Luz no meu caminho - 30 anos


Segundo a própria Xuxa, em entrevistas, o álbum Sexto Sentido tinha sido diferente pelo fato dela ter dado nome ao álbum pela primeira vez, além de o disco ter sido mais maduro porque sua voz havia melhorado, estava mais técnica, pois tinha aprendido a lidar com suas limitações e com seu potencial. E disse que o álbum Luz no Meu Caminho era ainda melhor porque tem música para o pequenininho, para o adolescente para a família e assume sua fé, o seu lado místico.


Houve controvérsias. O jornalista Mauro Ferreira, do jornal O Globo, emitiu uma crítica citando a falta de rigor na seleção do repertório. Disse que soa repetitivo e que não há uma música que empolgue realmente. Ele chegou a dizer que a mesmice dos álbuns da Xuxa se dão pela produção burocrática de Mlchael Sullivan que não contribui para alterar esse quadro. Ao contrário do título, no álbum falta luz.

O álbum foi lançado em outubro de 1995, completando, por tanto, 30 anos em 2025. Foi produzido por Michael Sullivan, mas contou com a direção artística de Aramis Barros, e coordenação artística de Marlene Mattos, do Hélio de Freitas e da Xuxa. Originalmente, o álbum se chamaria Brasileira, mas no final de setembro teve o título alterado para Luz no Meu Caminho. E foi a Xuxa que escolheru a arte do encarte.


A imagem impressa no CD é uma foto feita pelo fotógrafo Eric Meola, intitulada Hilly Desert Road Reflecting Sunset.


A foto da capa é do André Schiliró e no encarte tem outras fotos do Xicão Jones e Luís Crispino. Eu particularmente acho que é uma capa meio preguiçosa, é uma selfie, tem uma outra que eu acho que ficaria melhor. Estávamos tão acostumados a ver a Xuxa toda colorida, alto astral, e esse CD é meio dark.


A forma que colocaram o nome dela na capa é o mesmo padrão se repetiu desde o 4º Xou da Xuxa. E no encarte tem algumas outras fotos que foram feitas na turnê do álbum Sexto Sentido. Ou seja, ensaio mesmo foi feito só para a capa e contracapa.

Como de costume, Xuxa gravou vários vídeos para o seu especial de fim de ano, que em 1995 se chamou Deu a Louca na Fantasia, e foi ao ar no dia 20 de dezembro.

A primeira faixa é: Brasileira, de Fred Pereira, César Lemos e Zé Henrique. Essa seria a música título do álbum, trocada antes do lançamento. Em partes Xuxa declama, ela praticamente fala, quase não canta, mas quando solta a voz surpreende, e conta com a voz de Galvão Bueno em alguns momentos. A música ganhou um vídeo no Especial de Natal de 1995.

A segunda faixa é: Xuxa Hit's, de Marcelo Azevedo, Lemos e Karla Aponte. Essa música foi lançada como single e ganhou um clipe que foi distribuído para a imprensa e exibido em algumas emissoras, inclusive na MTV.

A terceira faixa é: Mania de Malhar, de Solange Pereira e Henrique. Zé Henrique.

A quarta faixa é: Salada Mixta, de Álvaro Socci e Cláudio Matta. É uma das músicas preferidas da Xuxa, desse álbum. E uma das que ela mais trabalhou também. A música ganhou um vídeo no Especial de Natal de 1995. Em 2007, ganhou uma nova versão no Xuxa Só Para Baixinhos 7, com grafia correta. Mixta com X no Luz no Meu Caminho, e Mista com S no Só Para Baixinhos 7.


A quinta faixa é: Como o Sábio Diz, de Michael Sullivan e Paulo Sérgio Valle. A música ganhou um vídeo no Especial de Natal de 1995. Tem a participação de Abdullah que já tinha trabalhado com a Xuxa no filme Lua de Cristal. Essa é uma das músicas que eu mais gosto desse álbum.

A sexta faixa é: Funkeiro, de Paloma, Carlinhos Conceição e Abdullah. A letra foi pensada para ser cantada por um menino, mas não encontraram ninguém que se encaixasse na proposta e a música foi adaptada para que Xuxa a interpretasse.


A sétima faixa é: Pra Quê Fumar?, de Reinaldo Waisman e Marcos Levy. A música ganhou um vídeo no Especial de Natal de 1995.

A oitava faixa é: Sorvete, de Fred Pereira, Beto Zettel e Henrique.

A nona faixa é: Ritmos, de Carlos Colla e Marcos Assunção. A música ganhou um vídeo no Especial de Natal de 1995.


A décima faixa é: Príncipe Encantado, de Socci e Matta. A música traz elementos de funk melody, um ritmo bastante presente nas rádios da época e foi escrita baseada em um momento pessoal de Xuxa, quando ela dizia se sentir sozinha e sonhar com um grade amor. O vídeo clipe foi inspirado na performance de Marilyn Monroe na música Diamonds Are A Girl's Best Friend, no filme Os Homens Preferem As Loiras. Essa performance foi refeita por várias artistas, a mais famosa é com Madonna no vídeo da música Material Girl. O vídeo da música foi apresentado no Especial de 10 anos de Xuxa na Globo.

A décima primeira faixa é: Xuá Xuá, de Dito e Cid Guerreiro.

A décima segunda faixa é: Santa Rosa, de Assunção e Valle. A música fala da saudade que Xuxa sente de sua terra natal, a cidade de Santa Rosa no interior do Rio Grande do Sul.


A décima terceira faixa é: Luz No Meu Caminho (A Terra), de Nando Cordel. A música que dá título ao álbum. Ganhou um vídeo no Especial de Natal de 1995.

E para finalizar, a décima quarta faixa é: Crer Pra Ver, de Socci e Matta. Com participação de Aline Barros que estava emergindo no meio gospel. A informação que eu encontrei é que Crer Pra Ver foi gravada originalmente para o especial de Natal de 1994, verdade ou não, o especial tem esse nome, Crer Pra Ver, mas a música só foi apresentada no especial de Natal de 1995.

Luz No Meu Caminho não ganhou turnê, mas a turnê Sexto Sentido foi estendida e teve em seu setlist algumas faixas do álbum Luz No Meu Caminho. Na época, Marlene Mattos afirmou que essa decisão fazia parte de uma estratégia de marketing.


O álbum vendeu muito bem, estreou na quarta colocação entre os álbuns mais vendidos no Brasil e alcançou a marca de 800 mil cópias em aproximadamente dois meses do seu lançamento. De acordo com a NOPEM, este foi o 41.º álbum mais comprado no país em 1995 e o 14.º de 1996. As vendas alcançaram um milhão e 200 mil cópias em um espaço de tempo relativamente curto, no entanto, foi certificado apenas com disco de Platina em 2025, pela Pro-Música Brasil, pela venda superior a 250 mil exemplares.

Curiosidades

Além de fazer solo na música Como o Sábio Diz, Abdullah fez backing nas músicas: Brasileira, Mania de Malhar, Salada Mixta, Funkeiro, Sorvete, Principe Encantado, Xuá Xuá e Santa Rosa. E ainda assinou a composição de Funkeiro. Na época ele tinha uma música na primeira trilha sonora de Malhação.

Reinaldo Waisman assinou a faixa Pra Quê Fumar, mas o curioso é que ele não é músico. Ficou famoso por ter sido o ilustrador dos produtos da Xuxa, e o desenhista dos primeiros cenários do Xou da Xuxa. No entanto, além dessa faixa, ele participou de várias composições para os álbuns da Xuxa. São elas: Turma da Xuxa do primeiro álbum do Xou da Xuxa, Banda da Xuxa do Xegundo Xou da Xuxa, O Praga É Uma Praga e Xuxerife do Xou da Xuxa 3, A Pulga do Xou da Xuxa Sete, e Godofredo o Piolho do álbum Boas Notícias.

Aline Barros ainda era praticamente uma desconhecida até Xuxa a convidar para esse disco. Ela a conheceu durante uma apresentação da  Comunidade evangélica da Vila da Penha no Xuxa Park. Ao ser convidada para gravar uma música com a Xuxa, Aline disse que só cantaria se a letra falasse de Deus, no entanto, em 1996, ela gravou com Andrea Veiga e Angela Matos a música Minha Rainha, em homenagem a Xuxa, que fala de fada madrinha.

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