Passeando por algumas cidades da Europa eu entendi a fama de sensualidade dos brasileiros, mas encontrei controvérsias.
Desembarquei em Madrid na segunda quinzena de agosto (2017) e passei boa parte dos 3 meses seguintes em Barcelona, era o final do verão e as pessoas ainda ostentavam corpos bronzeados com boa parte dele exposta ao sol.
Não pude deixar de observar os shortinhos curtos dos homens, bem mais curtos do que os modelos que costumamos usar no Brasil, assim como não pude ignorar os trajes curtos e/ou esvoaçantes das mulheres, como também a naturalidade que todos tinham de andar sem se preocupar com assédios. Não percebi nem um.
Talvez essa naturalidade seja similar a das pessoas que passeiam pelas ruas das cidades litorâneas do Brasil, aliás, eu mesmo fiz o percurso de onde estava hospedado até a praia só de sunga por algumas vezes nas praias que frequentei em nosso país. Mas tomar sol no Brasil é um ato que se limita a beira das piscinas, rios ou praias, enquanto que na Europa as pessoas se despem também no gramado dos parques que ficam dentro da cidade. Nós temos a fama de ser um povo sensual, mas somos mais inibidos e cheios de pudores, enquanto que os europeus agem com mais naturalidade ao se despirem para vestir a roupa de banho na areia mesmo, diante de todos os banhistas lá presentes e não tem pudor algum com o que usar, ou até em não usar nada. E é aí que está a questão.
Para os brasileiros o banho de sol é um ritual que começa dias antes da hora programada para se esticar em uma toalha ou cadeira. Vai desde o agendamento do dia tão esperado a escolha da roupa de banho. Escolhemos a cor, o tamanho, o modelo, o caimento da sunga ou do biquini, enquanto que os europeus usam o que pegarem primeiro na gaveta.
Sim, eu vi mulheres com peças diferentes e vi também pessoas com peças não adequadas se estivessem no Brasil, como mulheres de calcinha e sutiã e homens de cuecas. Aliás, elas não tem muito que se preocupar com a combinação das peças porque geralmente vão usar só a parte de baixo mesmo. E eles, sei lá, talvez porque nós homens já somos tão expostos que não faz diferença que alguém veja o pênis na hora de se trocar na areia, ou de usar uma tanga que só cobre a genitália e ainda assim não dispensar uma partidinha de vôlei.
E a sensualidade é essa coisa, de oferecer, mas não dar, de provocar, mas não mostrar. É bonito, mas sinceramente, eu prefiro a naturalidade porque com ela aprendemos a agir de forma mais amena e tênue em relação a certos fatos. Haja visto o episódio do ator nu no MAN.
Ops, eu disse que não falaria mais nisso.
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