Silvio Santos

Senor Abravanel nasceu no Rio de Janeiro em 12 de dezembro de 1930 no boêmio bairro da Lapa.

Já aos 14 anos, com o irmão Leon e um sobrinho de Adolpho Bloch, vendia nas ruas capa para título de eleitor quando o Brasil entrava numa fase de redemocratização após a ditadura do Estado Novo.
Foi um fiscal da prefeitura que o indicou para um teste na Rádio Guanabara, onde venceu Chico Anysio e José Vasconcelos, no entanto depois de um mês voltou para as ruas, já que como camelô ganhava mais dinheiro.

Aos 18 anos serviu o exército como paraquedista e para conciliar o serviço das forças armadas com uma profissão, tornou-se locutor em uma rádio de Niterói.

Silvio soube usar todas as oportunidades para lucrar e construir sua carreira artística. Foi radialista na barca que fazia a travessia do Rio Niterói e depois, em São Paulo, trabalhou em bares apresentando espetáculos e sorteios em caravanas de artistas.

Tornou-se técnico em contabilidade e estreou na televisão em 1962 com o programa Vamos Brincar de Forca pela TV Paulista, adaptando o formato de shows, espetáculos e sorteios que já fazia.

Paralelamente a carreira de tv, comprou de Manuel da Nóbrega o Báu da Felicidade, empresa que vendia baús de presentes de Natal para crianças, que mais tarde foi adaptada para venda de carnês e sorteios.

Quando a TV Paulista tornou-se filiada da Rede Globo, Silvio alugou o horário e revertia o investimento em anúncios publicitários até que em 1970 os diretores da Globo, Boni e Walter Clark, promoveram reformas no padrão da emissora e não permitiam programas independentes e nem que seus contratados desenvolvessem atividades paralelas.

Persuadido por Roberto Marinho, Silvio ficou na Globo até 1976, quando passou a fazer seus programas na Rede Tupi e transmiti-los simultaneamente com a TVS (TV Studios) canal 11, cuja concessão havia sido outorgada no dia 22 de outubro de 1975 pelo presidente Ernesto Geisel.

Com a falência da Rede Tupi, Silvio passou a trabalhar na Rede Record e chegou a comprar 50% dos direitos da emissora, no entanto em 1981 obteve licença para operar o canal 4 de São Paulo dando início a sua própria tv e continuou usando as repetidoras da Record para alcançar o interior até que no final da década de 1980 a marca SBT ocupou toda a rede.

Só em 1990 é que Silvio vendeu sua parte de Record para o bispo Edir Macedo.

Sílvio projetou em rede nacional Gugu Liberato que apresentava o divertidíssimo Viva a Noite, Mara Maravilha com seu Show Maravilha, Carla Perez como apresentadora, Mariane, Eliana, o palhaço Bozo e a cantora Flor. Além de comprar o passe de Angélica da extinta Rede Manchete e manter Hebe Camargo nas grades da emissora por longos anos.
Em 1987 por problemas na vóz assegurou a permanência de Gugu no SBT que já havia assinado contrato com a Globo.

Sílvio soube explorar programas novos, jogos simples que cairam no gosto popular como o Qual É A Música e trazer para o país as novelas mexicanas de grandes sucessos, é o caso de Carrossel, Rebelde e Chiquititas, além de é claro, o clássico Chavez.

Silvio desenvolveu paralelamente ao SBT várias outras empresas como o banco PanAmericano, Jequiti Cosméticos e Baú da Felicidade, que durante anos fizeram o dinheiro circular como em um ciclo vicioso, ele era o seu maior anunciante em sua própria emissora de tv, mas em 2010 devido a um rombo de mais de dois bilhões e meio de Reais no PanAmericano, no ano seguinte vendeu o Báu da Felicidade e o próprio banco.

Silvio Santos é um homem que se renova, mesmo sem se reinventar. O que faz já tem uma formula conhecida e seu grande trunfo é sua simpatia para com seus telespectadores, tanto que quando tentou se candidatar a presidente da República em 1989 já tinha apoio suficiente dos eleitores a ponto de ameaçar outros candidatos.

Por outro lado, o Senor Abravanel não é do tipo que se deixa levar pelo lado emocional e faz de sua emissora seu maior brinquedo, alterando a grade de horário das programações e contratando e despedindo artistas sem aviso prévio.

Além de piedade o que Silvio não tem é medo, pois algumas vezes não mediu consequências ao lançar na programação do SBT as versões originais, brasileiras, de novelas cujo direito autoral já pertencia a outras emissoras, como é o caso de Pantanal (comprada legalmente, mas) de autoria de Benedito Rui Barbosa, pertencente a Globo e Xica da Silva, além de A História De Ana Raio de Zé Trovão, novelas que a maioria dos artistas já estavam contratados por outras redes de tvs.

Assista o vídeo aqui.

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