Sandra Annemberg


A TV Globo tem uma grande vantagem em relação as outras emissoras pelo alcance de sua programação e pela influência que exerce na opinião pública e até na cultura do nosso país, mas ao mesmo tempo, devido ao padrão que criou para manter esse ar de superioridade, engessa seus artistas. Com algumas exceções, os programas são sempre muito roteirizados e aí só com muito carisma para roubar a cena. E Sandra conseguiu.


Sandra Annemberg descontruiu o jeito sério de fazer jornalismo na Globo e conquistou a simpatia do público, mas sua carreira não se limita ao jornalismo e nem a Globo, pois ela atuou em várias outras áreas, e em várias outras emissoras também.


Sandra Annenberg nasceu em São Paulo, no dia 5 de junho de 1968. Ela é filha de um engenheiro eletrônico e de uma produtora de televisão, ou seja, cresceu nos estúdios de uma emissora, mais precisamente da TV Cultura, que era onde sua mãe trabalhava. Na época, decidiu que queria trabalhar na TV, e já sonhava atuar no cinema, mas começou fazendo comerciais mesmo, aos sete anos. Fez mais de cinquenta.


Em 1982, com quatorze anos, tornou-se repórter do programa da TV Gazeta Crig-Rá, de jovens para jovens, da produtora independente Olhar Eletrônico. O programa foi dirigido pelo hoje cineasta Fernando Meirelles. Ela fazia reportagens sobre sexo e entrevistava pessoas na rua com conversas pautadas na sexualidade, especialmente dos jovens. Ali se iniciou a construção de sua inclinação profissional ao jornalismo. E em 1983, aos quinze anos, tornou-se apresentadora do programa Show do Esporte ao lado de Luciano do Valle e Juarez Soares.

Em 1984, Sandra comandou o TV Criança, também na Rede Bandeirantes, e junto com ela tinha a participação de algumas crianças, dentre elas estava a Ticiane Pinheiro. O programa ia ao ar diariamente, às 15h, apresentando desenhos animados, jogos entre as crianças e levando atrações musicais, mas a Sandra ficou tempo no comando do infanti.

Em 1986, ela fez uma pequena participação no espetáculo Um Dia Muito Especial, ao lado de Tarcísio Meira e Glória Menezes e começou a fazer a Escola de Arte Dramática na USP. Só começou, porque não finalizou. Ela voltou à TV Cultura para comandar o programa esportivo Vitória, além do programa de música clássica Grandes Concertos e dos Festivais de MPB.

Em 1987, estreou no elenco do programa Bronco, transmitido ao vivo, onde contracenou com Ronald Golias, Renata Fronzi e Nair Bello. Era o mesmo formato do Sai de Baixo, tudo acontecia dentro de um apartamento, e o cenário era montado em um teatro com plateia que acompanhava as gravações.

A sua estreia em uma teledramaturgia aconteceu em 1988, na minissérie Chapadão do Bugre, na Band. Ela contou no programa Que História É Essa Porchat? que era o seu sonho trabalhar com o diretor Walter Avancini e pediu um papel, mas o elenco já estava fechado. No entanto, uma das atrizes acabou saindo e ela a chamou, e já na sua primeira cena teve que ficar nua.


Depois, no mesmo ano, ela foi para a Globo para fazer o seriado Tarcísio & Glória. No ano seguinte, em 1989, Sandra esteve em três teledramaturgias, a primeira foi a novela Pacto de Sangue que foi produzida para celebrar o centenário da abolição da escravidão, ocorrido em 1888. Foi uma obra fechada, ou seja, quando estreou, em maio, todos os capítulos já tinham sido gravados, e a audiência não foi grande coisa não, mas não se podia fazer nada. Essa foi a primeira novela a ter música sertaneja na trilha sonora.


A segunda obra em que ela atuou foi a novela Cortina de Vidro, escrita por Walcyr Carrasco, que estreou no SBT no mês de outubro, um mês depois do fim de Pacto de Sangue. No entanto, essa novela, apesar de ter passado no SBT, tinha muitos atores da Globo no elenco porque a novela foi produzida por uma produtora independente, o SBT basicamente exibiu a novela, mas não interferiu em nada. Depois disso a Globo refez o contrato com seus atores com uma clausula de exclusividade em obras para a TV, para evitar que isso acontecesse outra vez.


E enquanto Cortina de Vidro estava no ar, Sandra apareceu na minissérie República, em novembro. Foi mini mesmo, teve só quatro capítulos. Depois, em 1990, ela integrou o elenco da minissérie A, E, I, O... Urca, finalizando sua fase de atriz para se dedicar a apresentação novamente e foi contratada pela, quem diria,  Record, onde apresentou o programa Sport Shopping Show, ao lado de Osmar Santos, além do Super Esporte e do TV Franchising, que ia ao ar aos domingos às 7h.

Chamou tanto a atenção que a direção da Globo lhe convidou a voltar para a emissora e ela passou a fazer parte do telejornal São Paulo e um mês depois estreou no Jornal Nacional, como a moça do tempo. Ela foi a primeira mulher a ter um quadro fixo no telejornal e a entrar todo dia no ar. Na época os âncoras eram Sergio Chapelen e Cid Moreira. Deu iniciou ao curso de jornalismo e se formou pelas Faculdades Integradas Alcântara Machado.


Em abril de 1993, foi promovida a apresentadora do Fantástico junto com Celso Freitas e Fátima Bernardes, onde ficou até 1996. Foi quando conheceu o seu marido, o jornalista Ernesto Paglia. Esses jornalisticos eram produzidos no Rio de Janeiro, ela, então, pediu para sair e voltou para São Paulo, onde ficou até o ano seguinte apresentando e atuando como editora-executiva do jornal SPTV 1ª Edição.


No ano seguinte, em 1997, acumulou as funções de apresentadora e editora-executiva do Jornal da Globo, e em 1998, voltou ao Rio de Janeiro para assumir as mesmas funções no comando do Jornal Hoje. Por pouco tempo porque em 1999 a redação do telejornal foi transferida para São Paulo.

No entanto, em outubro do mesmo ano, com a mudança de formato do Jornal Hoje, Sandra foi morar em Londres para atuar como correspondente internacional e chefe do escritório local da Globo. Ela só voltou a trabalhar no Brasil em 2002, quando retornou ao SPTV 1ª Edição ao lado de Chico Pinheiro.

Em 2003, ela voltou para a apresentação do Jornal Hoje com Carlos Nascimento, que migrou para a Band em 2004, e Evaristo Costa assumiu o posto, formando a dupla de apresentadores mais carismática do jornalismo da nossa TV. Ambos seguiam o roteiro, mas tinham algumas reações espontâneas diante de algumas falhas entre eles na bancada, ou de algum imprevisto no decorrer do telejornal.


E a Sandra foi acumulando funções na TV, em 2005 ela assumiu a função de editora-chefe e apresentadora na parte da manhã do telejornal Globo Notícia. A partir de 2012, ainda assumiu a apresentação dos programas Globo Cidadania, Globo Ecologia, Globo Ciência, Globo Educação, e, Globo Universidade e Ação, que em 2014, foram reunidos em um só programa que se passou a chamar Como Será.

Ah, e ainda tinha o Jornal Nacional que ela apresentava aos finais de semana e cobria folgas dos apresentadores. Tudo isso mudou em setembro de 2019 quando ela passou a apresentar somente o Globo Repórter ao lado da saudosa Gloria Maria. Na época, essa mudança soou estranho porque pareceia mais um castigo, uma aposentadoria forçada, do que uma promoção, já que seu tempo de tela foi reduzido muito, ou seja, ela desapareceu na TV. E vários rumores, vários comentários em programas de fofoca diziam que ela não estava contente com a mudança.


Em 2008, Sandra recebeu o prêmio Mulher Imprensa como melhor âncora do país. Voltou a ganhar o prêmio em 2009, 2014 e 2016. E em 2013, ganhou o troféu de Melhor Jornalista na premiação Melhores do Ano do programa Domingão do Faustão referentes ao ano de 2012.

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