A História de Ana Raio e Zé Trovão estreou no dia 12 de dezembro de 1990. Foi idealizada e dirigida por Jayme Monjardim com textos de Marcos Caruso e Rita Buzzar que tiveram colaboração de Jandira Martini. Roberto Naar, Marcos Schechtman, Marcelo Travesso e Henrique Martins atuaram na coodireção. E Ingra Liberato e Almir Sater foram os protagonistas, ambos tinham atuado em Pantanal, ela na primeira fase, e ele na segunda. Inclusive seu personagem deixou a trama algumas semanas antes do fim para que ele se dedicasse a nova novela.
A história tem início no sul do Brasil, mais precisamente em Foz do Iguaçu, inclusive Ana de Nazaré vai lavar roupa justo onde estão as cataratas. Mas, apesar da beleza natural que enche os olhos logo nas primeiras cenas, acontece uma tragédia atrás da outra. Ela era órfã de mãe e lá nas cataratas foi violada por Canjerê, interpretado por Nelson Xavier, um ex-capataz da fazenda onde ela morava com seu pai. E detalhe, aos treze anos.
Ana engravida e quando dá à luz coloca o nome da filha de Maria Lua. O violador, não contente com o crime que cometeu, volta na fazenda, mata o pai de Ana e leva a criança embora. A história tem um salto de treze anos e recomeça quando Ana de Nazaré conserta uma velha caminhote da fazenda onde vivia para comprar e percorrer o país a procura da filha.
No entanto, ela cruza com a grande caravana de Dolores Estrada, personagem de Tamara Taxman, cuja maior atração é o peão Zé Trovão, um rapaz que desconhece seu passado, já que foi separado da mãe ainda criança, sem saber ao certo quem ela era e porque foram afastados. Ou seja, os dois personagens têm uma história em comum, ambos percorrem o país como peões, ela em busca da filha, e ele em busca de sua própria identidade e pelo reencontro com sua mãe
Ana Raio pode contar com a ajuda de João Riso, personagem de Giusepe Oristiano, que é apaixonado por ela e que faz de tudo para agradá-la e ajudá-la a encontrar Maria Lua, mas entre eles agora tem o Zé Trovão. No entanto, eles não formam um casal conveniente, passam os meses querendo um ao outro e fugindo um do outro ao mesmo tempo.
Pantanal já tinha sido uma reformulação na maneira de fazer novela, e A História de Ana Raio e Zé Trovão foi um pouco além, era uma novela itinerante, não tinha cenário nem estúdio fixo, montavam feiras e rodeios e gravavam em casas de pessoas comuns. Segundo o livro Almanaque da TV a equipe percorreu 14 mil quilômetros pelo país.
E o dramalhão foi se desenrolando a medida que o final se aprovimava. Ana encontrou sua filha, Zé encontrou sua mãe antes das últimas semanas, mas o casamento dos mocinhos só aconteceu no final da novela.
Além do elenco fixo, vários artistas fizeram participações especiais, Beto Carrero não podia ficar de fora porque a companhia de rodeios da novela foi inspirada nele, e muitos cantores também gravaram cenas, olha alguns nomes: Via Negromonte, Evandro Mesquita, Sula Miranda, Renato Borghetti, Sidney Magal, Chitãozinho & Xororó, Roberta Miranda, Matogrosso & Mathias, Gian & Giovani, Milionário & José Rico, Renato Teixeira, Edson Cordeiro, Jayne, Nalva Aguiar, Sérgio Reis, Eduardo Araújo, Sylvinha Araújo, Lourenço & Lourival e até Sandy & Junior.
Como a história se trata de uma caravana de rodeios, a vinheta de abertura mostra cenas que representam distintas regiões e culturas do Brasil sob a música Raio e Trovão, de Marcus Viana, na voz do grupo Sagrado Coração da Terra. A logo da novela é uma das mais criativas da história dos nossos folhetins, eu vivia desenhando. Desenhei muito.
A novela teve dois álbuns com a trilha sonora, em ambos o casal protagonista estampa a capa. O volume um contém 14 faixas com canções na vóz de Ruy Maurity, Boca Livre, Maria Bethânia, Sá e Guarabyra, Lenine, Xangai, Sagrado Coração da Terra, Chitãozinho & Xororó, Marcus Viana, Neuma Morais, Chico Buarque, Almir Sater, Célia & Celma, e Dênis & Demian.
O volume 2 tem 14 faixas também, com canções na voz de Marcus Viana, Almir Sater, Vanessa Falabella, Orlando Morais, Sylvia Patricia, Ruy Maurity, Neuma Morais, Sidney Magal, Marcelo Barra, Renato Borghetti, Goiano e Paranaense, Célia & Celma, e Sagrado Coração da Terra.
A História de Ana Raio e Zé Trovão foi a segunda telenovela mais longa da Rede Manchete com 251 capítulos, ficou atrás só de Mandacaru que teve 259. A média geral de audiência foi de 15 pontos, sete a menos que Pantanal, mas ainda superior ao esperado pela emissora para o horário e suficiente para manter a Rede Manchete na vice-liderança.
Curiosidades
No Troféu Imprensa de 1992, A História de Ana Raio e Zé Trovão concorreu com as novelas Carrossel do SBT e O Dono Do Mundo da Globo, como melhor novela do ano de 1991. No entanto teve apenas dois votos contra três para Carrossel e seis para O Dono Do Mundo.
A História de Ana Raio e Zé Trovão foi reexibida na Manchete na faixa das 18h, entre os dias 29 de março e 31 de maio de 1993, em 92 capítulos. E foi reexibida na íntegra pelo SBT, a partir de sete de junho de 2010, na faixa das 22h.
Originalmente o SBT apresentaria 150 capítulos, mas como a novela teve boa audiência e garantia a vice-liderança do canal, foi estendida. A emissora apresentou capítulos mais curtos e repetiu algumas cenas de paisagem e flashbacks o que possibilitou apresentar sete capítulos a mais do que a versão da TV Manchete.
Outra alteração na reprise do SBT aconteceu na vinheta de abertura, a logo da novela foi substituída por outra que respeitou o mesmo padrão original, no entanto se assemelhando muito a uma fivela de cinto. Eu achei bonito, mas prefiro a primeira.








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