Até meados da década de 1990,
Os Trapalhões eram os recordistas de bilheteria do cinema nacional. O primeiro
filme foi antes, ainda, da formação da trupe que ficou conhecida com os quatros
integrantes, Didi, Dedé, Mussum e Zacarias.
Em 1966 estreou nos cinemas
Na Onda Do Iê-iê-iê, com Didi e Dedé. Depois disso, Didi gravou
outros três filmes solo até voltar a gravar com Dedé em 1970 o, A Ilha Dos
Paqueras, e desde então gravaram outros cinco filmes juntos, quando ,em 1976, Mussum se juntou aos dois no longa O Trapalhão no Planalto dos Macacos.
Como trio, eles gravaram mais
um filme, O Trapalhão Nas Minas do Rei Salomão, e em 1978 Zacarias se juntou ao trio, formando o clássico quarteto, em Os Trapalhões Na Guerra Dos Planetas.
Eles estiveram juntos em
outros nove filmes até se separarem e, então, em 1983, Dedé, Mussum e Zacarias
lançaram o filme, Atrapalhando o Suate, enquanto que Didi lançou, O Trapalhão
na Arca de Noé. Esse foi o primeiro filme de Renato Aragão em que Xuxa
apareceu, na época ela era modelo.
Em 1984 o quarteto estava
junto outra vez e lançaram o filme Os Trapalhões e o Mágico de Oróz, com Xuxa presente de novo. Nessa época ela já era apresentadora do Clube da Criança na
Rede Manchete. Os quatro trapalhões lançaram ainda outros 11 filmes, até
a morte de Zacarias em 1990.
Xuxa, por sua vez, participou
de outros três filmes com o quarteto. Os Trapalhões No Reino da Fantasia, em
1985. O Mistério de Robin Hood, em 1990 e este que está completando 30 anos, A
Princesa Xuxa e os Trapalhões.
Um detalhe, a Xuxa não é só
uma convidada, uma participação especial, o filme é uma parceria dela com os
Trapalhões.
Apesar da ideia de juntar a apresentadora com os humoristas, que eram garantia de sucesso em tudo o que faziam, algumas pessoas elevaram o filme ao clássico da sessão da tarde, enquanto que outras o colocaram na lista
dos filmes esquecíveis.
O filme estreou no dia 22 de
junho de 1989, foi dirigido por José Alvarenga Jr. e teve um orçamento de
US$600 mil. O longa conseguiu levar ao cinema mais de 4 milhões e 310 mil espectadores e foi utilizado como uma estratégia de ação social, pois deu a opção aos espectadores de trocarem agasalhos pelos ingressos, na ocasião da estreia.
Não foi um dos mais
assistidos da trupe, ele ocupa 12º lugar, mas, claro, fez sucesso e foi
comercializado também para Portugal. Na ocasião do lançamento, o filme disputou
bilheteria com Indiana Jones e a Última
Cruzada e Karatê Kid III – O Desafio Final, que já estavam em cartaz.
Bem, apesar de os Trapalhões
levarem muita gente ao cinema, os filmes tinham uma receita simples, apelativa,
eu diria. O roteiro nunca foi o forte deles, nem a interpretação dos atores. Eles mesclavam muitas
situações engraçadas, ou atrapalhadas, com muita música. Geralmente dos artistas
que atuavam com eles, como Conrado, Grupo Dominó, Grupo Polegar, a Angélica,
que assim como a Xuxa, tornou-se também a queridinha dos Trapalhões. E A Princesa Xuxa e Os
Trapalhões não foge muito dessa receita. Aliás, nesse filme as músicas ficaram
restritas aos instrumentais.
A história se passa no
planeta Antar, onde o vilão Ratan, interpretado por Paulo Reis, toma o poder
depois da morte do imperador, domina a todos e escraviza até as crianças.
Enquanto isso, a Princesa Xaron, Xuxa, que vive trancada no palácio, não se dá
conta do que acontece do lado de fora. Simples assim.
Mas, um trio de príncipes, o Mussaim,
o Zacaling e o Dedeon, interpretados respectivamente por Mussum, Zacarias e Dedé,
unem-se ao Cavaleiro Sem Nome, Didi, para combater Ratan e libertar as
crianças. Entre elas estão os
integrantes do grupo Trem da Alegria, que na época era formado por Juninho
Bill, Rubinho e Amanda.
Das várias críticas que o
filme recebeu, uma delas disse que A Princesa Xuxa e os Trapalhões repetia pela
milésima vez a luta entre o bem e o mal, e que os cenários e os figurinos eram
uma imitação explícita dos filmes da série Mad Max, com veículos velhos, paisagens
desérticas e roupas esfarrapadas.
Embora outras pessoas digam
que as referências são mais fortes a Star Wars. Talvez seja uma mescla porque
era praxe o Renato Aragão fazer paródias de obras conhecidas. Ele gravou, por
exemplo, Os Trapalhões no Auto da Compadecida. Aquela história de Ariano
Suassuna, onde Didi interpreta João Grilo e Dedé o Chicó.
Tem também, Os Trapalhões na
Guerra dos Planetas, que é uma paródia pra lá de bizarra de Star Wars. Os
Trapalhões e o Mágico de Oróz, que o nome já diz tudo, O Mágico de Óz, O
Mistério de Robin Hood... entre outros.
Alias, o próprio Didi é um
personagem inspirado em Charles Chaplin.
E contando com o carisma de
Xuxa e também do quarteto, o filme segue bem aquela narrativa clássica em que
“a moral da história” é sobre liberdade, amor ao próximo e respeito à natureza.
Pode ser trash, pode ser cult, o longa merece as melhores lembranças possíveis.
Curiosidades.
Esse foi o filme mais longo
dos Trapalhões, com mais de 1h40 de duração e também o que teve o maior
orçamento.
Foi o filme dos Trapalhões
que levou mais tempo pra ser produzido, quase 3 meses de gravações.
No filme, por um breve
momento, aparece um adesivo do Botafogo, onde estava escrito "Botafogo -
Campeão 2010" (Não citava em qual campeonato). Fato que se concretizou,
quando no dia 18 de abril de 2010 o Botafogo venceu o Flamengo, pela Taça Rio,
e sagrou-se Campeão.
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