Isso não é um estudo antropológico, estou apenas compartilhando um detalhe interessante da história da humanidade. Ou melhor, dois detalhes.
1 - Tenho um amigo que se dedica a estudar as comunidades matriarcais, e em 2019 ele visitou uma aldeia na China, a sociedade Mosuo, onde os papeis sociais são invertidos, no entanto, com mais privilégios para os homens do que se podia esperar em um povo comandado por mulheres.
Nesse povoado, as mulheres assumem a liderança, os trabalhos braçais e são as líderes em todas as frentes, ou seja, os homens tem a função apenas de procriação e são totalmente passivos, não trabalham e nem exercem a paternidade, eles vivem com suas mães, e seus filhos, por sua vez, tem o papel masculino suprido em seu desenvolvimento pelos tios, irmãos de suas mães.
As meninas, quando atingem a maturidade ganham um quarto privado, onde podem receber homens e dar início a sua vida sexual, no entanto, as crianças pertencem à família, não exclusivamente à mãe ou ao pai. Todos vivem em uma mesma casa, mas não existe a convenção de casamento.
2 - Na cultura hindu, antiga, conhecida como linhagem tantrica, ou shakta, as mulheres eram muito valorizadas e vistas com um olhar de endeusamento, porque os homens não entendiam como elas eram capazes de gerar um filho. Na verdade, nem elas sabiam. Hoje em dia, essa linhagem continua valorizando a mulher, a desrrepressão, o matriarcalismo, mas são grupos discretos e evitam o termo "tantra" para que não sejam confundidos com qualquer tipo de apelo sexual.
Pois bem, ao longo dos anos, os homens começaram a relacionar a gravidez de uma mulher com alguns fatos, entendendo porque acontecia, quando acontecia, observando os atos dos seres humanos e dos animais. Bingo, entenderam que a gestação estava relacionada com o sexo e, então, a partir de aí as coisas se inverteram, porque afinal a mulher não podia engravidar se não fosse através de um homem, ou seja, quem era o poderoso, capaz de fazer uma criança era o macho e não a fêmea.
Desde então, o tempo se encarregou de colocar cada um no lugar que conhecemos, ao longo da história.
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