Já aos 14 anos, com o irmão
Leon e um sobrinho de Adolpho Bloch, vendia nas ruas capa para título de
eleitor quando o Brasil entrava numa fase de redemocratização após a ditadura
do Estado Novo.
Foi um fiscal da prefeitura
que o indicou para um teste na Rádio Guanabara, onde venceu Chico Anysio e José
Vasconcelos, no entanto depois de um mês voltou para as ruas, já que como
camelô ganhava mais dinheiro.
Aos 18 anos serviu o exército
como paraquedista e para conciliar o serviço das forças armadas com uma
profissão, tornou-se locutor em uma rádio de Niterói.
Silvio soube usar todas as
oportunidades para lucrar e construir sua carreira artística. Foi radialista na
barca que fazia a travessia do Rio Niterói e depois, em São Paulo, trabalhou em
bares apresentando espetáculos e sorteios em caravanas de artistas.
Tornou-se técnico em
contabilidade e estreou na televisão em 1962 com o programa Vamos Brincar de
Forca pela TV Paulista, adaptando o formato de shows, espetáculos e sorteios
que já fazia.
Paralelamente a carreira de
tv, comprou de Manuel da Nóbrega o Báu da Felicidade, empresa que vendia baús
de presentes de Natal para crianças, que mais tarde foi adaptada para venda de
carnês e sorteios.
Quando a TV Paulista
tornou-se filiada da Rede Globo, Silvio alugou o horário e revertia o
investimento em anúncios publicitários até que em 1970 os diretores da Globo,
Boni e Walter Clark, promoveram reformas no padrão da emissora e não permitiam
programas independentes e nem que seus contratados desenvolvessem atividades
paralelas.
Persuadido por Roberto
Marinho, Silvio ficou na Globo até 1976, quando passou a fazer seus programas
na Rede Tupi e transmiti-los simultaneamente com a TVS (TV Studios) canal 11,
cuja concessão havia sido outorgada no dia 22 de outubro de 1975 pelo
presidente Ernesto Geisel.
Com a falência da Rede Tupi,
Silvio passou a trabalhar na Rede Record e chegou a comprar 50% dos direitos da
emissora, no entanto em 1981 obteve licença para operar o canal 4 de São Paulo
dando início a sua própria tv e continuou usando as repetidoras da Record para
alcançar o interior até que no final da década de 1980 a marca SBT ocupou toda
a rede.
Só em 1990 é que Silvio
vendeu sua parte de Record para o bispo Edir Macedo.
Sílvio projetou em rede
nacional Gugu Liberato que apresentava o divertidíssimo Viva a Noite, Mara
Maravilha com seu Show Maravilha, Carla Perez como apresentadora, Mariane,
Eliana, o palhaço Bozo e a cantora Flor. Além de comprar o passe de Angélica da
extinta Rede Manchete e manter Hebe Camargo nas grades da emissora por longos
anos.
Em 1987 por problemas na vóz
assegurou a permanência de Gugu no SBT que já havia assinado contrato com a Globo.
Sílvio soube explorar
programas novos, jogos simples que cairam no gosto popular como o Qual É A
Música e trazer para o país as novelas mexicanas de grandes sucessos, é o caso
de Carrossel, Rebelde e Chiquititas, além de é claro, o clássico Chavez.
Silvio desenvolveu
paralelamente ao SBT várias outras empresas como o banco PanAmericano, Jequiti
Cosméticos e Baú da Felicidade, que durante anos fizeram o dinheiro circular
como em um ciclo vicioso, ele era o seu maior anunciante em sua própria emissora
de tv, mas em 2010 devido a um rombo de mais de dois bilhões e meio de Reais no
PanAmericano, no ano seguinte vendeu o Báu da Felicidade e o próprio banco.
Silvio Santos é um homem que
se renova, mesmo sem se reinventar. O que faz já tem uma formula conhecida e
seu grande trunfo é sua simpatia para com seus telespectadores, tanto que
quando tentou se candidatar a presidente da República em 1989 já tinha apoio
suficiente dos eleitores a ponto de ameaçar outros candidatos.
Por outro lado, o Senor
Abravanel não é do tipo que se deixa levar pelo lado emocional e faz de sua
emissora seu maior brinquedo, alterando a grade de horário das programações e
contratando e despedindo artistas sem aviso prévio.
Além de piedade o que Silvio
não tem é medo, pois algumas vezes não mediu consequências ao lançar na
programação do SBT as versões originais, brasileiras, de novelas cujo direito
autoral já pertencia a outras emissoras, como é o caso de Pantanal (comprada
legalmente, mas) de autoria de Benedito Rui Barbosa, pertencente a Globo e Xica
da Silva, além de A História De Ana Raio de Zé Trovão, novelas que a maioria
dos artistas já estavam contratados por outras redes de tvs.
Assista o vídeo aqui.
0 comments:
Postar um comentário