Em um determinado ano da minha vida resolvi registrar meus feitos, quando me autossuperava em alguma coisa, ainda que fosse corriqueira. Era uma forma de registrar minhas memórias, uma alternativa de diário, apesar de não ter a obrigação de fazer anotações diárias. Pois bem, outro dia lembrei desse hábito, só não me recordo porque joguei fora o caderninho. Talvez tenha sido em um momento em que estava decidido a abandonar minhas manias que julgava infantis numa tentativa de crescer. Que besteira (risos)
Vamos aos feitos.
* A viagem mais demorada.
Em 1989, a minha segunda irmã mais velha, em ordem descrescente, vivia em Jataizinho, uma pequena cidade no norte do Paraná. Depois de passar alguns dias de férias em família na casa da minha mãe, voltou apenas para formalizar aos amigos e conhecidos a sua mudança definitiva para Ponta Grossa, e eu fui junto. Enquanto ela e seu marido cuidavam dos trâmites eu curtia férias com meu sobrinho que tem a minha idade e fazia amizades na rua.
O trajeto de Jataizinho até Ponta Grossa leva em média 4 horas de carro, saímos às 00h para pegar a estrada com uma caminhonete carregada. Estávamos em 4 na cabine, dois adultos e 2 crianças ocupando um espaço que deveria ser apenas para uma dupla de pessoas grandes, mas eram os anos 80, não haviam regras, ou se haviam eram para ser quebradas.
A expectativa era que levássemos no máximo umas 6 horas na estrada em uma viagem tranquila. Mas levamos 19 horas para chegar ao nosso destino, pois um pneu furou, acabou o combustível longe de um posto de gasolina e o carro pifou. E cada vez que acontecia um imprevisto tínhamos que esperar horas até o problema ser solucionado. Pense no desespero da minha família, já que não tínhamos como fazer contacto da estrada, o lado bom é que chegamos são e salvos, com fome, mas ilesos e com uma boa história para recordar.
* 8 ônibus em um dia.
Na década de 1990, já não me lembro o ano, muito menos o dia e a razão de eu ter feito tantas idas e vindas, precisei ir até a casa da minha irmã e para isso era necessário fazer uma baldeação no terminal central, ou seja, ir e voltar já precisaria de 4 ônibus e eu fiz o mesmo trajeto 2 vezes.
É bem provável que eu tenha batido esse record, mas esse dia foi marcante porque eu tinha recém criado meu próprio Guinnes Book. Era um adolescente estranho, admito.
* 14 horas dormindo.
Isso não aconteceu em uma condição normal. Em 1995 eu tive caxumba, aquela infecção que faz o rosto inchar e que dizem descer para os testículos se o homem não fizer repouso, ou para os ovários no caso das mulheres, e é verdade, o vírus pode chegar até essas glândulas e deixar o adulto estéril.
Pois bem, não é apenas um inchaço no pescoço, dói também e gera febre. Como no primeiro dia eu tive delírios e dormi muito mal, no segundo fui para cama mais cedo, por volta das 18h. Lembro que a TV Globo estava apresentando a novela Irmãos Coragem na época e antes do folhetim começar eu já estava de baixo das cobertas. Despertei 14 horas depois, às 10h da manhã seguinte. Hoje em dia minha média de sono é quase um terço disso.
* Uma semana sem ir ao banheiro.
Hoje em dia meus intestinos funcionam perfeitamente e não vivo enfezado, se é que me entende. Mas em agosto de 1996, depois de passsar muito frio na casa de uma amiga para datilografar o jornalzinho da igreja onde eu era catequista, sim sou velho, peguei uma bela de uma pneumonia e fiquei de cama uma semana.
Tudo bem, não fiquei na cama a semana toda, mas tive que fazer repouso e realmente não estava bem. Sabe aquela vontade de comer qualquer coisa, inclusive as mais saborosas? Eu não tinha!
Comia muito pouco e perdi bastante peso, e olha que eu já era super magro. Como ingeria pouco alimento, também não sentia vontade de ir ao banheiro. No final da semana, já melhor, recordo que estava sentando na porta de casa para tomar sol e resolvi comer algumas ameixas que minha irmã havia colhido da árvore de casa, a mesma da viagem demorada citada acima. Depois de ingerir as frutinhas senti vontade de ir ao banheiro e... bom, foi uma experiência que não quero repetir, tão pouco dar detalhes da obra que fiz, mas posso dizer que foi traumatizante (risos de nervos).
Guarde essa informação, ameixa é bom para soltar os intestinos.
De momento é isso, até as próximas recordações.
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