Personagens Infantis

Um programa infantil dos anos 80 e 90 para fazer sucesso deveria ter pelo menos um personagem não humano em seu elenco. Um exemplo disso foi o Balão Mágico, que era conduzido por crianças e os adultos que faziam parte do matinal eram personagens disfarçados, um deles era o Fofão.


O Fofão era uma mescla estranha, tinha aspecto de porco, mas era um alienígena que veio do planeta Fofolândia. Ele conquistou a simpatia das crianças e depois, com o fim do Balão Mágico teve o seu próprio programa, o TV Fofão na Band. Além do seu programa de TV, teve revistas em quadrinhos, discos, boneco, e uma série de produtos licenciados.


A propósito, quando acabou o Balão, estreou o Xou de Xuxa, e ela, além das Paquitas, tinha alguns personagens com quem interagia. Os mais famosos foram o Dengue e o Praga, mas haviam outros. No quadro em que eram realizados os sorteios, a apresentadora tinha a companhia de Frentinha, seu cachorro Xuxo e o mais ativo dos 3, Moderninho. Eram, portanto 3 bonecos.


Em 1987 estreou o Show Maravilha que tinha muitos personagens também. O Paulinho que era o maquinista do trem da Mara, as Borboletas, as Gatas, o palhaço Tiragosto, e o Chocrível que era um boneco, mas o mais legal, pelo menos para mim, era o Banana. Apesar de algumas vezes eu ficar na dúvida se era uma banana ou uma espiga de milho, que era com o que mais se parecia. Com exceção das Borboletas, esses personagens não chegaram até o final do programa da Mara, nem mesmo o Trem que era o seu meio de transporte de chegada e partida. Uma pena.


Eliana, quando estreou no Bom Dia & Cia teve o Flitz, um computador. Depois ganhou a companhia de Melocotón, um monstro rosa oscuro, e da minhoca Bizuca, além da boneca Recicléia, que era feita de materiais reaproveitados. Depois, na Record, além do Chiquinho, teve o Nhoc, que era uma cópia do Melocotón, o Bebê Alegria e o Vovô Alegria.


Acho que os últimos personagens que fecharam essa fase infantil na televisão foram os bonecos que Jacky teve no Bom Dia & Cia, o alienígena, o peixe e os pássaros, que você pode ver mais detalhes no post sobre o programa, clicando aqui.

Depois do Xou da Xuxa, estreou em seu horário o programa TV Colosso, que era uma televisão feita por cachorros. Alguns eram bonecos e outros eram pessoas fantasiadas. Nesse programa não havia pessoas normais, então eles se distinguiam dos assistentes de palco, mas tiveram muito êxito e assim como Fofão, tiveram revistas em quadrinhos e até um filme.


O programa teve 2 álbuns musicais com cancões interpretadas por outros cantores, ou seja, não eram os personagens que cantavan. Inclusive a canção de abertura do programa era com as Paquitas, e Tatiana Maranhão, que já tinha saído do grupo, também gravou uma música, o tema de Priscila, a estrela da TV Colosso. Ela costumava aparecer em outros programas, teve um álbum musical sólo e boneco também.


Curiosidades.


O intérprete de Fofão se chamava Orival Pessini, ele era um humorista que dominava uma técnica de fazer máscaras realistas, como já tinha feito algumas para um programa de humor, o diretor do Balão Mágico lhe pediu para que criasse um personagem e sua confiança era tal, que a criação não necessitava passar por aprovação. O artista nunca aposentou seu personagem Fofão. Ele voltou algumas vezes na TV, e desde 1984 até 1998 lançou 9 álbuns musicais. Em 2015 gravou um DVD, estilo Xuxa Só Para Baixinhos. Orival faleceu em 2016, devido a problemas de saúde gerados por um câncer.


Segundo Reinaldo Waisman, o desenhador que fazia as artes gráficas para Xuxa, Roberto Bettini, o intérprete do Dengue, era magro e alto, por isso sua roupa necessitava de volume. Isso explica os 6 braços do personagem. Bettini deixou de trabalhar em televisão depois do Xou da Xuxa, disse que foi convidado para fazer o Tchutchucão, mas não gostou de usar a fantasia. Hoje ele vive em Rondônia e trabalha como produtor artístico fazendo grandes eventos com artistas famosos. Segundo o empresário, conheceu muita gente e fez muitas amizades quando atuava como Dengue.


Os personagens da TV Colosso precisavam de muita gente para ganharem vida. Priscila, por exemplo, tinha os movimentos de sua cabeça controlada por controle remoto, os movimentos do seu corpo eram feitos por uma pessoa que vestia a fantasia e a vóz era dublada por uma atriz dubladora, a Mônica Rossi, que é fundadora do estúdio MG Estúdios. Mônica já dublou muitos atores de filmes e séries, além de outros personagens não humanos como a bruxa Kuka do Sítio do Pica Pau Amarelo. Quanto a cachorra mais famosa da TV Colosso, ela segue ativa, além de uma série de 10 vídeos com outros personagens do extinto programa, no Youtube Kids, tem o perfil "Priscila Show Oficial", no Instagram.


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