Programa Xuxa - 1993

Em 1991, Xuxa anunciou que aquela poderia ser a última temporada do Xou da Xuxa, depois deu a notícia para os fãs que o infantil ficaria mais um ano no ar, e no final de 1992 ela realmente gravou, com todas as pompas e circunstâncias, o encerramento do programa, além do derradeiro Paradão da Xuxa, o musical dos sábados.

A apresentadora chegou a dizer algumas vezes que gostaria que o formato continuasse semanalmente, já o Paradão que tinha cenário próprio ela não fazia ideia do que aconteceria em 1993. E desde o fim do Xou da Xuxa até a estreia do novo programa tivemos que esperar cinco meses para tê-la outra vez na TV, mas não foi nada parecido com o que esperávamos. 

Marlene Matos resolveu direcionar a carreira da rainha dos baixinhos para o lado oposto do que ela tinha feito até então e, assim, no domingo 2 de maio entrou no ar o programa Xuxa.  Onde todas as fichas estavam apostadas única e exclusivamente no nome e na imagem da apresentadora.

A vinheta de abertura já deixava claro que o que viria a seguir era algo bem distinto do Xou. Víamos basicamente o nome da Xuxa com algumas luzes de refletores com uma música instrumental ao fundo. Curiosamente foi a mesma trilha sonora utilizada para abrir o programa Show de Xuxa gravado na Argentina.

A nave espacial que já era um dos elementos mais marcantes de sua carreira na TV, não existia mais, ela saia de um elevador. O cenário era meio abstrato, lembrava uma cidade com edifícios no fundo, pontes suspensas e algumas lojinhas nas laterais, ou algo que lembrava muito isso.

Uma dessas lojinhas girava e colocava outros elementos a vista, por exemplo, a Hebe Camargo foi recebida em um sofá onde a Xuxa a entrevistou, fazendo alusão ao famoso móvel do programa da rainha da televisão. Em algumas ocasiões outros elementos eram acrescentados no palco para enriquecer as apresentações artísticas.

Enquanto baixava o elevador com a Xuxa, tinha um balé que fazia uma coreografia no palco e antes de acabar as Paquitas entravam em cena. Essa performance de abertura era muito similar a que acontecia no Paradão da Xuxa. Aliás, o piso do palco com degraus era muito parecido, se não o mesmo. E com certeza o formato que Marlene Matos escolheu para fazer esse semanal de sábado em 1992 já era um teste para o que ela idealizava para o dominical de 1993.

As Paquitas tiveram dois uniformes naquele ano, um deles era uma roupa de futebol americano, uma camiseta com números, short branco e patins, a outra era uma jaqueta com calça preta e tênis preto. Tanto a camiseta, quanto a jaqueta, cada uma das meninas usava de uma cor. E foi nesse ano que se instalou a crise entre elas com a Xuxa e a Marlene, descrito no livro Sonhos de Paquita, onde as meninas disseram que entravam para a gravação sem saber o que fazer, ninguém as orientavam para nada e as vezes entravam e saiam da gravação sem que a Xuxa lhes dissesse um A.

As Irmãs Metralha passaram a usar o uniforme da seleção brasileira. 

O programa tinha cinco blocos dividido em uma hora de duração, contava com quadros e gincanas em que pais e filhos participavam e a cada semana ganhava novos desafios. Alguns se destacaram, como: Mela-mela: em que a criança recebia um banho surpresa e tinha que adivinhar o que havia caído sobre sua cabeça, podendo ser água, tinta, mel ou pétalas de flores, era considerado um dos mais divertidos.

Em pisando no Tomate: a criança tinha que adivinhar, de olhos vendados, em cima do que ela estava andando.

No X do problema era abordado temas relacionados ao ocultismo, ou outros do gênero, como alienígenas e leitura da linha das mãos.

Tinha também o jogo da Pirâmide onde adultos famosos formavam pares com crianças do auditório para adivinhar palavras.

Em Verdade ou mentira?, Xuxa entrevistava um famoso, era a sua estreia como entrevistadora e foi aí que ela recebeu Hebe no primeiro programa.

Em Encontre alguém, as crianças deviam achar uma personalidade escondida na plateia, a primeira a participar da brincadeira foi a triatleta Fernanda Keller.

No Minuto da fama, Xuxa abriu espaço para pessoas anônimas, em que qualquer um podia ser entrevistado pela apresentadora.

E em Uma ideia para curar o mundo, crianças de cinco a dez anos podiam participar enviando frases e desenhos para a produção. O vencedor receberia como prêmio uma semana em Los Angeles, com acompanhante, e uma visita ao rancho do cantor Michael Jackson.

Aliás, todas as brincadeiras davam prêmios em dinheiro.

Uma das grandes diferenças desse programa em relação ao Xou da Xuxa, é que no infantil Xuxa era mais solta e o programa não tinha muita edição, ela fazia tudo com muita naturalidade que até parecia ser ao vivo. Já esse dominical era super editado e roteirizado, ela chegou a dizer que as pessoas estavam reclamando de sua falta de espontaneidade, mas não foi sua culpa.

Em uma participação no canal do Bruno Motta, Rosana Hermann disse que foi contratada por Marlene Mattos para ser a roteirista do programa, mas Xuxa não queria, só que ela não tinha voz, pois Marlene não lhe dava ouvidos e decidia tudo sozinha.

O programa não estava agradando muito, nem os fãs nem a própria apresentadora, e além das gravações em espanhol na Argentina ela tinha que gravar nos Estados Unidos sem nem sequer dominar o inglês, então com essa sobrecarga de trabalho e estresse Xuxa foi nocauteada. Depois de uma forte crise de dores na coluna, teve que interromper a sua agenda para cuidar da saúde, assim, o último programa Xuxa foi ao ar no dia 24 de outubro de 1993, com pouco mais de 5 meses de duração.


Curiosidades.

Nesse ano, Xuxa não gravou nada inédito no Brasil. Nem na Argentina. Seu álbum em espanhol foi uma coletânea dos seus maiores sucessos, e no Brasil o disco foi uma compilação de canções que tinham ficado de fora dos álbuns do Xou da Xuxa.

Produzido por Michael Sullivan e Max Pierre, o álbum tem canções de Paulo Massadas também que tinha feito dupla com Sullivan nos discos da Xuxa desde 1987, e foi lançado em julho de 1993, com dez faixas.

Corrente do Amor e Tô Aí foram gravadas para o álbum Xou da Xuxa Seis, de 1991.

Terra e Coração, Brincando com o Tempo, Espelho Meu e Maçã do Amor foram todas gravadas para o álbum Xou da Xuxa Sete, de 1992.

Terra Prometida foi gravada para o Especial de Natal de 1989, com a participação de Amanda Acosta, na época, integrante do grupo Trem da Alegria.

A faixa Menino Deus foi gravada para o Especial de Natal de 1993, essa foi a única que não era sobra de nada.

Direitos dos Baixinhos foi gravada para o especial do dia das crianças de 1990.

E Mil Vezes Mil que foi gravada para o milésimo Programa do Xou da Xuxa em 1989.

Esse disco teve pouquíssima divulgação, e consequentemente a pior vendagem de sua carreira até então, até setembro tinha vendido 176.830 cópias, um número muito baixo em relação aos álbuns anteriores. Foi relançado em CD em 1996, 2001, 2006 e 2008, e talvez tenha conseguido melhorar o número de vendas no total.

Nesse ano Xuxa gravou também 20 canções em inglês para o programa que estreou nos Estados Unidos, e uma das faixas era inédita. Ela mostrou, pelo menos uma vez, uma música em inglês no programa.

Para assistir a este vídeo clica na imagem abaixo

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