Roberta Close

Roberta Gambine Moreira, popularmente conhecida como Roberta Close ganhou fama nacional como modelo e atriz. Ela nasceu no no Rio de Janeiro, no dia 7 de dezembro. Em relação ao ano, há uma informação de que tenha sido em 1964, no entanto, em 1984 ao entrevistar a Xuxa em seu programa ela diz que tem 23 anos, ou seja, seu ano de  nascimento deve ser 1960.

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Roberta nasceu com sexo masculino e já contou que tentou se relacionar com meninas quando ainda estava se descobrindo. Ela achava que era gay, mas relutava contra sua atração por homens, no entanto, não conseguindo vencer a sua natureza se assumiu homossexual para a sua família, mas ainda assim faltava alguma coisa.

Aos catorze anos de idade tudo começou a mudar porque ela sentia um grande incômodo com seu corpo e suas roupas, pois não se reconhecia como um rapaz ao se olhar no espelho e passou a seguir seus impulsos deixando fluir sua expressão de gênero feminino, mas as próteses de silicone para os seios só colocou aos 18 anos e a cirurgia de redesignação sexual só aconteceu aos 25.

Roberta Close sofreu preconceito de sua própria família, o que, aliás, infelizmente não é raro de se ver. Por vergonha, o seu pai falava aos amigos que ela era sua empregada, e não filha. Essas situações vexatórias dentro de casa contribuiu para que se tornasse independente ainda cedo, e aos catorze anos foi viver com a avó.

A carreira de Roberta começou em 1980, quando ela tinha 16 anos. Em um dia em quando estava parada numa rua em Copacabana Guilherme Araújo e o Caetano Veloso passaram de carro e ao vê-la pararam para conversar, e Guilherme a convidou para conhecer sua agência. O sobrenome artístico, Close, foi atribuído a ela depois que posou, em 1981, para a extinta revista Close, e que a projetou nacionalmente. Na época a revista vendeu mais de dez milhões de cópias.

Foi nesse ano também que ela ganhou o concurso de Miss Brasil Gay.

Como modelo Roberta Close desfilou para inúmeras grifes, incluindo a Jean Paul Gaultier, além de estampar editoras da Vogue e Marie Claire, se tornando uma das principais expoentes das passarelas brasileiras para o mundo na década de 1980, embora nem todo mundo estivesse confortável com sua presença nesse meio. Monique Evans, por exemplo, já falou que era contra sua presença nos desfiles porque ela estava tirando a vaga de muitas modelos que estavam lutando para se manter na carreira.

Então, na década de 80 Roberta Close figurava entre as modelos mais famosas do país como a Luiza Brunet, a Xuxa e a Monique Evans. Alías, Roberta ganhou um programa na mesma emissora onde Xuxa trabalhava e a entrevistou, o Big Close. E 13 anos depois as duas se reencontraram, mas aí ao contrário, Xuxa entrevistando Roberta.

Bom, no mesmo ano, em 1984, Roberta posou nua para a Playboy e ela nem tinha feito ainda a cirurgia de redesignação sexual. Ela repetiu o feito em 1990 quando posou outra vez depois que já tinha feito a cirurgia de mudança de sexo. Detalhe, nas duas revistas ela foi o segundo ensaio, na primeira vez em maio de 1984 Lídia Bizzocchi foi o ensaio principal, e na segunda vez em março de 1990 foi Luma Oliveira. Já a revista Sexy lhe deu mais destaque.

Foi a partir de 1984 que Roberta Close teve um grande boom em sua carreira. Ela foi a vedete do carnaval carioca, fez a revista Playboy, ganhou um programa de TV, além de aparecer em vários outros programas, foi jurada do Chacrinha e fez o filme No Rio Vale Tudo interpretando a personagem Julia.

Ela foi capa de várias revistas como Ele & Ela, Manchete, Sexy, Amiga, Contigo e da revista Close, de onde saiu seu nome artístico. O sucesso foi tanto que chegou a inspirar uma revista em quadrinhos eróticos na qual a personagem principal era uma travesti muito bonita.

Nesse auge, Erasmo Carlos gravou a música Dá um Close Nela que tem como protagonista do vídeo clipe a Roberta Close. A letra fala de uma mulher maravilhosa andando pela praia, sem que as pessoas saibam que se trata de uma travesti. Isso gerou algumas polêmicas porque ao ser questionado se a canção havia sido escrita para ela, o cantor negou, disse que o título original era para ser Vira de Lado, e o nome escolhido foi só uma coincidência.

O fato é que Roberta Close ajudou a impulsionar a música que se tornou uma das mais tocadas nas rádios na época. Em 1988 ela também lançou um álbum compacto com duas canções, Sou Assim e Platônica, e até participou do programa Qual é a Música com o Silvio Santos.

Na década de 1990 ela continuou frequentando os principais programas das grandes emissoras como Gugu e Faustão. Atuou no filme O Escorpião Escarlate interpretando a personagem Brigitte, depois atuou na novela Mandacaru, produzida pela Rede Manchete, interpretando a personagem Maitê Flores, gravou o episódio O Príncipe da Feira do Você Decide e atuou no humorístico Zorra Total. Em 2001 assumiu o comando do programa De Noite na Cama.

Só depois de muitas tentativas, e só em 2005, é que Roberta Close conseguiu alterar os seus documentos para o gênero feminino, 15 anos depois da primeira tentativa e então pôde casar-se legalmente com seu marido e se tornar uma cidadã binacional, conquistando a cidadania suíça.

Curiosidades.

Roberta Close fez a cirurgia de redesignação sexual em 1989, após dez anos de consultas com psiquiatras e psicólogos. A cirurgia foi realizada em Londres, no Brasil não era permitido, e ela disse que não era somente uma mulher trans, e sim intersexo. Segundo ela, os exames de DNA, comprovaram que, mesmo quando possuía um órgão genital masculino, tinha características hormonais feminino e havia pouca testosterona em seu organismo.

Roberta possui uma sobrinha também transexual, a modelo fotográfica formada em artes cênicas Gabrielle Medeiros Gambine. Em entrevistas, a jovem revelou que sua tia é uma grande inspiração de força para a sua vida, e que ela a apoiou bastante em seu processo de transição de gênero

Quando atuou na novela Mandacaru, em 1997, disse que os atores se recusavam a fazer cenas de beijo com ela por puro preconceito.

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