Alô Doçura

Em 1990 o SBT decidiu ressuscitar a série Alô Doçura, um antigo sucesso da Tupi dos anos 50, colocando como protagonistas César Filho e Virgínia Novicki.

Virginia Nowicki e Cesar Filho - Alô Doçura. png.

A versão original de Alô Doçura foi criada por Otávio Gabus Mendes, pai de Cassiano, para a rádio sob o título de O Encontro das Cinco e Meia com os atores Haydée Miranda e Paulo Maurício nos papeis principais, e depois, entre 1953 e 1964, adaptou para a TV com Eva Wilma e John Herbert interpretando o casal principal.

Quando o programa já estava no ar, foi rebatizado de Alô Doçura! e era exibido uma vez por semana, mas com o sucesso que obteve, passou a ter dois episódios semanais. Essa foi a primeira série no Brasil em formato sitcom com histórias apresentadas em forma de esquetes com duração de 20 minutos. Os temas eram sempre centrados nos problemas de comunicação entre um homem e uma mulher e em cada episódio, que tinha um título de acordo com o assunto do dia, os atores interpretavam personagens diferentes. As histórias eram encenadas em auditório com uma plateia acompanhando ao vivo.

segunda versão estreou no SBT, no dia 5 de novembro de 1990, no horário das 18h sendo levada ao ar de segunda à sexta-feira com César Filho e Virgínia Nowicki como o casal protagonista.

Luiz Gonzaga Cesar Filho nasceu em Guaratinguetá, no dia 17 de setembro de 1960. Quando estreou em Alô Doçura ele já tinha feito algumas telenovelas, como Hiper Tensão em 1986 e Sassaricando em 1987, na Globo, e Kananga do Japão na Manchete, em 1989. Depois voltou à Globo onde atuou na minissérie La Mama ao lado de Dercy Gonçalves, em 1990, e então foi para o SBT.

Cesar Filho tem em seu currículo muito mais atuações como apresentador do que como ator e fez alguns trabalhos distintos simultaneamente. De 1985 a 1989, por exemplo, ele era um dos apresentadores do Fantástico e de 1987 a 1989 foi apresentador do musical Globo de Ouro também. Foi a fase em que começou a namorar a apresentadora Angélica, que na época tinha 15 anos e despontava a frente do programa Clube da Criança, além de fazer muito sucesso com a canção Vou de Táxi.

Virginia Nowicki nasceu em São Paulo, no dia 4 de fevereiro de 1967. Ela era a garota propaganda das Lojas Marisa no final dos anos 1980. A sua desenvoltura e carisma lhe rendeu o convite para a TV e Alô Doçura foi o seu primeiro trabalho oficialmente como atriz.

Na estreia de Alô Doçura, a série alcançou uma média de 12 pontos perdendo para a Globo, que fez 48. Mas no dia seguinte a média caiu para 7 pontos e foi baixando cada vez mais.

A vinheta começava com as linhas que formavam a logo do programa e depois apareciam dois bichinhos, um azul e um rosa, que se perseguiam entre algumas maçãs. A música também era simples, mas chiclete o suficiente para grudar na cabeça de quem a ouvia, tratava-se apenas de o nome do programa sendo repetido em entonações diferentes.

Já em relação as histórias, Walter Avancini ficou com a direção e Gugu Keller foi o encarregado de adaptar a obra original para uma linguagem mais atual. Cesar e Virgínia eram os que mais apareciam e passavam por situações diferentes a cada semana, não eram necessariamente um casal, mas sempre tinham um pretexto para acabar se encontrando e no final de cada episódio podiam ou não acabar em um romance. Ambos não eram exímios atores, não convenciam muito, mas a série era aquela coisa que de tão ruim, era boa.

A graça do programa estava na forma como as situações eram conduzidas para explorar o velho confronto dos opostos sexuais. Assim, podíamos ver o casal protagonizando uma discussão entre vizinhos, entre a riquinha e o pobretão, envolvendo colegas de trabalho, além de outros casos cotidianos. 

César Filho deixou o elenco e foi substituído por Gérson Brenner, mas como a audiência estava bem baixa, a emissora (entenda Silvio Santos) decidiu cancelar a série antes de completar aquela primeira temporada e passou a ser reprisar os episódios até o dia 17 de maio de 1991, quando foi substituída pelo jornalístico Aqui Agora.


Curiosidades.

Além de programas de TV, Cesar Filho trabalhou em rádios também, ele passou pela Jovem Pan FM, Rádio Bandeirantes, Rádio Record, Rádio Capital, Antena 1, Rádio América e 89 FM A Rádio Rock. Após deixar o elenco de Alô Doçura, ele retornou à Manchete onde apresentou o programa Almanaque Manchete de 1991 a 1995. Depois, só voltou a TV em 2006, no SBT, onde ficou até 2014, quando apresentou Ver para Crer, SBT Repórter, Aqui Agora, Boletim de Ocorrências, SBT Manhã e Notícias da Manhã.

A partir de 2015 passou a apresentar o programa Hoje em Dia, e Aeroporto: Área Restrita, na RecordTV.

Virginia Nowicki fez parte das celebrações dos 10 anos do SBT, em 1991 ela apresentou o programa Musidisc, que foi uma das várias atrações que a emissora levou ao ar naquele ano. Foi quando nasceu o Programa Livre e o Sabadão Sertanejo. E assim como Cesar, ela também passeou por algumas emissoras.

Em 1994 foi repórter do Vídeo Show, na Rede Globo, e em 1995 foi repórter do programa Você Decide. Ela atuou também em algumas produções da casa, como em um episódio de Você Decide, na novela Vira-Lata e na minissérie Decadência. Em 1998 apresentou com Sérgio Mallandro o programa Domingo Total na Rede Manchete e no mesmo ano migrou para a RecordTV onde apresentou o Fala Brasil e depois o programa Zapping, uma espécie de Vídeo Show da emissora. Além disso, atuou na minissérie A História de Ester e na novela Roda da Vida.

Em 2004 ela atuou em dois episódios do programa Linha Direta na Globo, e em 2006 ficou em terceiro lugar no programa Bailando por um Sonho no SBT, a versão de Dancing Brasil ou Dança dos Famosos que foi apresentada por Silvio Santos. Depois disso foi parar na RedeTV! onde apresentou Arte Brasil e apresentou também o programa Sobre Formigas e Gafanhotos. De 2013 a 2015 esteve no elenco de Chiquititas, no SBT, como a personagem Eduarda Bittencourt.

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1 comments:

Anônimo

A canastriçe de Cesar Filho arruinou a série. Ele era um péssimo ator. Lembro de um episódio onde ele e Virginia faziam um casal de namorados bêbados. Ele era incapaz de ser engraçado ou minimamente convincente no papel de bêbado, com o agravante de que o roteiro exigia que ele falasse quase o tempo todo, enquanto Virginia na maior parte do tempo apenas ria. Mas a alegria, sensualidade e expressão de estupor alcóolico dela eram formidáveis, e parecia como se ela não quisesse mais nada da vida além de ficar bêbada junto com o personagem de César. E dois aparentemente ficaram bêbados e felizes para sempre.