Show Maravilha

Eliemary Silva da Silveira nasceu no dia 6 de março de 1968. Em 1987, um mês depois de completar 19 anos, ela estreou o seu melhor programa que entrou para a história do SBT como um dos melhores da emissora, o Show Maravilha

Mara Maravilha png. Logo Show Maravilha png.

Antes de estrear o Show Maravilha Mara já era bem atuante na televisão. Só no SBT ela atuou em vários programas como júri do Show de Calouros com o Silvio Santos nas noites de domingo e repórter do Viva a Noite comandado pelo Gugu aos sábados.

Como a Xuxa estava fazendo muito sucesso na Globo com o Xou da Xuxa, o Silvio Santos resolveu criar um programa do mesmo estilo para o SBT e apostou em Mara para apresenta-lo. Assim, no dia 6 de abril de 1987, às 16h30, estreou o Show Maravilha.

O programa ia ao ar até às 18h15, mas com o sucesso que alcançou, superando todas as expectativas, teve o seu tempo estendido e chegou a ser transmitido das 14h30 às 19h, em 1988. Até nessa época passava de segunda a sexta, mas a partir de 1989 o programa ganhou os sábados também.

O cenário do Show Maravilha era um dos mais lindos, se não o mais lindo, dos programas infantis da época. Quando estreou tinha basicamente um sol na parede e umas nuvens que passavam diante dele, além de algumas árvores secas. O palco era circular com vários círculos coloridos e ao redor passava o trem que servia de meio de transporte para a apresentadora. Naquela época a Mara ainda usava um microfone com cabo.

A plateia era composta por crianças filhas dos funcionários da emissora. Até as filhas do Silvio Santos participavam da gravação. Aliás, filhos de famosos também como a Sandy e o Júnior, a Wanessa Camargo, a Cléo Pires...

Depois de um tempo muitas crianças começaram a participar e a gravação até precisou mudar de estúdio, para um maior, para acomodar todo mundo. Mara passou a usar o teatro onde Silvio Santos e o Gugu gravavam os seus programas.

Mara contava com o auxílio de suas assistentes de palco que se vestiam de borboletas, além do Paulinho que era o maquinista do trem. Ele ficava encarregado de conduzir para a apresentadora e também por levar os artistas convidados até o palco. Muitos famosos passaram pelo Show Maravilha como a Angélica, a Eliana quando integrava o grupo As Patotinhas, a Adriane Galisteu quando integrava o grupo Meia Soquete, entre outros.

Com o sucesso do Show Maravilha, o cenário foi sendo aprimorado, ganhando novos elementos, e entraram outros personagens também no programa, como o Banana vivido por Fábio Villalonga, o palhaço Tira Gosto vivido por Adilson Hechila e o Chocrível que era um boneco fantoche.

A Abertura do programa era bem colorida, boa parte eram imagens da Mara fazendo caras e bocas, e essa vinheta ficou todo o ano de 1987, 1988 e 1989. A canção tema fez parte do álbum Maravilha, o disco tem 12 faixas começando com Vem Brincar Comigo, seguida por Deu a Louca Nos Bichos, Amigo É com participação de Roy Rosello, com quem Mara namorava na época. Depois, tinha Sapeca, Beijoca Açucarada, Maravilha (o tema de abertura), Bola de Cristal com a participação de Baby Consuelo, essa música tinha sido escrita para a Xuxa. Seguida por Chocrível, Rock da Mamãe, Chuva de Estrelas, Coração na Mão e Hoje é Seu Dia.

Ao longo dos anos, vários desenhos animados foram apresentados no programa, como Snoopy, A Pantera Cor de Rosa, Os Jetsons, Pica-Pau, Pernalonga, Tom e Jerry, O Fantástico Mundo de Bobby, Punky, Popples, Nossa Turma, Kissyfur, Jonny Quest, Cavalo de Fogo, Popeye, Ursinhos Carinhosos, Muppet Babies, Ducktales e O Pequeno Príncipe, entre outros.

Sol do Show Maravilha png. Trem do Show Maravilha png.

Com o sucesso do Show Maravilha, já a partir do seu segundo ano, em 1988, passou por uma série de aprimoramentos, não só no cenário, mas também teve algumas mudanças no elenco do programa. Mara, que antes tinha apenas as assistentes de palco que se vestiam de Borboletas, ganhou também um time de garotas que se vestiam de gatas.

Nesse ano ela lançou o álbum Mundo Maravilha, com uma capa linda e assim como o anterior, totalmente infantil. Ou melhor, quase totalmente infantil, não fosse a música Olha Pra Mim que é romântica e a Festa do João que fala de namorados, mas soa infantil.

Além dessas duas canções, o álbum ainda tem: Foi Assim, Break da Galera, Estória da Maria Inêz, Criança Mimada, Bomba de Chocolate, Fantasia, Adulto é Bicho Estranho, Merengue Comigo, Super Banana e A Vida é Um Show.

O cenário mudou em 1989, foi quando ela migrou para o Teatro Silvio Santos para ter mais espaço. O desenho do palco passou a ter listas retas, o sol também ganhou uns raios ao seu redor, e a escada por onde subia ao sair do trem e descia de novo até o palco deu lugar a uma estação.

O Chocrível passou a ocupar a estação e o seu antigo balão foi convertido em um dirigível. O Banana não fazia mais parte do elenco.

Nesse ano Mara lançou seu álbum homônimo. Era como se estivesse dando um restart na sua carreira musical e apesar de ter levado uma bronca do Silvio Santos por deixar de cantar canções infantis, ela teve um aumento progressivo na venda dos seus discos. Ou seja, cada lançamento vendia mais do que o anterior.

Esse disco começa com a canção Planeta Azul que caiu no gosto das crianças e era seguida por Liga Para Mim, o seu maior hit que tocou muito nas rádios e na TV e se tornou um dos seus clássicos. Depois tinha, Enquanto A Chuva Cai, Cúmplice, A Gente Se Vê Por Ai, Coração De Papel, Uma Noite De Solidão, Pensamentos Voam, Estou Gamado Em Você e Média 5 (Passei !), a única música infantil do álbum.

Em 1990, o Show Maravilha passou por uma grande reformulação. Na verdade, todos os programas infantis do SBT sofreram alterações em decorrência da crise financeira da emissora. Os cenários foram simplificados e Mara perdeu o trem que era um dos principais elementos do programa. Aliás, da identidade visual basicamente só o sol permaneceu.

Não tinha trem, mas a estação continuava, ou pelo menos uma porta de entrada onde um dia foi a estação. O Chocrível e as Gatas saíram do programa, mas entraram outros integrantes, foi formado o grupo das Maravilhas e dos Marotos, além de um corpo de balé que ficava num dos cantos do cenário. As Borboletas continuaram, mas era meninas menores do que as anteriores, e o Paulinho também continuou.

A Mara costumava ter a Borboleta do dia e a partir de 1990 ela passou a ter a Maravilha e o Maroto do dia também. A abertura do programa mudou, passou a ser um video clipe mostrando a apresentadora em várias situações se divertindo.

Ela lançou o álbum Deixa a Vida Rolar com 12 faixas. A primeira era a que dava nome ao disco, seguida por Não Faz Mal, que virou outro hit de sua carreira, mais forte do que Liga Pra Mim. Tinha também Na Ilha Dos Sonhos Perdidos, É Você, Doida pra Dançar que foi a sua participação para o acervo da lambada que estava em alta no momento. Depois, Quero Sonhar, Menino de Brinco, Vamos Passear no Parque, Não Vale a Pena, Outra Vez, Carrossel do Amor e Esse Tal de Roque Enrow.

Esse álbum, apesar da capa super sensual, incoerente com a proposta do programa, teve mais hits infantis que tocaram bastante no programa do que o anterior.

Em 1991 o programa teve um cenário especial para a comemoração dos 4 anos no ar, com mais elementos, mais colorido, mas no decorrer do ano foi simplificado outra vez e a estação ganhou uma porta giratória. A vinheta de abertura era similar a anterior com várias cenas de Mara em tomadas externas, e o Paulinho passou a integrar o grupo dos Marotos.

Em agosto o programa passou para as manhãs e nesse ano Mara lançou o álbum Curumim que outra vez tem mais músicas para adultos do que para crianças. Começa com Mens Sana in Corpore Sano, depois tem Vivendo e Aprendendo, Óleo e Alegria, Sou Assim, E Agora, Convidado Especial, Sombra Em Nosso Olhar que foi gravada para a abertura da novela Salomé da TV Globo, mas resolveram trocar de intérprete por causa do seu contrato com o SBT. Aí tem Curumim Iê Iê, Lobo Mal, Não Tem Jeito, Sou Toda Você, Tomara, Naves Imperiais e Brincar.

Logo Show Maravilha png

Em 1992 o cenário foi completado com um parquinho nas laterais e a entrada da Mara passou a ser pela boca do sol, já os convidados do programa entravam por um túnel de neon. A vinheta misturava imagens reais com animação gráfica e o logo do programa mudou, as letras eram formadas por nuvens e notas musicais.

Nesse ano foi lançado o álbum com o nome do programa, Show Maravilha, composto por músicas cantadas por cantores mirins que foram lançados no infantil, pelo elenco e por artistas amigos de Mara, além de três faixas do disco Curumim, que são: Convidado Especial, Curumim Iê Iê e Brincar.

De inédita com a voz da Mara, tem a canção Direito da Criança que conta com a participação dos Marotos, das Maravilhas e de outros artistas mirins e Você Precisa Acreditar, que ela canta com a Tia Arilma. Aí tem, Estrela & Destino, cantada por Maria Safadinha. Devora-me, dos Marotos. Som & Festa, com o Grupo Ping Pong. Coisa de Criança Feliz, com o Grupo Ping Pong. O Amor é Fácil de Achar, das Maravilhas. Zinbabwe, com Viviane Tripodi. E Te Quero Mais, com Carmen.

Nesse ano aconteceu a única transmissão ao vivo do Show Maravilha, foi no aniversário da Mara, mas no último bloco houve um apagão no estúdio pouco antes do término da gravação, ou seja, o programa acabou abruptamente.

Em agosto de 1993 Mara lançou o sem álbum mais bem-sucedido, O Importante É Ser Feliz, que tinha como carro chefe a canção Jesus Cristo, seguida por Quando Eu Puder (Got To Be There), Importante É Ser Feliz, Maravilhê, Calendário Da Mara, Ficar Por Ficar, A Gente Sempre Vai Se Amar, Simples Mensagem, Swing Maravilha, Alta Ansiedade, Não Pode Parar e Foi O Ouro.

Logo Show Maravilha png.

A vinheta de abertura passou a ser um desenho animado e a música era apenas instrumental. A logo foi a mais diferente de todos os anos do programa.

O cenário foi todo reformulado, era uma paisagem multicolorida com castelos, prédios, hélices e brinquedos em forma de frutas além de um imenso arco-íris que começava no centro do palco e servia de passarela até o castelo de onde Mara chegava e para onde ela se dirigia ao final do programa. Mas, apesar de toda essa reformulação foi a fase que menos durou.

O diretor Rick Medeiros assumiu o núcleo infantil em 91 e foi o responsável pelo fim do programa. Segundo o que dizem, ele não gostava de Mara e não facilitou a vida dela. Uma das propostas para a sua renovação do contrato era a reformulação do Show Maravilha. Para isso Mara se limitaria a apresentar os desenhos, sem plateia e sem assistentes de palco. Óbvio que ela não concordou e deixou a emissora.

O infantil se manteve no ar com programas inéditos até o dia 16 de fevereiro de 1994, sendo encerrado oficialmente no dia 28 do mesmo mês.

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