A Casa das Flores

Assisti a série A Casa das Flores, na Netflix, depois de muito protelar, pois imagino que como muitas pessoas, apesar de recomendações de amigos para determinadas coisas optam por outros produtos com o qual mais se identificam, eu também assisti a outras obras do streaming até dar uma chance a essa quase telenovela mexicana.

De cara gostei do visual, é o estereótipo do México. Aliás, a série é repleta de estereótipos e apesar dos hábitos e personagens poucos convencionais, o que mais me chamou a atenção é o fato da família protagonista ter uma empregada escrava. Talvez você assita, ou já tenha assistido, e diga que é só uma empregada. Pois eu digo que é escrava, é o tipo de escravidão que foi normalizado e perdura até os dias de hoje.

Dizer que a pessoa faz parte da família, que é amada, etc e tal, não a faz igual a qualquer outro membro familiar, pois é ela, a empregada, que tem que servir chá na mão dos patrões e abrir a porta ao mesmo tempo, e ainda por cima é ignorada pela visita que entra sem enxergá-la.

E o pior é que eu ainda não sei se o autor colocou essa personagem, escrava, para questionar o conservadorismo da sociedade mexicana, ou ela está lá porque deveria, porque é assim mesmo que as coisas funcionam. Porque muitos outros personagens deixam nítida a crítica e fazem brotar lágrimas dos olhos, apesar de a trama ser uma comédia.

Na vinheta eu identifiquei o nome de Verônica Castro, o único que eu conhecia, pois ela foi a protagonista da telenovela Rosa Selvagem que o SBT transmitiu simultaneamente com Carrossel em 1991, mas infelizmente a atriz só participa da primeira temporada, pois quando a Netflix negociou duas mais, ela já tinha se desvinculado do elenco.

Depois de Verônica, o ator mais próximo de outro que conheço é o Darío Yazbek, que é irmão de Gael Garcia, bem conhecido no Brasil. Ele faz papel do filho caçula, e protagoniza as cenas mais quentes da trama, e é o personagem que tem o corpo mais explorado no quesito sexual.

Só na terceira temporada é que apareceu outro nome conhecido, o Christian Chávez, ex RBD, que deixa um gosto amargo na boca ao deixar a série. O autor e o diretor merecem palmas.

Cecilia Suárez rouba a cena, todas as cenas em que está presente, e me ajudou bastante com o castellano, pelo jeito de sua personagem falar.

Enfim, ainda que talvez não fosse a intenção prolongar tanto a trama, os responsáveis conseguiram reescrever a história nas temporadas seguintes. Recomendo, mas advirto que se você preserva conceitos morais cristãos pode se chocar bastante. Não subestime a obra pelo nome, e tenha paciência com a segunda temporada, pois o final da terceira é louvável.

Fica a dica.

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