Quem dava vida aos bonecos da TV.

Nas décadas de 80 e 90, um programa infantil que se prestasse deveria ter assistentes de palco, alguns personagens caracterizados e bonecos. Aliás, os bonecos não foram, e não são nem nos dias de hoje, prioridade dos programas infantis, vamos relembrar de alguns personagens que conhecíamos, mas não sabíamos quem dava vida a eles, como por exemplo, o Zé Mulambo do Xou da Xuxa.

Quero começar relembrando daqueles personagens cujas identidades já foram reveladas e não teve nenhum problema, ou seja, saber quem era a pessoa que estava por debaixo do disfarce não estragou a fantasia, por exemplo o Fofão.

O Fofão foi criado por Orival Pessini para atuar no programa Balão Mágico, seria um adulto dando uma forcinha para a criançada do infantil. Ele teve total autonomia para criar o que ele quisesse e o resultado foi um porco humanoide, que era um extraterrestre. Tinha umas bochechas que renderam muita piada maliciosa, mas a intenção do artista era retratar a sua fofurice, e quem dava vida ao personagem era o próprio criado, o Orival Pessini.

Orival desenvolveu uma técnica de produzir máscaras de látex que davam um resultado muito bom, o Fofão, por exemplo não deixava aparente onde acabava a borracha e começava a pele do ator e essa não foi a sua única criação, o macaco Sócrates para o humorístico Planeta dos Homens é um dos seus personagens clássicos, e o outro é o Patropi da Escolinha do Professor Raimundo que também era uma máscara de borracha.

Orival Pessini faleceu no dia 14 de outubro de 2016, aos 72 anos, vítima de câncer.

A Priscila da TV Colosso demandava o trabalho de três pessoas para ganhar vida em cena. Uma delas ficava encarregada pela expressão facial via controle remoto, outra, no caso a dubladora Monica Rossi, para fazer a voz, e alguém precisava vestir a fantasia para dar os movimentos à personagem. Entreos atores que vestiaram a fantasia está o ator Paulo Adriane. Ele foi aprovado por meio de testes e se manteve na função desde 1994 até o final do programa. Outro que suou o corpicho nos palcos da turnê do infantil foi o ator Osmar Amorim que também já foi o Patati da dupla Patati e Patatá.

Em fevereiro de 2002, o Marcos Mion trocou a MTV pela Band, onde estreou o programa Descontrole, bem zoado como só ele consegue fazer, ou conseguia. Um dos personagens da atração era o Corvo que fazia matérias externas e atuava em esquetes. O ator que dava vida ao mesmo era o Rodrigo Scarpa que ficou bem conhecido quando integrou o elenco do programa Pânico na TV como o repórter vesgo.

Quando a Eliana estreou o Bom Dia & Cia ela teve alguns personagens icônicos, o computador falante Flitz por exemplo, e depois o Melocoton que fez um enorme sucesso, começou como um boneco manipulado e mais tarde passou a ser um personagem com corpo, pés e mãos. Em ambas as versões ele foi interpretado por Edilson Oliveira, o mesmo que deu vida ao Chiquinho quando a apresentadora foi para a Record, e que, aliás, também fazia a voz do Flitz.

Esses não foram os únicos personagens a ganharem vida através de Edilson Oliveira, pois ele já foi até o Bozo, e interpretou também o Mago Merlin do Show da Simony no SBT, o palhaço Fosco que trabalhou com Tati Bitati na Record e o Gênio do poço do programa Festolândia com a Eliana.

Seguindo nessa linha de bonecos, o Castelo RáTimbum dá uma extensa matéria só sobre os bonecos do programa, então eu vou ficar com um só, o Mau. No período das gravações do infantil, quem deu vida ao personagem foi o ator Cláudio Chakmati que, além desse da gargalhada fatal, fez a voz do Porteiro do castelo também.

Em 1994, ele fez uma participação na novela Éramos Seis, no SBT, e no ano seguinte se mudou para a ilha de Bali, na Indonésia, onde, infelizmente, foi encontrado morto em um quarto de um hotel em uma cidade no norte da Tailândia, em fevereiro de 1997.

No Show Maravilha, dentre os vários personagens do programa Mara contava com as interferências do Chocrível que habitava o balão, e mais tarde a estação do cenário. Ele até ganhou uma música no primeiro disco da apresentadora na época do infantil.

Segundo informações repassadas para este blog pelo Paulinho, que esteve no programa desde o começo, o intérprete do Chocrível foi o ator Fabio Vilalonga, que deu vida também ao personagem Zico do programa Bozo, no SBT, entre outros trabalhos que realizou. Infelizmente ele nos deixou em outubro de 2017, vítima de um câncer no fígado.

E para finalizar, o Xou da Xuxa teve dois personagens bem marcantes no programa, mais precisamente no quadro dos sorteios. O Moderninho que foi criado por Reinaldo Waisman, o cara era uma espécie de faz tudo na produção. Ele desenhava os cenários, dava vida a alguns elementos da cenografia no palco, produzia todo tipo de arte que envolvia desenhos, inclusive o gibi da Xuxa, e também dava vida à sua criação. Aquela loucura toda do Moderninho era fruto do próprio Reinaldo.

E o outro personagem era o Frentinha que tinha esse nome porque a Xuxa achava que ele parecia o humorista Costinha.

O encontro da apresentadora com o personagem aconteceu em uma produtora, onde ela foi fazer um trabalho e onde trabalhava o criador do boneco que resolveu apresentar um ao outro. O encanto foi imediato e o rapaz foi contratado para fazer parte do Xou, mas o nome do personagem não era Frentinha, ele se chamava Zé Mulambo.

Marcelo Ribeiro tinha o boneco porque desde que seu pai, o Hugo Ribeiro, ganhou um concurso da Receita Federal para explicar o que é imposto de renda para criança, ele foi convidado para outras campanhas e o Zé Mulambo, ou Frentinha, como ficou conhecido, era um dos vários outros fantoches que foram confeccionados. Com o sucesso do personagem, ele foi convidado para atuar na Rede Manchete e na TV Band.

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