Dizem que a vida começa aos 40, dizem também que há uma grande crise de identidade nessa idade. Bem, eu não tive crise alguma, mas de fato, a idade do lobo me fez repensar alguns valores.
Estou em minha segunda experiência fora do Brasil, vivendo em Barcelona, e dessa vez mais trabalhando do que passeando, e esforçando todos os neurônios para assimilar o castellano que, ao contrário do que parece, não é tão fácil.
Recentemente sofri duas perdas significativas em minha vida. Acredito que em se tratando de pessoas, sempre são significativas as chegadas e partidas, mas o partir para sempre nos pega de um jeito que mesmo sabendo que um dia acontecerá, nunca estamos preparados. E dessa forma partiu uma amiga, uma pessoa com quem não tive uma grande história, mas a conhecia por tempo suficiente e o bastante para gerar empatia pelos seus sentimentos e experiências de vida. Ela havia superado um tratamento de leucemia e quando tudo parecia bem, veio a surpresa, a doença voltou e dessa vez foi mais forte do que a sua vontade de viver.
O outro caso foi de um amigo, esse mais próximo, embora estivéssemos praticamente sem contato por algum tempo. Eramos amigos de verdade, porque entre as discussões e afastamentos sempre nos reaproximávamos e tive a sorte de contactá-lo e expressar o quão importante ele era para mim antes da fatalidade que nos separou de vez.
Minha amiga já possuia algumas coisas que para muita gente é o suficiente. Tinha uma família composta pelo esposo e dois filhos, todos lindos. Todos mesmo, ela, ele e os meninos. E meu amigo ainda estava em busca de realizações, havia atingido algumas metas e de onde estava para o pulo do gato era só uma questão de tempo.
Já, eu, sou muito diferente de ambos. Privei-me dos filhos e nunca fui tão ambicioso e nem persistente para correr atrás de algo que estivesse muito acima do meu chão. Por outro lado, cheguei mais longe do que ambos, em termos geográficos e talvez consiga o dobro de tempo que ambos tiveram aqui na Terra. E quanto as conquistas, eu ainda tenho muitos objetivos, mas o que já consegui serviu para provar que apesar de manter os pés fixos no solo, posso ir longe.
Lembrei-me do conto da águia. Dizem que as águias, aos 35 anos aproximadamente, arrancam suas penas, as garras, e quebram o bico para que lhe nasçam novas penas, garras e bicos e, então, conseguem chegar aos 70 anos, ou mais, de vida.
Estou na minha segunda experiência na Espanha e me sinto como uma criança que está dando seus primeiros passos, aprendendo suas primeiras palavras... Ou seja, recomeçando. Sinto-me como a águia sem as suas proteções naturais, e talvez essa fragilidade, somada a necessidade de me manter vivo, funcione como um combustível para que eu possa chegar mais longe.
Esses dois amigos que se foram me fizeram pensar sobre o tempo que temos, curto, diga-se de passagem, do quão frágil somos e, portanto, do risco que corremos em qualquer coisa que façamos.
Que risco você quer correr?
De viver só com o suficiente e transbordando de alegria, de viver cheio de bens e transbordando de alegria, de ficar cheio de bens e desperdiçando a sua vida para mantê-los.
Ou...
Que risco?
Minha amiga já possuia algumas coisas que para muita gente é o suficiente. Tinha uma família composta pelo esposo e dois filhos, todos lindos. Todos mesmo, ela, ele e os meninos. E meu amigo ainda estava em busca de realizações, havia atingido algumas metas e de onde estava para o pulo do gato era só uma questão de tempo.
Já, eu, sou muito diferente de ambos. Privei-me dos filhos e nunca fui tão ambicioso e nem persistente para correr atrás de algo que estivesse muito acima do meu chão. Por outro lado, cheguei mais longe do que ambos, em termos geográficos e talvez consiga o dobro de tempo que ambos tiveram aqui na Terra. E quanto as conquistas, eu ainda tenho muitos objetivos, mas o que já consegui serviu para provar que apesar de manter os pés fixos no solo, posso ir longe.
Lembrei-me do conto da águia. Dizem que as águias, aos 35 anos aproximadamente, arrancam suas penas, as garras, e quebram o bico para que lhe nasçam novas penas, garras e bicos e, então, conseguem chegar aos 70 anos, ou mais, de vida.
Estou na minha segunda experiência na Espanha e me sinto como uma criança que está dando seus primeiros passos, aprendendo suas primeiras palavras... Ou seja, recomeçando. Sinto-me como a águia sem as suas proteções naturais, e talvez essa fragilidade, somada a necessidade de me manter vivo, funcione como um combustível para que eu possa chegar mais longe.
Esses dois amigos que se foram me fizeram pensar sobre o tempo que temos, curto, diga-se de passagem, do quão frágil somos e, portanto, do risco que corremos em qualquer coisa que façamos.
Que risco você quer correr?
De viver só com o suficiente e transbordando de alegria, de viver cheio de bens e transbordando de alegria, de ficar cheio de bens e desperdiçando a sua vida para mantê-los.
Ou...
Que risco?
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