Alô Cristina.

Numa época em que a internet era para poucos, e era limitada para todos, a TV era a melhor opção de entretenimento para quem ficava em casa e com a popularização da linha telefônica, muitos programas exploraram a interação com os seus telespectadores através do telefone fixo. Uma das apresentadoras que usou esse artifício foi a Christina Rocha que está a um bom tempo apresentando o programa Casos de Família, mas já fez um pouco de tudo no SBT.


Christina é formada em jornalismo e começou a trabalhar no SBT em 1982. Naquela época ela já participava de um programa de entrevistas sobre temas polêmicos e escandalosos, o Povo Na TV. Entre outros trabalhos, foi repórter do Viva a Noite, jurada do Show de Calouros, apresentadora do Aqui Agora, e até gravou o piloto do programa infantil Festolândia que acabou ficando com a Eliana. Em 1997 ela finalmente ganhou um programa para chamar de seu, foi o Alô Christina, que estreou no dia 30 de abril daquele ano e foi até 11 de fevereiro de 1998, sempre nas noites de quarta-feira. Ou seja, durou menos de um ano, mas segundo a apresentadora, foi um divisor de águas em sua carreira.


O programa era ao vivo e através de um sorteio ela fazia telefonemas para pessoas que haviam enviado cartas, essas ganhavam prêmios quando atendiam ao telefone dizendo Alô Christina. Tinha outras atrações que a loira comandava, mas a chamada telefônica era o ponto alto.

O Alô Christina, apesar de ser uma boa ideia, não era original, pois havia um programa similar que fazia muito sucesso na Argentina, o Hola Susana, com a apresentadora Susana Gimenez, que tinha estreado esse formato em 1987, ou seja, 10 anos antes da Christina, no canal estadual ATC (Argentina Televisora Color). E ela alcançou fama absoluta e passou a ser chamada de Diva da televisão, tornando-se assim uma das mulheres mais famosas de seu país.


Se compararmos a Susana Gimenez, do que ela é na Argentina, com alguma celebridade brasileira, seria o que foi a Hebe Camargo, mas com os índices de audiência que a Xuxa alcançava na década de 80 e 90. 

Ao longo dos anos o programa passou por várias adaptações e trocas de nome. De Hola Susana passou para Hola Susana Te Estamos Llamando, e mais tarde só Susana Gimenez. Ela já recebeu muitas celebridades em seu programa, inclusive a Xuxa, que entre as vezes que apareceu por lá, a sua última participação foi em 2012 para divulgar o álbum Xuxa Fiesta, a versão do Xuxa Festa que foi lançado aqui no Brasil, mas que nunca foi lançado por lá.


Susana é uma grande artista e tem todos os méritos do sucesso que faz, mas o Hola Susana também não é uma ideia original, foi inspirado no programa italiano Pronto, Raffaella. Ou seja, só mudou o nome da apresentadora e o idioma. Alô Christian, Hola Susana e Pronto Raffaella.

A apresentadora Raffaella Carrá, assim como as outras duas descritas acima é do tipo de artista que assobia e chupa cana ao mesmo tempo. Canta, dança, atua, produz... E se a Susana é na Argentina o que foi a Hebe no Brasil, a Raffaella é a Xuxa, dado as suas devidas diferenças culturais.


Carla Perez, logo que saiu do grupo É o Tchan!, fez testes e gravou um piloto para uma nova versão desse programa no SBT, o Alô Carla, mas não foi aprovado. No entanto, Silvio Santos não desistiu da ideia e sugeriu o mesmo formato para Adriane Galisteu.

Galisteu apresentava o programa É Show, na Record, desde 2000, e em 2004 ela rompeu com a emissora para ir para o SBT. Ela fez praticamente a mesma coisa que tinha feito na RedetTV!. O programa tinha uma boa receptividade, fazia sucesso, era bom, mas por uma proposta melhor, não renovou o contrato e foi.


A sua estreia aconteceu no dia 25 de outubro de 2004. O programa Charme ficou no ar até o dia 17 de março de 2008, mas devido a problemas da apresentadora com o dono da emissora, o programa passou nos mais distintos dias e horários e teve até o formato alterado. Virou programa de auditório, talk show, foi ao vivo, gravado, chegou a passar nas noites de sábado, de madrugada, voltou para a tarde... ou seja, em 4 anos teve 18 mudanças e passou pelas mãos até de outros apresentadores. Nas férias da Galisteu o Celso Portioli comandou uma vez, depois a Patricia Salvador, em outra ocasião.


No primeiro formato Galisteu atendia ligação de telespectadores que tentavam adivinhar quantos feijões tinham num copo e outros jogos de adivinhação do mesmo formato. O prêmio chegou a R$ 5 mil, que na época era um dinheirão, mas ela chegou a dizer que achava esse jogo pouco estimulante e que não se sentia a vontade fazendo programa a tarde.

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