No Yôga faz-se muito uso do mudrá, que é um gesto reflexológico. Explico melhor. Mudrá é um termo em sânscrito, uma língua morta da Índia Antiga, que designa uma posição ou um gesto feito exclusivamente com as mãos.
Os mudrás são utilizados por alguns razões, como por exemplo embelezar um ásana (posição) e/ou uma coreografia. E, consequentemente, estimulando mais consciência mais extremidades do corpo de quem está executando o ásana ou a coreografia.
As coreografias do Yôga são sequências encadeadas de posições que se assemelham a uma dança, se você ainda não conhece eu sugiro que busque no Youtube por "Coreografias DeRose Method", onde seguramente notaríamos a falta de consciência nas mãos do demonstrador se ele deixasse a mesma solta sem executar um gesto firme e bem elaborado.
Mas os mudrás atuam também no inconsciente. Basta relembrarmos alguns gestos que alteram nosso emocional quando nos são direcionados. Quer um exemplo? Faça um sinal de jóia para alguém, aquele que fazemos com a mão fechada mantendo o polegar em riste para cima, e verá que isso independe da sua expressão facial para que a outra pessoa entenda que está tudo bem. O contrário acontece se você mostrar as costas da mão com os dedos fechados e dessa vez com o dedo médio em riste para cima, pois mesmo que você ostente o melhor dos seus sorrisos, seguramente não receberá o mesmo de volta.
E assim funcionam os mudrás no Yôga. Através da repetição o nosso corpo entende o comando associado a ele e responde rapidamente. Costumamos usar o Shiva mudrá para entrar em um estado de aquietamento e meditação. Consiste em descansar uma mão sobre a outra em forma de conchinha. Como geralmente executamos esse mudrá sentados, as mãos ficam apoiadas sobre as pernas, ou pés. Com o passar do tempo, tão logo colocamos as mãos em Shiva mudrá, nosso corpo entra automaticamente num estado de aquietamento e receptividade.
Entendido o que é mudrá e como funciona o nosso corpo, atente-se para outra observação. Somos condicionáveis, ou seja, temos reações automáticas distintas para cada estímulo a que nos submetemos, então podemos reeducar nosso cérebro para agir da forma que julgarmos melhor diante das incontáveis provocações que sofremos diariamente.
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