Lá no comecinho da década de 1990, mais precisamente em agosto de 1991, entrou no ar, pelo SBT, o programa Cocktail com Carlos Miele. Ele contava com as suas assistentes de palco chamadas garotas Tim Tim, que recebiam nomes de frutas. Tinha a pêssego, morango, laranja, uva, limão, abacaxi, cereja, kiwi, pera, framboesa, maçã, tangerina e amora. Mas, apesar da ousadia das moças que faziam striptease ao vivo, elas passaram discretamente pela TV. Parece contraditório, mas o fato é que elas existiam apenas dentro do programa, diferente de suas congêneres que surgiram em 2006 e foram um furacão
Mulher Melancia
A história da Mulher Fruta surgiu em 2006, quando o funkeiro carioca MC Créu, que fazia apenas composições para outros artistas, resolveu lançar o seu próprio hit, a Dança do Créu. A música entrou no DVD da Furacão 2000, a gravadora que lançou vários artistas do gênero funk, como Ludmilla e Anitta, que surgiram mais tarde.
MC Créu precisava de uma dançarina para as suas apresentações que entrariam no DVD, seriam apenas seis pequenos shows. Ele conheceu a Andressa Soares que trabalhava em uma rádio e já tinha sido dançarina do grupo Gaiola das Popozudas entre 2004 e 2005, ela já era conhecida pelo apelido de garota melancia.
Andressa Soares Azevedo, nasceu no Rio de Janeiro, no dia 28 de março de 1988. Ela topou fazer as seis apresentações com o MC Créu, mas a perfomance deles fez tanto sucesso que começaram a receber diversos convites e era impensável a participação de um sem a presença de outro, e, então, acabaram efetivando a parceria.
Na época, o MC Créu chegou a ganhar até 20 mil reais por show. Lembrando que esses shows eram curtos, duravam um quarto da duração de um concerto de um artista popular, ou seja, 20 minutos ou meia hora.
E o mesmo que aconteceu com o É o Tchan, quando os dançarinos roubavam a cena, aconteceu com a Mulher Melancia, ela era o centro da atração, foi capa da Playboy, ganhou vida própria. Mas... O problema é que ela recebia apenas um por cento, do que MC Créu ganhava por show. 200 reais. Segundo o que ela disse na TV. E aí o caldo entornou.
Como não entraram em um acordo, em 2008 ela resolveu se aventurar em carreira solo. Em 2009, chegou a emplacar dois sucessos, Solteira Sim, Sozinha Nunca e Velocidade 6, que foi regravada pelo grupo cubano Merengue. Em 2010, o Gugu promoveu um desastroso reencontro entre ela e o MC Créu, após sua passagem pelo reality A Fazenda, na Record. Em 2016, ela abandonou a carreira artística para gerenciar uma importadora.
Mulher Jaca
Contemporânea a Mulher Melancia, teve a Mulher Jaca. Dayane Cristina Soares, nascida no Rio de Janeiro, no dia 13 de fevereiro de 1985. Ela também foi dançarina do MC Créu entre 2006 e 2009, o apelido foi dado devido as suas coxas grossas e torneadas, mas ela não recebeu a mesma repercussão que Andressa e chegou a dizer que, por ser negra, via racismo na diferença de tratamento, pois raramente era chamada para programas de televisão ou trabalhos publicitários, e que se sentia rejeitada pela imprensa.
Em 2010, se lançou como cantora, mas em 2014, abandonou a carreira artística e investiu em sua própria marca de jeans, com a qual faturou seu primeiro um milhão de reais em 2017. Casou-se com um estados-unidenses descendente de porto-riquenhos e se mudou para os Estados Unidos.
Mulher Maçã
Simultaneamente a Mulher Melancia e Mulher Jaca, surgiu a Mulher Maçã. Gracy Kelly, nascida no Rio de Janeiro, em 5 de abril de 1989. Ela já tinha sido dançarina do Movimento Funk Clube em 2004 e do MC Serginho em 2005, Em 2006, se auto apelidou de Mulher Maçã, devido aos seus seios. No entanto, diferente das outras duas, ela foi fruta do MC Leozinho, com quem trabalhou entre 2006 e 2008.
Dentre todas as frutas, o que fizeram depois, essa foi a que teve a maior viagem. Após a morte de Steve Jobs em 2011, o fundador da Apple, ela passou a se declarar do empresário, por conta da logomarca, que também é uma maçã, e chegou a dizer que recebia conselhos mediúnicos dele por sonho. Em 2014, ela apresentou o reality show Na Intimidade, no canal erótico Sexy Hot. Em 2015 deixou a carreira e se mudou para Miami, nos Estados Unidos. Em 2017 chegou a ser dada como desaparecida durante o Furacão Irma, porém dias depois revelou que estava em um abrigo.
Mulher Filé
Em 2007, para contrapor as mulheres frutas, surgiu a primeira e única mulher carne, a Mulher Filé. Yani de Simone Pires da Silva, nascida no Rio de Janeiro, no dia 21 de fevereiro de 1989.
Ela foi dançarina do Mr. Catra entre 2007 e 2008, o apelido é devido ao seu bumbum grande. Em 2009, partiu para carreira solo como cantora.
Mulher Moranguinho
Em 2008, surgiu a Mulher Moranguinho que ocupou a vaga deixada pela Mulher Melancia. A Ellen Pereira Cardoso, nascida em São Paulo, no dia 13 de julho de 1981, tinha sido bailarina do programa O Melhor do Brasil em 2007, com o Marcio Garcia, na Record, e dançarina do grupo e pagode Swing Baratinha entre 2004 e 2006. O seu apelido de Moranguinho foi dado devido ao formato dos seus seios.
Ela dividiu o palco com o MC Créu e a Mulher Jaca por poucos meses, entre março e novembro de 2008. Entre 2009 e 2012 também se aventurou em carreira solo, cantando, mas abandonou a carreira artística para se casar com o cantor Naldo Benny em 2013. Em dezembro de 2017, ela denunciou Naldo por agressão, alegando que tinha apanhado diversas vezes, porém. em 2018 decidiu retomar o casamento. E em 2022, foi uma das participantes do reality A Fazenda da Record.
Mulher Melão
Em 2008, surgiu a Mulher Melão. Renata Frisson, nascida em Balneário Camboriú, no dia 22 de novembro de 1984. O apelido de melão, não deixa dúvida, né? É devido aos seios fartos. E, assim como a mulher Maçã, ela não foi dançarina do MC Créu, e sim, do MC Frank, com quem permaneceu até meados de 2009, quando partiu para carreira solo como cantora e fez sucesso com o hit Você Quer?.
Em 2010, foi candidata a deputada estadual pelo PHS no Rio de Janeiro, mas não conseguiu ser eleita. E em 2017, foi impedida de entrar nos Estados Unidos ao desembarcar no aeroporto. Passou a noite em um quarto da polícia federal e foi reenviada ao Brasil, mas defendeu o presidente Donald Trump dizendo que ainda era muito cedo para tirar qualquer conclusão e que só queria o bem para o seu país.
Mulher Cereja
Em 2009, com a saída da Mulher Moranguinho, surigiiu a Mulher Cereja. A Fabiana Stella Braga atuou como ançarina do MC Créu em 2009, porém em 2010 desistiu da carreira para se tornar maquiadora.
Diferente das suas antecessoras, não se lançou como cantora.
Mulher Pêra
E, no meso ano, em 2009, apareceu a Mulher Pêra. Suelen Aline Mendes Silva Cury, nascida em Guaratinguetá, no dia 4 de dezembro de 1986. Ela foi a primeira mulher-fruta a não iniciar a carreira como dançarina. Já surgiu como cantora e se tornou conhecida por frequentar os debates do programa Superpop, da RedeTV!. O seu apelido de fruto é devido ao quadril grande e a cintura fina.
Em 2010, assim como a Melão, também se candidatou ao cargo de deputada federal por São Paulo, e também não conseguiu ser eleita. Ela obteve 3.136 votos, o que não era suficiente, e que acabaram sendo anulados porque o TRE encontrou erros em sua inscrição. Em 2012, ela se candidatou novamente, desta vez à vereadora na cidade de São Paulo, pelo PT do B e recebeu menos votos ainda, 2.126.
Em 2013 aposentou a personagem Mulher Pera para apresentar o programa infantil A Fadinha do Brasil, na RedeTV! e viralizou, não pela qualidade, mas pelos memes. E em 2014 abandonou a carreira artística ao se casar e se tornou empresária no ramo de jóias.
Mulher Abacaxi
Agora, quem é que aceitaria o apelido de Mulher Abacaxi? Marcela Porto aceitou. Ela ganhou notoriedade por ter participado do Furacão 2000, teve hits gravados na coletânea Tsunami três, em 2012, e chama a atenção dentre todas as mulheres frutas por um detalhe, ela é transsexual. Talvez por isso o apelido de Abacaxi, né, porque a gente relaciona essa fruta, apesar de gostosa, só com coisas difíceis, complicadas.
Ela conqusitou o posto de madrinha de bateria do carnaval do Rio de Janeiro, pela Escola Unidos da Ponte, em 2022.
Curiosidades
As mulheres frutas fizeram tantos sucesso que inspiraram personagens em telenovelas. Em 2013, a atriz Robertha Portella interpretou a dançarina Dafne em Dona Xepa, na RecordTV, que se apresentava com o nome de Mulher Tutti-Frutti e tinha uma rival chamada de Mulher Broa, interpretada por Jeniffer Setti.
Também em 2013, Ellen Roche interpretou a Mulher Mangaba na telenovela Sangue Bom, da Rede Globo, que tinha como rivais a Mulher Pupunha, a Mulher Saputá, a Mulher Jambolão e a Mulher Pau-de-Jacu, interpretadas por Dani Vieira, Vânia Love, Fernanda Abraão e Luiz André Alvim, respectivamente.
Teve também o caso da Mulher Fruta Pão, a funkeira Marineide Ramos do Nascimento, natural de Pernambuco, que chegou a pesar 215 kg. Ela conseguiu emagrecer 92 kg em cinco meses, com aduda do balão intragástrico, dieta e exercícios.
O reality show A Fazenda soube aproveitar bem essa variedade de frutas, três delas participaram do programa, a Andressa Soares Mulher-Melancia em 2010, Yani de Simone a Mulher-Filé em 2013, e a Ellen Cardoso a Mulher Moranguinho em 2022.
As revistas masculinas também aproveitaram bastante a fama delas, e vice-versa. A Mulher Melancia saiu em quatro capas da revista Playboy, uma delas foi uma edição especial, e mais uma para a revista Sexy.
A Mulher Jaca foi capa da revista Sexy uma vez. A Mulher Moranguinho foi capa da revista Sexy uma vez. A Mulher Melão foi capa da revista Playboy uma vez, e outras duas vezes da revista Sexy. E a Mulher Maçã foi capa da revista Sexy Premium.
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