O Castelo Rá-Tim-Bum é a residência do personagem Nino, um garoto de 300 anos, interpretado por Cássio Scapin. Ele vive com seu tio, o Dr. Victor, um feiticeiro e cientista, que foi interpretado pelo saudoso Sérgio Mamberti, e com sua tia-avó, uma feiticeira de 6.000 anos de idade, interpretada por Rosi Campos. Seu nome completo é Ana Morgana Maria Gioconda Teresa Cecília Luísa Astrobaldo Demétrio Fonseca Stradivarius Victorius, chamada carinhosamente só de Morgana. Ela tem uma gralha chamada Adelaide, com quem sempre interage.
Nino é aprendiz de feiticeiro e nunca frequentou uma escola. Seus pais o deixaram morando com Victor e Morgana porque precisavam viajar numa expedição no espaço sideral e levaram apenas seus dois irmãos mais novos. Apesar de o castelo ser repleto de seres e objetos inanimados, o jovem bruxo sentia falta de amigos como ele e como o castelo fica em um bairro não definido na cidade de São Paulo resolveu fazer um feitiço para atrair três crianças até lá, que tinham acabado de sair da escola. O Pedro, interpretado por Luciano Amaral, a Biba, interpretada por Cinthya Rachel e Zequinha, interpretado por Freddy Allan.
A ideia do projeto saiu da cabeça do diretor e produtor cinematográfico Carlos Império Hamburger, mais conhecido como Cao Hamburger, que na época tinha 32 anos, e do Flavio de Souza que é autor, roteirista, diretor, ator e escritor, que na época tinha 38 anos, e foi ele o que mais escreveu episódios para o programa.
O orçamento do Castelo Rá-Tim-Bum foi o mais caro de um programa da história da TV Cultura, com os primeiros 70 episódios custando 1,2 milhões de dólares. Devido aos altos custos o projeto foi concluido com 90 episódios e um especial. Mas deu resultado porque já na semana de estreia conseguiu 8 pontos no Ibope, o que significava um aumento de 50% de audiência na faixa horária, ou seja, foi um sucesso. Inclusive chegou a incomodar o SBT, porque no mesmo horário passava o TJ Brasil (Tele Jornal Brasil) que era vice-líder de audiência com médias de 11 pontos no ibope, e na segunda semana de exibição o Castelo Rá-Tim-Bum chegou a registrar 10 pontos, depois 12 com picos de 14.
Além dos personagens já mencionados, há vários outros. No meio da sala principal do castelo tem uma árvore onde mora uma cobra rosa, a Celeste que, aliás, é uma das personagens mais fofas do infantil. E o Nino recebe visitas frequêntes como o entregador de pizza Bongô, interpretado por Eduardo Silva. A charmosa repórter de TV Penélope, interpretada por Angela Dippe. A lenda folclórica Caipora, interpretada por Patrícia Gasppar. E um ET, o Etevaldo, que foi interpretado por Wagner Bello. Além do Dr. Pompeu Pompílio Pomposo, conhecido como Dr. Abobrinha, interpretado por Pascoal da Conceição. No entanto, ele não é amigo e, sim, um vilão, um especulador imobiliário que deseja derrubar o Castelo para construir um prédio de cem andares no local.
E não para por aí. Em cada canto do castelo vive alguma criatura, ou algun objeto animado. Na mesma árvore que serve de casa para a Celeste, vivem alguns passarinhos, a Patativa 1, interpretada por Dilmah Souza, a Patativa 2, interpretada por Ciça Meirelles, e o João de Barro que a cada episódio é interpretado por um músicos diferente, já que em cada vez que ele aparece toca um instrumento distinto.
No lustre do castelo vivem duas fadinhas, a Lana, interpretada por Fabiana Prado, e a Lara, interpretada por Theresa Athayde. Tem também os gêmeos Tíbio, intepretado por Flávio de Souza, e Perônio, interpreatado por Henrique Stroeter. E o Telekid, interpretado por Marcelo Tas.
E ainda, o Porteiro, o Relógio, o Godofredo e o Mau que andavam pelos encamentos do castelo, o Radialista, o Gato Pintado, o Fura Bolo, o Tap e o Flap, o Livro Falante, o Felizberto, o Girassol Carnívoro, e o Ratinho cantor.
O Castelo Rá-Tim-Bum deu tão certo que virou uma franquia. O programa foi vendido para vários países e deu origem a outras produções, também educativas, como Teatro Rá-Tim-Bum e Ilha Rá-Tim-Bum. Além de produtos licenciados como um álbum musical contendo 18 faixas, livros abordando o universo de distintos personagens do programa, revista em quadrinhos, o filme que foi lançado em 1999, uma animação transmitida em 2021, e uma série com Morgana e Celeste lançada em 2023, além de peças teatrais e exposição.
Em 25 de fevereiro de 2023, a TV Cultura, em parceria com a fabricante de biscoitos Oreo, exibiu um reencontro com os atores que fizeram a série nos anos 90. Infelizmente o Luciano Amaral que interpretou Pedro não pode participar devido a questões contratuais, e o Flavio de Souza, um dos criadores, também não esteve presente.
Curiosidades
Cao Hamburguer dirigiu vários programas de sucesso como Disney Club e Disney CRUJ, no SBT. E Malhação: Viva a Diferença, na TV Globo, além de várias outras obras.
Flavio de Souza trabalhou para alguns filmes do Renato Aragão, vários da Xuxa e em um da Angélica. Por exemplo, Didi o Cupido Trapalhão, Abracadabra, e Um Show de Verão, entre outras produções.
Inicialmente, O Castelo Rá-Tim-Bum ia se chamar Castelo do Doutor Victor ou Castelo Encantado. A sua estrutura foi inspirada nas obras do arquiteto espanho Antoni Gaudi.
Os bonecos foram criados por Jésus Sêda, e vários dos manipuladores faziam mais de um personagem. O Álvaro Petersen Jr manipulava a Celeste e o Godofredo. O saudoso Cláudio Chakmati manipulava o Mau, o Porteiro, e fazia o Radialista. O Fernando Gomes manipulava o Gato Pintado, o Relógio, e dava vida ao Fura Bolo. O Luciano Ottani manipulava a Adelaide. O Theo Werneck fazia o Tap. O Gérson de Abreu fazia o Flap. O João Ferreira manipulava o Livro falante, o Felizberto, e o Girassol carnívoro. E o Marcos Magalhães ficou responsável pelas animações do Ratinho.
Na década de 1980 o Silvio Santos comprou um terreno ao lado do Teatro Oficina, do saudoso dramaturgo Zé Celso, com a intenção de construir duas torres impresariais, o que prejudicaria o teatro. O imbróglio se estendeu por anos e isso, segundo o ator Pascoal da Conceição, em entrevista para o GloboNews, em 6 de julho de 2023, foi a inspiração para o seu personagem Doutor Abobrinha do Castelo Rá-Tim-Bum.
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