Você já deve ter percebido que quando estamos ouvindo instruções de alguém, se não entendemos a pessoa, a interrompemos e dizemos, "desculpa, eu não entendi". Mas se somos nós que estamos explicando para nos certificar de que a outra pessoa está assimilando costumamos perguntar, "você entendeu"?
Isto é, a culpa pela não compreensão, ou os louros pela compreensão, será sempre do ouvinte, mas não é bem assim. Algumas pessoas podem ter mais dificuldades de assimilação do que outras e isso envolve uma série de fatores, mas geralmente a falha no aprendizado do ouvinte é culpa do falante, pois ele não foi capaz de se expressar de forma clara o suficiente para ser compreendido.
Já imaginou se ao invés do ouvinte dizer "desculpa, eu não entendi", ele dissesse "desculpa, você não foi claro."?
Pois é isso que o falante faz, quando ele pergunta se o ouvinte entendeu, atribui a falha do aprendizado ao aprendiz. E essa pergunta (você entendeu?) soa como um julgamento de que o outro não é capaz de fazer as conexões cognitivas para assimilar as instruções, ou seja, é colocado em um nível inferior, em outras palavras, chamado de burro, e a comunicação flui melhor e se torma mais assimilável quando se mantém em linha horizontal.
Então, ao invés de seguir agindo dessa forma, na próxima vez que você queira se certificar de que o seu interlocutor está assimilando as suas orientações pergunte se você está sendo claro. "Estou sendo claro?" Ou, "me fiz entender"? Assumindo a responsabilidade pela transmissão do conhecimento, ou orientação, ou o que quer que seja.
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