Infelizmente
não aprendemos a gerenciar nosso dinheiro no colegial, e ouso dizer que temos um
comportamento imediatista a qual já soube existir na cultura indígena.
Tenho um
amigo que passou um período, no exército, na fronteira do Brasil com a Bolívia
e das diversas situações pela qual passou, que lhe renderam boas histórias, uma delas me chamou mais a atenção. Ele
travou contato com os índios e percebeu alguns detalhes. Os indígenas não são
pessoas que planejam o futuro, ao menos não esses com os quais meu amigo teve contato, pois vivem uma cultura imediatista.
O detalhe de tal conclusão é que se um deles
tem em mãos R$1.000,00, e se recebe uma proposta de venda de um aparelho de celular, por exemplo, esse indígena o compra, mesmo que não tenha o que comer em sua casa.
Talvez esse exemplo não reflita uma verdade absoluta, mas houveram outras situações que reforçaram a teoria do imediatismo. Por exemplo, quando um indígena precisa viajar, ele não leva nada consigo, absolutamente. Assim como não
precisa de roupas, não carrega suprimentos também, pois, quando sente fome,
procura comida e, da mesma forma, quando sente sede, procura água. E quando tem sono, improvisa um
abrigo.
Isso me fez pensar que a nossa cultura tem muito desse comportamento, pois é bem comum ver pessoas reclamando que o dinheiro acaba antes de terminar o
mês. Tudo bem que os preços podem ser altos e o salário não acompanhar as necessidades, mas é muito comum, também, ver pessoas com um padrão de vida muito mais alto do
que podem manter.
Eu
comecei a pensar melhor sobre isso depois que assisti uma cena da novela Rainha
da Sucata, quando reprisou no canal Viva, em 2013. Na ocasião, a personagem
principal, Maria do Carmo estava presa e conversava com a mãe que pretendia
abrir um restaurante, mas tinha medo, pois se julgava incapaz de administrar a empresa já que nunca tinha trabalhado em nada além de cuidar de sua própria casa. A resposta da Maria do Carmo foi a seguinte:
claro que sabe mãe, a senhora sempre cuidou muito bem da casa, nunca atrasou
conta, nunca deixou faltar nada, é a mesma coisa.
Puxa,
pensei. É verdade.
Mesmo
sendo empregado, o que não é o meu caso, nós podemos gerenciar as nossas
finanças como se fôssemos uma empresa. Precisamos pagar contas, manter estoque
(alimentos e roupas) e manter um caixa para os imprevistos. Então, o conforto
não pode extrapolar o orçamento. Precisamos eleger prioridades, e talvez elas
nos obriguem a viver com o mínimo para investir em algo temporário, como em uma
faculdade, para aumentar a renda e elevar o padrão de vida de forma sustentável.
Pense nisso.
No próximo post trarei dicas de como gerenciar o dinheiro, ainda que seja pouco.
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