A melhor fase da carreira da Angélica foi na Rede Manchete, onde ela estreou como apresentadora substituindo a Simony no programa Nave da Fantasia. A sua experiência nesse infantil foi breve, no entanto, em poucos meses depois, em agosto de 1987, ela foi a escolhida para conduzir a volta do Clube da Criança na grade da emissora, que tinha saído do ar desde que Xuxa havia assinado contrato com a Rede Globo, em 1986.
No tempo em que Angélica esteve no comando do Clube, ela gravou discos, teve um segundo programa, o semanal Milk Shake, que estreou em agosto de 1988. Gravou filmes e uma minissérie, O Guarani, onde interpretou a personagem Ceci. Não por menos, a apresentadora estava sendo sondada pelo SBT e pela Rede Globo.
A emissora carioca tinha interesse em Angélica para ocupar o espaço deixado pela Xuxa, pelo fim do Xou da Xuxa, que aconteceu no final de 1992. Segundo o que falaram na época, essa foi a razão de ela assinar com o SBT, pois na Manchete já tinha sido a substituta da rainha dos baixinhos, e não queria repetir o feito.
Sendo assim, assinou com o SBT e levou para a emissora parte da turma que a acompanhava no Clube da Criança. Às 15h do dia 9 de agosto de 1993, estreou o programa Casa da Angélica, com os angélicos Samuel, Gabriel, Daniel e Mateus. Da parte das meninas, só a Mariana que tinha sido Angelicat integrava a trupe, mas então era chamada de Táxi Girl. E havia um personagem novo, o Jaca, que era um jacaré.
O programa era gravado nos antigos estúdios da Vila Guilherme, e o primeiro cenário era uma casa, o que fazia jus ao nome do infantil. A porta de entrada de Angélica era literalmente uma porta, mas os convidados chegavam pela garagem, e parte da plateia ficava atrás da cerca do vizinho. Um dos espaços havia uma biblioteca, que era de onde a apresentadora lia cartas e telefonava para os fãs. Mas a composição do ambiente era meio confuso, porque não ficava claro se o programa acontecia dentro ou fora da pseudo casa.
O programa tinha duas horas de meia de duração e na ocasião da estreia recebeu a visita de vários artistas da emissora, inclusive da Eliana que tinha recém estreado o Bom Dia & Cia. A falta de uma das estrelas da casa chamou a atenção, a Mara, que conduzia o Show Maravilha pelas manhãs não apareceu, nem enviou cumprimentos.
Foi nessa época que começou toda aquel confusão de macumba entre Mara e Angélica. As revistas adoravam criar rivalidade entre os artistas, e as apresentadoras infantis eram um prato cheio para os editores. E logo que a loirinha assinou com o SBT começaram a sair notícias de que a sua concorrente baiana estava descontente, aliás, a mãe da Maravilha chegou a falar que não era justo que sua filha tivesse feito um bom trabalho na emissora para que outra artista chegasse e roubasse o seu lugar.
A amizade entre as duas musas nunca mais foi como era antes de Angélica ir para o SBT.
No programa, além da parte que era muito comum entre os infantis com auditório, as brincadeiras entre crianças e atrações musicais, a Angélica apresentava esquetes de humor, ela tinha vários personagens. Tinha a Anjôlica, onde ela imitava o Jô Soares. A AngélicaStrid, satirizando a MTV. Ela satirizava também os programas esportivos, culinários, e até as telenovelas do SBT, onde contracenava de uma forma exagerada com Otaviano Costa no folhetim Tempestade de Lágrimas. Mas a apresentadora tinha personagens próprios também, como a Cycy que sofria com seu problema de dicção e o taxista Bernardão.
Nesse ano, Angélica lançou o seu sexto álbum, e o foi o primeiro com título, o Meu Jeito de Ser. Aliás, foi o único de sua carreira, com título, e já saiu com 350 mil cópias. O maior hit foi Flecha de Amor, cujo vídeo clipe passou várias vezes na MTV, um feito.
E diferente das canções anteriores, dessa vez quem dançava com ela eram as meninas, Geovanna Tominaga que tinha sido Angelicat no Clube da Criança foi chamada para a Casa e aí deu-se início ao grupo das Angels. Mais tarde, no mesmo ano, entrou a Juliana Silveira.
Em 1994, as gravações foram transferidas para os estúdios do Sumaré e o cenário foi modificado, ficou bem lúdico com elementos de histórias infantis como João e o pé de feijão, a baleia do Pinóquio, e o relógio do coelho de Alice no país das Maravilhas, por onde Angélica entrava no programa. Sim, ela saia de dentro de um relógio. Entraram novos personagens, um cachorro laranja e um gato verde que faziam malabares e piruetas, e um pinguim que se juntaram ao Jaca.
Neste ano o programa passou a entrar no ar às 16h, e conseguia um alto índice de audiência para o SBT, uma média de 11 a 15 pontos, e Silvio Santos colocou a Angélica para apresentar o Passa ou Repassa e o TV Animal, que duravam meia hora cada um e tiveram uma boa aceitação do público.
Nessa fase ela lançou o seu sétimo álbum, que saiu com 100 mil cópias e tinha várias regravações, como Beat Acelerado, Dona Felicidade e Lindo Balão Azul, além de Amigos Pra Valer que era o tema do programa.
Em 1995 não houve alteração no cenário, mas de horário sim. Para evitar o desgaste de imagem da apresentadora, já que ela apresentava uma sequência de três programas seguidos, o Casa da Angélica foi colocado às 7h30 da manhã, com duração de meia hora, entre a interação da apresentadora e os desenhos animados. Nesse ano Angélica lançou o seu oitavo álbum que tinha músicas mais no estilo de funk, bem no jeitinho da moda da época, inclusive Latino, que era o rei do funk melody, gravou uma participação na música Sonhos. O disco saiu com 120 mil cópias.
Silvio Santos tinha planos de colocar a Angélica nos finais de semana com uma nova versão do programa Domingo no Parque, nas manhãs de domingo, no entanto, ele não esperava que ela aceitasse a proposta da Rede Globo. O último Casa da Angélica foi ao ar no dia 11 de maio de 1996, mas a parte emocionante da despedida foi cortada pela emissora.
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