Chatô - O Rei do Brasil

O livro Chatô O Rei do Brasil foi lançado em 1994 por Fernando Moraes que entrou em negociação com o diretor Luiz Carlos Barreto. Mas, Guilherme Fontes que estava em alta no momento como ator e totalmente inexperiente como diretor fez uma proposta melhor e comprou os direitos por 150 mil dólares, além de oferecer 10 por cento da renda que o filme fosse gerar.

O projeto inicial foi de 12 milhões de reais, para que além do filme, fosse produzido documentários e curta metragens como parte da divulgação do longa. O filme teve intervenções no roteiro de Francis Ford Coppola que delegou um roteirista, diretor e até equipamentos para a produção.

Os custos foram ficando cada vez mais altos, pois em busca do melhor resultado, Guilherme Fontes precisou de figurinos caros e vários cenários, entre outros investimentos que ele tinha certeza que traria um bom retorno com o projeto. Como houve interrupções na produção devido a processos judiciais pela falta de clareza na declaração do dinheiro captado, muito do investimento se perdeu quando a produção perdeu os estúdios e não conseguiu manter devidos cuidados com os materiais e figurinos.

Umidade, ratos e até incêndio prejudicou muito os materiais, ou comprometeu totalmente, gerando mais custos. Guilherme foi julgado, condenado, perdoado, e pressionado a devolver o investimento recebido, ou lançar o filme que devido a todo o imbróglio da produção estreou em 19 de novembro de 2015, vinte anos depois do início das filmagens.

A trama se desenrola através de um delírio de Assis Chateubriand, em que ele é julgado na TV, ao vivo, tendo o presidente Getúlio Vargas como advogado de defesa.

O filme começa com a transmissão da coroação da rainha Elizabeth em 1953, três anos depois da estreia da TV no Brasil. Depois salta para 1960, quando Assis Chateubriand desmaia devido a uma trombose que lhe deixa inerte e sem poder falar, mas insiste em escrever para seus meios de comunicação.

Ele entra em um delírio sobre a sua história começando pela sua educação rígida que o levou a construir um império e ser tão rígido quanto seus educadores, no entanto, submetendo-se a copeiro até conseguir o posto de jornalista que almejava.

Logo no começo o filme mostra o incidente da inauguração da TV Tupi, quando falha uma das três câmeras da emissora. Mas a sua história começa antes.

Assis não faz questão de agradar a ninguém, é rude e sem nenhuma etiqueta.

Ele viaja, em companhia do fotógrafo Carlos Rosemberg, em avião durante uma tempestade, a cavalo por uma bonita paisagem, e em automóvel, para se encontrar com o presidente Getúlio Vargas que pretendia provocar uma revolução para reformar o sistema político do país.

Mas como Vivi Sampaio, a mulher que ele gostava, apesar de ser casado, estava flertando com Getúlio, começou a publicar notícias de difamação ao presidente que deu início a uma perseguição ao jornalista. E a mesma mulher lhe ajudou a se esconder.

Assis é preso, e depois, em liberdade, volta a dirigir as suas empresas de comunicação e cria a Rádio Tupi. Ao longo de sua vida se envolve com várias mulheres apenas por interesse sexual, enquanto algumas delas cedem por outros interesses, como a promessa pela fama.

Apesar de dominar um império da comunicação e ter dinheiro para suprir qualquer necessidade, Assis resolveu se posicionar contra a burguesia como vingança pela opressão ao seus ancestrais indígenas.

Na verdade, as suas empresas estavam endividadas, mas para ele o mais importante era ter crédito. E aquelas empresas que deixavam de anunciar em seus jornais e rádio, criava notícias que as descridibilizavam.

O fotógrafo Carlos Rozemberg se demite e funda o seu próprio jornal tendo como arma de concorrente os detalhes escusos da vida de Assis.

Assis resolve fundar a primeira televisão da América do Sul, a TV Tupi, e importa alguns aparelhos para distribuir em pontos estratégicos de São Paulo, já que não existia nenhum no país.

Sua última esposa, a cantora Lola, o abandona e leva junto a filha que tinham. Assis invade a transmissão da novela para bater no ator que ela gostava e fazer ameaças, além de tomar a filha a força, no entanto, perde a guarda e pede ao presidente que o ajude a alterar, ou criar, a lei que garanta o seu direito de ter a menina de volta.

Vivi Sampaio, rejeitada pelo presidente, utiliza de Assis para pôr em prática um plano de descridibilidade a Getúlio que como reação tira a própria vida.

O fechamento do seu julgamento é uma alusão ao programa Buzina do Chacrinha em que o apresentador costumava perguntar se o calouro ia para o trono, ou não. E é condenado a sair de cena. E sai, mas não por vontade própria.

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