiro, foi uma produção independente. E Mara Maravilha mais que dobrou o número de vendas do seu álbum lançado naquele ano, em relação ao anterior. No entanto, Angélica perdeu praticamente a metade das vendas do novo disco, em relação ao seu ábum de 1989, e Xuxa também.


O Quarto Xou da Xuxa vendeu dois milhões de cópias antecipadamente, ou seja, antes do lançamento oficial as lojas já estavam fazendo encomendas. O mesmo aconteceu com o Xuxa 5, mas, em 1990 tudo mudou, as encomendas foram de um milhão de cópias. Bom, nesse ano, Xuxa lançou dois álbuns no Brasil, o seu primeiro em espanhol que tinha sido lançado em 1989 no mercado internacional, e o quinto álbum do Xou da Xuxa, que segundo informações do Wikipédia, atingiu a marca de um milhão e oitocentas mil cópias.

É muita coisa, é um sucesso estrondoso, mas é quase a metade da vendagem do álbum anterior. As gravações do álbum Xuxa 5 aconteceram entre junho e julho de 1990, ela colocou voz em aproximadamente 20 canções. Tem informações de que foram 20, e também 18. Então, ficamos com essa margem de erro de duas músicas. 13 foram selecionadas para o álbum. Segundo Xuxa, esse foi o álbum mais difícil de colocar a voz porque os ritmos variam bastante, a sonoridade se distingue dos álbuns anteriores.


A primeira faixa é: Pinel Por Você. Coube a Cid Guerreiro, que havia feito as canções carros chefes dos dois álbuns anteriores, Ilariê e Tindolelê, repetir a façanha de compor outro hino, e Dito também assina a composição. Foi a terceira música da Xuxa que teve clipe no Fantásatico, mas é a faixa menos memorável do álbum.

A segunda faixa é: Tempero da Lambada, de Michael Sullivan e Paulo Massadas. Como a lambada estava em alta, Xuxa não poderia ficar de fora e ganhou a sua versão também.

A terceira faixa é. Trem Fantasma, de Michal Sullivan e Paulo Massadas. Essa música foi a Thriller de Xuxa. Se não ficou evidente na letra e na melodia, a coreografia foi claramente inspirada em Michael Jackson. A risada de Cátia Paganote, inserida na música, lhe rendeu o apelido de Bruxa, Miuxa Bruxa.

A quarta faixa é: Cobra, Chapéu e Palito, de Prêntice e Ronaldo Monteiro de Souza. É a faixa mais educativa do álbum, ensina macetes para não ficar dúvida nenhuma de como usar os acentos Agudo, Circunflexo e o sinal do Til.

A quinta faixa é: É Ou Não É, de Cláudia Olivetti e Lincoln Olivetti. Apesar de muita gente falar que a música é uma versão de La Isla Bonita de Madonna, a letra não tem nada a ver e a melodia também não é a mesma, já o instrumental, isso não tem como negar, pelo menos a introdução é muito parecida. É uma das minhas músicas preferidas, a voz dela está muito boa.

A sexta faixa é. Lua de Cristal, de Michael Sullivan e Paulo Massadas. Foi a canção tema do filme que entrou no álbum a pedidos de Xuxa e se tornou um das músicas mais icônicas da apresentadora. Aliás, é, segundo a própria, sua música preferida dentre todas as que já gravou. É a música da Xuxa mais regravada por outros artistas.

Sergio Mallandro regravou, Patati e Patatá também. E a Sandy já cantou, o Eduardo Sterblitch cantou, o Paulo Vieira cantou, a Priscila Alcantara ganhou o The Masker Singer cantando Lua de Cristal. E tem um detalhezinho que passou, talvez não desapercebido, que é um erro no minuto 2:09, no refrão. Enquanto as Paquitas cantavam Lua de Cristal, nova de paixão... Xuxa canta, Lua de paixão.

Mas sei lá quantas vezes já tinham gravado e deixaram por isso mesmo porque o erro não compromete a música. A letra foi composta a pedido de Marlene Mattos com base nas mensagens que Xuxa costumava dar no início do Xou da Xuxa. Essa faixa fecha o lado A do disco.


Abrindo o lado B, a primeira faixa é: I Love You Xuxu, de Michael Sullivan e Paulo Massadas. A letra retrata o período em que Xuxa vivia, com sua carreira internacional em ascensão e chegando nos mais longícuos países do globo terrestre.

A segunda faixa é: Canja de Galinha, de Mazinho Turle, Dilson Gunane e Barney. Umas das coisas mais inteligentes dos discos da Xuxa, já que os álbuns eram do programa, diferente de Mara e Angélica que faziam programa para criança e lançavam álbuns como se fossem de uma carreira a parte.

Os álbuns da Xuxa eram do Xou da Xuxa, então várias canções eram pensadas para quadros, ou momentos, situações, do programa. Canja de Galinha serviu para celebrar a vitória dos meninos ou meninas no final do programa, embora o tema deve ter sido pensado porque 1990 foi ano de Copa Mundial de Futebol.

A terceira faixa é: Twistxuxa, de Zé Henrique, Ângela Mattos, Marcelo Faria, Marcello Azevedo e Val Martins. Foi composta pelo grupo Yahoo, pelos integrantes da época, com Ângela Mattos que se casou com o vocalista da banda, por isso todos esses nomes, e, detalhe, a música teve participação de outra banda, o grupo João Penca e Seus Miquinhos Amestrados.

A quarta faixa é: Copa Na Floresta, de Rubens Alexandre. Uma das maiores contribuições da Xuxa para o país, em modo geral, foi levar alegria ao público. Essa música é basicamente isso, é divertida, e com uma letra bem pensada. Com tema de Copa de Futebol, mais explícita do que Canja de Galinha.

A quinta faixa é: Vem Lambaxuxa, de Aramis Barros e Ary Sperling. É a segunda lambada do disco, e é uma das que eu mais gosto também.

A sexta faixa é: Leitura, de Mazinho Turle, Dilson Gunane e Barney. É uma canção de incentivo a leitura, eu lembro dessa música sendo tocada no Show Maravilha. Na época tocava músicas de uma no programa da outra. Lembro de Convidado Especial da Mara tocar no Xou da Xuxa também.

A sétima faixa, fechando o álbum, é: Boto Rosa, de Prêntice e Ronaldo Monteiro de Souza. É outra faixa que eu amo desse álbum. Na época passava a novela Pantanal, apesar de o boto rosa ser caracaterístico da Amazônia, e a lenda que a música fala também ser de lá, para mim estava tudo conectado, era natureza. Eu fazia essa corelação por causa do instrumental da música que lembrava muito o fundo musical da novela.


A foto para a capa foi feita na praia da Barra, em Rio de Janeiro, entre 16h e 17h para aproveitar a luz do sol que dava um bom efeito para o ensaio. E o disco vinha com um postal autografado. Essa foi a primeira capa com temática praia, que seria repetida no álbum Xou da Xuxa Seis e Xou da Xuxa Sete. Há quem diga que as capas desses últimos dois álbuns são desse ensaio para o disco Xuxa 5.

Ou seja, ela não voltou para a praia para fazer as outras capas. Ela nem sequer fez outros ensaios para os seus últimos discos do Xou. E tais ensaios foram utilizados também nos álbuns em espanhol.


O Xuxa 5 foi o único álbum da era Xou da Xuxa que não levava o nome do programa na capa, mas mantinha a ordem de lançamento. Uma das desculpas é que a sonoridade Xou da Xuxa 5 não era legal, não tinha força. Mas outras informações dizem que a intenção era impulsionar as vendas no exterior e a pronúncia do X, conforme usamos em português, já é difícil em outros idiomas, imagina Xou da Xuxa. Os álbuns seguintes tiveram o nome do programa, mas com o nome da Xuxa em destaque, Xou Da, aparece em letras menores, bem discretas.


Além de um pôster com as letras das músicas, o álbum presenteava os fãs com um postal autografado.

Após o lançamento do álbum Xuxa 5, Xuxa fez uma turnê que durou de 31 de agosto de 1990, a janeiro de 1991. Lembra que eu falei que o Brasil estava em uma das piores crises financeiras de sua história? Com a queda dos números de vendas da Xuxa, o álbum do filme Lua de Cristal foi cancelado, mas apesar dos números inferiores aos álbuns anteriores, o disco Xuxa 5 foi um sucesso comercial.

Em fevereiro de 1991, ele ainda permanecia no topo da parada que compilava os álbuns mais vendidos do Brasil, foi o 5º disco mais comprado no país em 91. Segundo matéria da revista Veja, na época, Xuxa faturou dois milhões e setecentos mil dólares com as vendas do álbum Xuxa 5 e com o primeiro álbum em espanhol.

O álbum foi relançado em diversas ocasiões: em 1996 em cassete e CD, e novamente em 1995, 1996, 1997 e 2006 em CD. Em 2013, a Som Livre, em parceria com a Xuxa Produções, relançou o disco como parte do box Coleção Xou da Xuxa.

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