A produtora Brasileirinhas é considerada a maior do ramo no país com mais de quatro mil títulos no acervo. Resgatou a carreira de vários famosos e transformou em famosas algumas pessoas que tinham passado quase desapercebidas pela mídia. Já o início do trabalho com os artistas de TV se deve ao Alexandre Frota, e eu vou te contar agora como tudo isso aconteceu.
A primeira oportunidade surgiu com um convite da Band para cobrir festas de carnaval. Na época, o nome da produtora era 100% Nacional, e o primeiro escritório funcionava em uma casa alugada na Vila Mariana usada para o telemarketing na venda das fitas VHS dos carnavais. Outro tipo de conteúdo que fazia sucesso na época era com animais, proibido nos dias de hoje.
Aliás, as produções com animais basicamente mantinham a produtora porque além do consumo dentro do Brasil eram vendidas para o exterior, especialmente para o Leste Europeu. Segundo a matéria do Vice.com ninguém queria produzir, mas sempre tinha gente pedindo, e mesmo a produtora colocando o preço lá no alto para que não aceitassem, aceitavam e pagavam, então a produtora fazia apesar da dificuldade e trabalheira que dava. Pararam de fazer esse tipo de filme no começo dos anos 2000 quando já estavam ricos.
Com a popularização do vídeo-cassete e aparelho de DVD, a rede de franquias estados-unidenses Blockbuster derrubou praticamente todas as locadoras de bairro que compravam as cópias da Brasileirinha e não permitia filmes de conteúdo adulto nas prateleiras. Sem falar na pirataria que explodiu, a produtora passou por bastante dificuldades, foi quando Clayton Nunes assumiu a distribuição do material, a partir de 2001.
Como ela já trabalhava com páginas na internet, foi o responsável pela remodelagem da produtora e a construção do primeiro site. No entanto, os DVDs ainda faziam bastante sucesso, a questão era só encontrar onde coloca-los a venda, e a solução foi nas bancas de jornal e nos postos de gasolina.
A partir de 2007 Clayton tornou-se sócio e assumiu a empresa em sua totalidade a partir de 2010. Ele conseguiu fazer que a receita do conteúdo online superasse a venda de cópias físicas. Sua tática foi comprar pequenos sites que estavam capengas para colocar o conteúdo da Brasileirinha. Ou seja, criou um monopólio. A partir de 2013, a produtora passou a se concentrar apenas no conteúdo online, deixando de produzir DVDs.
Em 2017, a produtora comprou briga com a Netflix quando anunciou uma plataforma exclusiva chamada Sexflix para distribuir seu acervo.
Os filmes com celebridades foram a época mais especial para a Brasileirinhas. Começou em 2004 com Alexandre Frota que, passando por um período de vacas magras, procurou a produtora para se oferecer como ator. Depois dele foi firmado contrato com Rita Cadillac e em seguida uma série de outros nomes conhecidos passaram a figurar as produções adultas.
Passaram pelo casting da Brasileirinha a Gretchen, Thammy que na época era menina, o Marcos Oliver, Matheus Carierri, André Cowboy do Big Brother, e Leila Lopes que tirou sua própria vida pouco tempo depois, mas não mencionou em sua carta de despedida os filmes adultos que fez. Aliás, ela parecia bem orgulhosa quando apareceu na TV para divulgar a trilogia que, segundo ela, tinha história e contava com atores bem ensaiados.
O que agradava os consumidores da Brasileirinha era o típico conteúdo tosco e no auge do sucesso, a produtora vendeu muito DVD, em alguns meses mais do que a Disney. Eles chegaram a produzir cerca de 35 filmes em um mês.
Hoje em dia a Brasileirinhas não produz mais como nos seus velhos tempos, tão pouco tem dinheiro para aquelas gordas cifras que investia em gente famosa, mas continua viva como nunca no imaginário popular.









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