Madonna - 30 anos desde a primeira vez no Brasil.

1993 foi ao ano dos concertos internacionais no Brasil, e além do rei do pop pisar em nossa terrinha, a rainha do pop também desembarcou no Brasil pela primeira vez para dois espetáculos da turnê The Girlie Show. Naquela época Madonna estava no auge, mas praticamente cancelada nos EUA, sorte nossa, porque assim ela direcionou seus concertos para o exterior e nós fomos contemplados.


Na década de 90 algumas drogas proporcionaram prazer momentâneo até para quem não era consumista delas. Em janeiro aconteceu o Hollywood Rock, um festival de música com várias bandas internacionais patrocinado pela marca de cigarros Hollywood, e em novembro as marcas de cerveja Antarctica e Brahma travaram uma disputa para ver quem trazia a Madonna. O Michael Jackson já tinha vindo em outubro através de Marlene Mattos, e ela também estava no páreo para trazer a cantora, mas a Antarctica venceu a batalha.

A turnê fazia parte da divulgação do álbum Erótica, lançado em 1992, no entanto, além do tema provocativo do disco, Madonna lançou simultaneamente um álbum de fotos eróticas com conteúdo explícito e os estados-unidenses não gostaram, acharam que ela passou do ponto. Naquela época não existia a cultura do cancelamento, pelo menos não de forma oficial, mas o que fizeram com ela.

Madonna já era um grande ícone da cultura pop e levava suas turnês com megas concertos para vários países, por sorte, porque tamanha foi a rejeição dos seus compatriotas, que ela apresentou apenas 5 shows nos Estados Unidos, e três deles foi no Madson Square Garden. Ou seja, nada.

E assim, com dois milhõezinhos de dólares mais rica, ela desembarcou em São Paulo no dia primeiro de novembro, onde uma multidão de fãs a seguiu desde o desembarque até a sua partida do país, e a imprensa alimentava esse fervo noticiando cada passo que ela dava. Sabiam quantas malas trouxe, quantas toalhas queria a sua disposição e até o que pedia para comer. Aliás, a danadinha trouxe o seu cozinheiro particular, junto com as suas 40 malas, e pediu 150 toalhas para uso pessal e da equipe. Ah, e uma linha telefônica secreta particular, além de umas coisinhas mais.

A produção no Brasil, por conta própria, quis dar um toque tropical em seu camarim e colocou palmeiras, cama branca, e algumas coisinhas estereotipadas para que ela se sentisse em casa, tipo um  quadro do kama sutra. Como as instalações ficavam ao lado do oratório do vestiário que era destinado aos jogadores do São Paulo, o arcebispo da cidade pediu para tirarem a santa de lá.

Em frente ao hotel tinha umas 600 pessoas em êxtase. No meio dessa galera algumas meninas fizeram strip-tease, drag queens passeavam, e a atriz Mara Manzan fez topless cuspindo fogo. Um fã quebrou o nariz de um policial, um homem achou que podia se masturbar e foi preso, e no hotel ninguém entrava e ninguém saia. ...acho que alguém entrou porque câmaras indiscretas flagraram um movimento suspeito pela janela do quarto da Madonna.

No dia 4 ela foi para o Rio de Janeiro, contratou uma dublê para despistar os fãs e foi fazer turismo disfarçada. Chegou até a assistir um show erótico que era super-famoso na época, A Noite Dos Leopardos, onde os rapazes faziam cenas de nu total e inclusive com ereção.

Em seu show ela arriscou algumas palavras em português, cantou em português, e cantou também Garota de Ipanema em inglês.

A Madonna é famosa por não ser uma boa intérprete, mas ela é uma artista performática, o que fez dela um ícone do gênero pop. Canta algumas coisas ao vivo, mas usa muito playback e os seus shows são espetáculos teatrais. O palco se modifica o tempo todo e há muita troca de figurino. Isso influenciou muito os artistas que vieram depois.

Toda a polêmica em volta do álbum Erótica e do livro Sex deu muita luz à Madonna, quase a derrubou nos Estados Unidos, mas gerou mais curiosidade por parte de quem ainda não era fã. No Brasil, pelo menos, fucionou.

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