Quem diria que 17 anos depois
do fim do último grupo, teríamos novamente as soldadinhas da Xuxa cantarolando
na tv?
Bem, o fato é que agora elas
não são mais as soldadinhas da Xuxa. Quem está a frente desse projeto é a
empresária Danyela Pereira que se tornou fã da apresentadora e,
consequentemente, das suas assistentes de palco também desde os seus 13 anos quando o Xou da Xuxa estreou
na Globo.
Ao ver o vídeo em que eu
comento sobre a volta das meninas, no LOTV, Danyela me contactou e nós
começamos uma conversa respeitosa e despretensiosa sobre o assunto, até que eu
pedi que ela me respondesse formalmente essas perguntas.
Danyela respondeu as
perguntas que eu fiz, e as que algumas pessoas fizeram também deixadas aqui no
youtube e no whatsapp. Como tiveram temas repetidos, eu as formulei usando
elementos e mantendo o contexto, mas com outras palavras.
Vamos lá.
Olá Danyela. Bem vinda ao LOTV.
Eu fiquei bem feliz que você tenha se disponibilizado a responder as perguntas
que eu fiz e também honrado pela sua disponibilidade, porque meu canal ainda é
bem pequeno e você ta fazendo barulho de gente grande.
Danyela: Oi Leo. Olha, honrada ficou eu de tá participando do seu canal, para mim também é uma honra, tá? Agora eu tô te seguindo, curtindo os vídeos, têm vídeos muito bons, eu que fico honrada pela oportunidade que você está dando para este espaço.
Embora as primeiras
Paquitas tiveram os discos lançado pelo selo Xuxa Discos, era a Som Livre a
distribuidora. Você chegou a pensar que a Xuxa, ou outra pessoa, como alguém da
Globo, ou da Som Livre, pudesse intervir no projeto?
Danyela: Eu imaginei que pudesse acontecer, mas preferi seguir a minha intuição e tornar realidade meu projeto que eu idealizei há muito tempo. Quando eu fui pesquisar, o interesse pelas Paquitas era zero, só surgiu depois que eu comecei a trabalhar em cima desse mercado. Entendeu?
Se você não viu o vídeo que
eu falei a respeito desse projeto da Danyela, ela já tinha desenvolvido
projetos similares aos das Paquitas, e produziu um grupo chamado As Petitas.
Danyela estava na internet, pesquisando sobre a música Ursinho Pimpão, pois
queria fazer uma nova versão dessa canção.
Foi então, que encontrou o
nome Paquitas sem dono e o registrou. Ou seja, Danyela se tornou, legalmente, a
nova dona das Paquitas. Lembra que eu fiz um vídeo
falando quem era a nova dona do Rouge? A Karin Hills encontrou o nome
disponível e o comprou também, em parceria com a Li Martins, sua companheira de
grupo.
As meninas do grupo
Rouge chegaram a reclamar que não estava sendo rentável manter o grupo, com
esse retorno que elas fizeram. Era muito trabalho e pouco retorno, e CD não se
vende mais. Você acha que é viável montar um grupo nos dias de hoje?
Danyela: No momento nosso foco está na elaboração de um show ao vivo bem completo, com coreografias marcantes e investimento no amadurecimento e evolução das meninas que participam do grupo. As oportunidades vão surgindo e as coisas começam a aparecer quando se trabalha com dedicação naquilo que se ama.
Você tem um
respaldo legal, afinal o nome do grupo estava disponível e você o comprou como
qualquer outra pessoa poderia fazer. Mas você chegou a pensar no fator ético
que pode ser questionado pelos fãs, pela própria Xuxa e pelas Paquitas também,
inclusive pelas meninas que foram escolhidas?
Danyela: Eu tenho um departamento jurídico muito bem estruturado que já pesou os pós e contras de toda a situação envolvendo o assunto com o uso da marca. Eu estou muito tranquila e bem resguardada. A esse respeito, eu sempre tive como norte em minha vida, agir respeitando as leis conforme o senso moral, então seguirei trabalhando, mas realmente foi na realização de um sonho. Pensei sim, quando eu vi a marca disponível, o advogado das marcas e patentes disse que eu poderia estar aguardando dois meses para poder ter a marca, e pedi muito a Deus que se fosse para ser minha, que viesse, e se não fosse, que não deixaria acontecer, e Deus quis, e a marca foi protocolada no meu nome.
Você recebeu alguma
proposta para a devolução da marca, ou para alguma parceria?
Danyela: Não teve nenhuma negociação, quando eu fui registrar a marca eu cheguei a enviar um e-mail para a produção dela, mas não me responderam. Eu acho que o que chamou a atenção foi que caiu na mídia realmente, e antes de mim teve um rapaz, uma pessoa idônea, uma pessoa normal, que registrou a marca, mas ele não deu continuidade, uma pessoa igual eu, ela não procurou e ele também não trabalhou com a marca. Eu não entendo, porque (né?) se você tem marcas e patentes, em um período tem que estar atualizando e a marca estava aberta e eu já estava no campo, trabalhando, e vi uma oportunidade de tá trazendo um novo conceito (né?), de realmente de tá trazendo, porque fui fã das Paquitas. Eu tive um grupo cover em 1997, a 2001, eu trabalhei muito com elas, e o grupo era aqui de Ribeirão Preto e se chamava Milk Sheike e elas cantavam Paquitas cover. Elas tinham farda, elas trabalhavam com as músicas das Paquitas e foi muito legal porque eu trabalhei muito e fui muito conhecida aqui. Eu vendi show em Goiás, em Minas, o pessoal conhecia muito elas aqui, mas pena que acabou não chegando a gravar (né?), falta de iniciativa, de verba, essas coisas, mas eu fui muito feliz de ter tido a oportunidade de tá com o nome da marca Paquitas.
Danyela promoveu um concurso
online para escolher as novas meninas, mas ao anunciá-las, não recebeu um bom
retorno dos fãs. Aliás, eu li vários comentários sobre o grupo ter só meninas
loiras, com algumas pessoas defendendo e outras criticando.
O grupo Rouge fez
sucesso ao voltar, Sandy & Junior venderam todos os ingressos da turnê
desse retorno comemorativo da dupla. E em relação as Paquitas, você acredita
que um grupo novo fará sucesso. Não acha que daria mais certo se fossem as
antigas Paquitas que voltassem, afinal existe um vínculo emocional dos fãs com
a trajetória delas.
Danyela: Acho que as duas coisas possam acontecer já que o meu projeto envolve atualizar as Paqutias pro século atual com meninas de todas as origens sociais e étnicas sobre o prisma da diversidade, que isso daí foi um tema que me bateu na cara (né?), e realmente isso daí, a diversidade, foi o ponto chave. E quem quiser conhecer as Paquitas Nem Concept, o novo conceito, terá que vir ao show.
Você comentou sobre
um produtor bem conhecido que ficou interessado no grupo. Existe alguma
proposta oficial, uma negociação formal?
Danyela: Então, sobre esse produtor, eu tive uma reunião pessoalmente, foi muito positivo, mas a gente ainda não fechou nada, a gente não assinou nada, mas vai ser bem positivo, eu acho que vai vir bons frutos e eu tô aguardando a nossa negociação, mas assim que eu fechar, eu aviso.
Danyela resolveu, então,
mexer no grupo e trocou algumas meninas por outras com características variadas,
como negra, ruiva, oriental e morena. E assim, depois da geração do Xou, New
Generation e Geração 2000, teremos agora Paquitas New Concept. Que, aliás, tem
integrantes que participaram do The Voice. Ou seja, há uma boa expectativa na
qualidade vocal.
A nova formação do novo grupo
é composta por Ana Júlia (Pécora), Luisa (Lace), Linda (Channel), Laura
(Sakura), Flávia (Mad Max), Karol (Zwolf) e Evellyn (Queen).
A música mais forte
das Paquitas foi Fada Madrinha, depois o grupo New Generation regravou a
canção. A Geração 2000 não chegou a lançar CD, então não dá pra saber se elas
gravariam. Você pensa em colocar no repertório do novo grupo alguma música dos
grupos anteriores?
Danyela: Leo, o primeiro projeto que eu fiz, um grande projeto é sempre mudado, engraçado isso porque quando eu comecei lá atrás com as Petitas, eu tava no resgate musical para as crianças, era um grupo infantil. Aí depois ao longo do tempo veio mudando, tendo transformações, abrindo abas, abrindo um leque, que a gente acaba diversificando muitas coisas até chegar nesse ponto da diversidade que eu precisei. Porque eu achei que o grupo trazendo todas loirinhas ia sem um sucesso, mas a gente tá realmente em outra época, e eu me abri muito. A minha filha de 15 anos tem uma visão muito grande e ela falou para mim, ela já tinha falado para ter mudanças, porque aquele grupo das loirinhas era da Xuxa, o meu grupo tem que ser diferente, então ela já tinha me aberto os olhos nessa parte, mas veio agora com essa mudança, eu to com meninas que tiveram participação no The Voice, meninas feras, todas elas cantam agora, isso aí foi muito legal, e acabei pegando uma idade teen, uma idade que realmente está necessitada de alguma coisa porque os jovens de hoje, não sei, parece que estão em vazio, então eu vou me apronfundar nisso daí, e acabei me apaixonando pelo k-pop da Corea, através da minha filha, e vendo o gênero musical de lá, toda a estrutura que eles têm, eu vou trazer o bip-bop, que é o pop brasileiro nessa batida áudio visual muito bonita, uma batida gostosa, falando mais de amor, de auto-estima. Eu quero trabalhar muito nisso e tenho vontade sim de regravar uma música das Paquitas numa atualização muito moderna, acho que vai ficar muito top. A princípio as meninas vão fazer show em shoppings, vai ser um meio show com 10 músicas para o povo conhecer, para o povo tera acesso a elas, saber mais delas. Eu tenho meninas de 13 a 16 anos, e meninas que realmente têm um curriculo formidável, são apaixonantes. Se você ver cada uma, se ouvir cada uma, são maravilhosas.
A Xuxa comentou que
gostaria de juntar todas as Paquitas antigas num filme e disse que já recebeu
proposta para gravar. Não sei se com as Paquitas, mas você já chegou a pensar
na possibilidade de esse novo grupo participar desse filme?
Danyela: Eu tô aberta para negociações porque eu quero estar trazendo um novo conceito. Eu sou muito boa para trabalhar com grupo, gosto disso, isso me satisfaz de uma manera muito... muito realizada. Eu gosto de trabalhar com isso. Sobre o filme, eu vi reportagens que ela tinha vontade, achei muito legal porque eu respeito ela como artista, eu cresci minha adolesc[encia com ela assistindo todo dia, eu tinha 13 anos quando ela entrou na tv, então eu participei de toda a transformação dela, artística, e eu ia ser muito honrada se isso acontecesse.
Danyela, mais uma
vez muito obrigado pela sua disponibilidade, sempre que quiser comentar alguma
coisa, sou todo ouvidos.
Grande beijo.
Muito obrigado também pela
participação de Hugo, do canal Hugo Mix, Diego Santana, Washington Batista,
Felipe Santana, Magno Works, Maylon Prates, Maury e Walmir Rocha por
colaborarem, enviando as suas perguntas.
Um grande beijo.
Tchau.
Para assistir a essa entrevista, clique aqui.
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