Assisti o documentário sobre o ator Andy Whitfield, aquele ator que interpretou o personagem Spartacus, na série de tv que levava o mesmo nome.
Andy havia se formado em engenharia e chegou a exercer a profissão até ser convidado por uma fotógrafa para fazer um ensaio fotográfico. Desde então tornou-se modelo e foi um dos mais cogitados para estrelar publicidades na tv e em revistas. Foi através deste trabalho que se descobriu ator e se candidatou ao papel de alguns personagens para o cinema, como o Tarzan.
Andy conseguiu papeis sem muita repercussão na dramaturgia, e contando sempre com o apoio de sua esposa, passou no teste para interpretar o personagem Spartacus para uma série de tv. Trata-se de uma reconstituição, sem muita coerência com a história real, dos gladiadores da Itália. Os episódios são repletos de cenas violentas, com muito sangue, sexo e nudez. Foi um trabalho marcante que o colocou entre os grandes atores e lhe proporcionou convites para estrelar outras produções sem que precisasse passar pelos costumeiros testes de elenco.
Andy disse que os treinos eram pesados para manter a forma e a habilidade que o personagem exigia, e que no final das gravações da primeira temporada sentia muitas dores pelo corpo. No entanto, as dores não eram dos treinos, e infelizmente os exames médicos revelaram um linfoma que estava se espalhando pelo seu tronco e desde então, ele iniciou um guerra contra o câncer.
A batalha de Andy contra a doença é um grande exemplo de como a vontade de viver é mais forte do que qualquer afirmação contrária. O tratamento a que ele se submeteu o arrastou por longos meses entre doses fortíssimas de quiometerapia e sessões de radioterapia, que lhe deram mais meses de vida do que os 6 diagnosticados na ocasião da descoberta do câncer.
Infelizmente o linfoma era mais resistente do que os tratamentos e ao ser eliminado em uma parte do corpo, manifestava-se em outro. O ator precisou abrir mão do personagem na série Spartacus, que seguiu as temporadas com outro profissional em seu lugar, e entregou-se a morte somente quando não lhe restavam mais alternativas. Isso se chama "íshwara pranidhána" no código de ética do Yôga, auto entrega. Que é quando todas as possibilidades já foram esgotadas e não há mais nada que possa ser feito se não esperar pelo fim de tudo.
Lembre-se disso em qualquer situação. Quando executamos tudo o que estava ao nosso alcance e ainda assim o problema (independente do teor) não foi solucionado, então as consequências já não são mais nossa culpa
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