Em 1985, como parte da celebração dos seus 20 anos, a TV Globo promoveu O Festival dos Festivais, um evento de grande magnitude no cenário musical, no qual cerca de 12 mil compositores se inscreveram para competir pelo prestigioso prêmio em dinheiro, que reconheceria as melhores músicas, arranjos, letras, intérpretes e revelações.
O objetivo do Festival dos Festivais era era o lançar novos cantores e compositores no mercado brasileiro, e a proposta funcionou, pois surgiram nomes que se tornaram relevantes na música nacional, tais como Oswaldo Montenegro e Leila Pinheiro, que foi contemplada com o Prêmio Revelação do festival.
Na época, a TV Globo era um dos principais canais de comunicação do Brasil, e exibiu toda a grandiosidade do evento. Entre os dias 28 de abril e 27 de julho de 1985, os telespectadores tiveram a oportunidade de acompanhar uma série de seis documentários mensais, que proporcionaram uma visão abrangente dos festivais de Música Popular Brasileira realizados desde 1965 até aquele ano.
Essa série de documentários foi dirigida por Nilton Travesso, renomado profissional da área audiovisual, e a mente criativa por trás dos roteiros foi Ricardo de Almeida. Cada documentário explorou um tema específico, proporcionando uma imersão completa na evolução e nas transformações da música brasileira.
A direção do programa foi de Roberto Talma, a produção de Vitor Paranhos e a organização e produção musical de Solano Ribeiro. A apresentação foi feita pelo jornalista Nelson Motta e a repórter Glória Maria fez as entrevistas durante os intervalos das apresentações. Foram feitas nove etapas eliminatórias antes da etapa final.
As eliminatórias aconteceram separadas por regiões. No dia 10 de agosto foram avaliados os candidatos de Roraima, Amazonas, Acre, Rondônia, Amapá e Pará. No dia 17 de agosto, foi a vez dos candidatos de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal. No dia 24 de agosto, tiveram vez os inscritos de Pernambuco, Ceará, Maranhão, Piauí e Rio Grande do Norte.
No dia 31 de agosto, foi a vez de Bahia, Alagoas, Sergipe e Espírito Santo. No dia 7 de setembro, aconteceu apenas em Minas Gerais. No dia 14 de setembro, aconteceu somente no Paraná. No dia 21 de setembro, foi a vez do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. No dia 5 de outubro, chegou a vez de São Paulo. E no dia 12 de outubro, o Rio de Janeiro.
As semifinais foram todas sediadas no Rio de Janeiro, realizadas nos dias 19 e 26 de outubro. A grande final aconteceu no dia 9 de novembro, no ginásio do Maracanãzinho.
O júri do festival foi composto pela cantora e compositora Rita Lee, pelo músico Paulo Moura, pelo crítico musical Tárik de Souza, pelo repórter Marcelo Tas, pela atriz Malu Mader, pelo músico Arthur Moreira Lima, pelo jornalista Sérgio Cabral, e pelo empresário Ricardo Amaral.
As músicas escolhidas para a grande final no Ginásio do Maracanãzinho em 26 de outubro daquele ano foram: Mira Ira (Nação Mel), Verde, Escrito Nas Estrelas, Caribe Calibre Amor, Novos Rumos, Os Metaleiros Também Amam, O Dono Da Terra, Condor, Elis Elis, Tempo Certo, Vamp Neguinha, e, A Última Voz Do Brasil.
Verde, intepretada por Leilar Pinheiro, ficou em terceiro lugar. Mira Ira (Nação Mel), interpretada por Lula Barbosa e Mirian Mirah, ficou em segundo lugar e ainda levou o prêmio de melhor arranjo. A grande vencedora foi a música Escrito nas Estrelas, interpretada pela cantora Tetê Espíndola.
Mas eles não foram os únicos ganhadores. O prêmio de melhor letra foi para A Última Voz Do Brasil, de Próspero Albanese, Armando Ferrante, Tico Terpins e Zé Rodrix. Emílio Santiago ganhou o prêmio de melhor intérprete, e Leila Pinheiro o prêmio revelação.
As 12 Músicas Classificadas foram compiladas em um álbum, lançado no mesmo ano pela Som Livre. Além da música instrumental Fest Wave, que foi tema do evento, composta por César Camargo Mariano e Dino Vicente.
Por ordem do disco, as faixas são: Mira Ira (Nação Mel), Verde, e, Escrito Nas Estrelas, seguidas por Caribe Calibre Amor, com Roberto Mendes. Novos Rumos com Cida Moreira, Os Metaleiros Também Amam, com Língua De Trapo.
O Dono Da Terra, com Os Abelhudos. O Condor, com Oswaldo Montenegro. Elis, Elis, com Emilio Santiago. Tempo Certo, com Ubiratan Sousa. Vamp Neguinha, com Grupo Zipertensão. A Última Voz Do Brasil, com Joelho De Porco. E, Fest Wave, instrumental.
Além desses nomes, alguns dos que estiveram presentes e chegaram até a semifinal, foram: Rosana, com a canção Vidraça. E, Martinho da Vila e seus Filhos, com a canção Recriando a Criação. Mas, apesar do êxito do Festival, a TV Globo só produziu outro festival no ano 2000.
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