Do Ré Mi Fá Sol Lá Simony

Do Ré Mi Fá Sol Lá Simony poderia ter sido apenas mais um dos vários programas infantis que tivemos na década de 1980. Mas a produção se esforçou para que ele fosse educativo e conceitual.

O Do Ré Mi Fá Sol Lá Simony estreou no dia 15 de agosto, de 1988. Era igual a todos os programas infantis da época com desenhos animados, brincadeiras com as crianças e a plateia fazendo parte do cenário, o diferencial é que abordava sempre o tema ecologia.

A vinheta de abertura tinha uma certa similaridade com a vinheta do Xou da Xuxa daquele mesmo ano pelo fato de apresentar crianças com o rosto pintado, no entanto, era bem dinâmica e divertida.

Cada dia a apresentadora passava uma mensagem de preservação da natureza e cantava uma música exaltando a necessidade de cuidar do Planeta. O cenário ttinha um carrossel de baleias no centro, do lado esquerdo da tela duas  casinhas, uma delas com um urso e outra com um leão que se moviam, além de um mesa com lápis de cor gigantes. Do lado direito, tinha nuvens, uma tartaruga gigante e uma aquarela, também gigante, com pinceis, uma mesa redonda e bancos como se fossem latas de tinta. O piso tinha várias faixas coloridas que partiam do carrossel se estendiam em direção à plateia.

Simony tinha um trono em forma de um urso panda, o qual costuma usar no último bloco do programa.

Outro detalhe dos programas infantis da época eram os assistentes de palco, Simony não tinha Simonetes, mas contava com o auxílio de vários personagens criados por Elifas Andreatto.

Tinha o palhaço Gargalhada, interpretado por Nei Abreu, que atuava como um co-apresentador. A fada Cores Cordélia, interpretada por Mayara Norbin, que cada dia usava roupa, cabelo e maquiagem de uma cor. O Professor Osório, interpretado por Luiz Ramalho, que lembrava um pouco o Albert Einstein e sabia o nome científico das coisas, além de fazer experiências no palco. O mímico Charlito, interpretado por Joel Rocha, cujo nome é uma mescla de Charles Chaplin com Carlitos, Carlitos era o personagem que Charles Chaplin interpretava no cinema. E o papagaio Alvarenga, boneco manipulado por Roberto Maranhão, com quem Simony sempre batia um papo no palco.

Nesse período, Simony apresentou algumas canções, como Velha Roupa Colorida, Além do Arco-Íris e Herdeiros do Futuro, que ficaram de foram do disco lançado por ela. O álbum Sonhando Acordada foi lançado em 1989, pela gravadora Columbia Records da Sony Music contendo 10 faixas, são elas: Acho Que Sou Louca. Prancha Amarela. Só Você. Deixe o Tempo Dizer. Como Eu Vou Dançar. Meu Primeiro Grande Amor. Vem Pra Mim. Sonhando Acordada. Rádio Romance. O Love You.

Apesar do belíssimo cenário, da ideia ser muito boa, a apresentadora não estava contente com o programa e o clima entre ela e o elenco não era dos melhores. Simony reclamou que não tinha protagonismo, que era muito interrompida e pretendia deixar a emissora. Silvio Santos começou a procurar uma nova apresentadora e deu um programa para ela, o Show da Simony, que ia ao diariamente, às 7h30 da manhã.

Em seu lugar entrou Mariane Dombrova, com quem chegou a compartilhar o mesmo programa em sua estreia. A primeira hora foi apresentada por Simony e a segunda hora por Mariane que estava debutando como apresentadora, já que até então dedicava-se a música.

Mariane já tinha gravado um disco em 1987, e inclusive já tinha feito abertura dos concertos da Xuxa. Seu pai, o Victor Dombrova, que era seu maior incentivador aproveitava todas as oportunidades que tinha para divulgar seu trabalho, como ele era artista plástico e tinha feito alguns trabalhos para a emissora, conheceu vários nomes influentes da TV e entregou uma fita VHS com uma compilação de várias apresentações da filha para uma dessas pessoas, e essa fita chegou nas mãos do Silvio Santos.

Ele viu na garota um grande potencial para ser a nova apresentadora, as filhas dele que eram crianças na época gostaram bastante, e ela tinha as características da apresentadora que faltava no SBT, jovem, cantora, e loira. Então, foi chamada para fazer teste e se seu saiu muito bem, o piloto foi aprovado e só não foi ao ar porque a garota usava aparelho ortodôntico, o qual teve que retirar para dar início às gravações do infantil. O primeiro programa com Mariane foi ao ar no dia 15 de maio de 1989.

O programa passou a se chamar Do Ré Mi Fá Sol Lá Si com Mariane e perdeu a vinheta de abertura, já que a mesma tinha sido feita para a Simony.

No dia do aniversário da apresentadora, em 7 de setembro, o cenário passou por uma reformulação, o gato de onde ela saía foi substituído por uma bandeira do Brasil estilizada onde a esfera central era um coração, e o carrossel das baleias perdeu a cobertura.

Mariane se deu tão bem com o elenco e o programa deu tão certo com ela, que se tornou um concorrente de peso com o Xou da Xuxa. 

Em 1990, ela gravou o seu segundo álbum pela BMG, intitulado Ciranda, com 12 faixas, são elas: Levanta A Poeira. Ciranda. Lubilú. Jato D'Água Cospe Fogo. O Amor Não Tem Idade. Matinê. Sim, Não, Sim, Não. Super Herói Sou Eu. Casa Do Terror. Nem Tudo Que Reluz É Ouro. Paixão Louca. E, Mexe-Mexe.

As músicas Ciranda e Nem Tudo Que Reluz É Ouro entraram para a trilha sonora da novela mexicana Carrossel.

O programa durou até setembro de 1990, porque o SBT estava passando por uma forte crise financeira e Silvio Santos havia cogitado unir os apresentadores para economizar na produção dos infantis, Mariane apresentaria programa com a Mara Maravilha. Por sorte, ele reconsiderou a ideia e apenas simplificou os cenários de todos, que na verdade, usavam a mesma estrutura, a única coisa que se alterava era o elemento principal no centro do cenário. Mara Maravilha tinha o sol, Sérgio Mallandro uma caricatura com o seu nome e Mariane, um coração. Essa nova fase estreou no seu segundo aniversário na emissora, em 7 de setembro de 1990, pondo fim ao Do Ré Mi Fá Sol Lá Si com Mariane.

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