A relação de Xuxa com a música aconteceu da seguinte forma. Em 1984 ela não queria colocar voz em nenhuma música do álbum do Clube da Criança, mas foi persuadida pelo produtor Michael Sulivan e no ano seguinte, gravou uma participação no primeiro álbum do Trem da Alegria, além de gravar um disco inteiro, o seu primeiro solo, o Xuxa e Seus Amigos. Aliás, a Xuxa gravou participação em todos os álbuns do Trem.
Em 1986 ninguém queria dar música para ela, mas depois choveu ofertas de composições quando ela se tornou a recordista de vendas do país, e apesar de suas dificuldades em colocar voz nas canções ela gravou muitas músicas, mas muitas de verdade, e continuou vendendo rios de discos enquanto fazia o Xou da Xuxa.
Na era do Xuxa Park, como os álbuns não eram bem definidos para crianças e nem para adolescentes, e também não tinha um programa diário, convenhamos, as vendas foram caindo gradativamente, embora a Som Livre e a Marlene Matos se dessem por satisfeitas e Xuxa deixou o barco correr até nascer a Sasha, aí a coisa mudou.
Apesar de as canções da época do Xou da Xuxa já abordarem um quê pedagógico, pelo menos algumas, e era um pedido que ela sempre fazia para os produtores, que colocassem canções que tivessem conteúdo e transmitisse alguma boa mensagem, além de divertirem, com o nascimento de sua filha, ela sentiu mais necessidade de produzir algo realmente pedagógico.
Apesar de os discos da Xuxa, na era do Xou, não serem propriamente pedagógicos, algumas de suas canções foram muito usadas por professores, como o AbcDário da Xuxa. Inclusive para alfabetizar surdos porque ela cantava traduzindo em libras, a linguagem de sinais.
Ela disse que não existia conteúdo apropriado para crianças e resolveu produzir o seu próprio, mas encontrou resistência de Marlene e da Som Livre, que não quiseram apoiá-la. E então, Xuxa pediu ajuda para o seu compadre Zé Henrique e desembolsou 400 mil reais na época, para produzir o kit CD e VHS do álbum Só Para Baixinhos. Outra coisa que ela falou também é que foi em muitas festas de crianças e fez uma boa pesquisa de campo para entender o que os baixinhos mais gostavam e percebeu que tinha que ser tudo muito simples e as canções não poderiam ser muito longas. A propósito, o álbum foi direcionado para crianças de 1 a 5 anos.
Bom, esse foi o seu vigésimo terceiro álbum de estúdio e o décimo sétimo em português, e o primeiro álbum visual, que foi lançado em 6 de maio de 2000 pelo selo da Som Livre e já saiu com 500 mil cópias. Ou seja, ela recuperou a grana que investiu e embolsou ainda um bom dinheirinho, porque esse álbum superou um milhão de cópias com o passar do tempo.
Essa primeira edição teve uma das maiores promoções, e possivelmente a melhor, de um álbum da carreira de Xuxa. Antes do seu lançamento oficial, em outubro de 1999, ela já cantava a faixa "Cinco Patinhos" no Xuxa Park. Além de "Batatinha Bem Quentinha", "Vamos Dizer Alô" e "Cabeça, Ombro, Joelho e Pé".
O álbum teve um especial no Xuxa Park, além de propagandas impressas nas principais revistas de circulação nacional, comerciais de TV e capas de revista sobre o projeto. Até o lançamento desse tipo de álbum, isso não existia no Brasil, apesar de que a Eliana já gravasse muitos pout-porris, aquelas músicas de roda curtinhas que a gente aprendia na escola, e isso se tivesse se tornado sua marca registrada, não tinha vídeos.
Aliás, a Eliana foi uma das que gravou um álbum visual inspirado no sucesso do Só Para Baixinhos, foi na ocasião do seu décimo álbum. Além dela, o Gugu, a Mara, a Carla Perez, Patati e Patatá, e a Galinha Pintadinha que não existia antes do Só Para Baixinhos...
As canções têm uma duração média de 2 minutos, com exceção de A Borboleta que tem quase 5 minutos. São elas: 1 - A Dança do Macaco. 2 - Atravessar a Rua. 3 - Batatinha Bem Quentinha. 4 – Trenzinho. 5 - Cinco Patinhos. 6 - Tão Grande. 7 - Teddy, o Polvo. 8 - Shake Shake. 9 - Rampa pa Mão. 10 - Os Números. 11 - Guto Bate Com um Martelo. 12 - Quack Quack. 13 - Grite e Cochiche. 14 - Vamos Dizer Alô. 15 - A Borboleta.
Das 15 canções, 14 delas foram versões feitas pela produtora e compositora Vanessa Alves de projetos infantis do exterior como Barney & Friends e The Wiggles. Aliás, na live que eu fiz no dia 17 de abril o TV Tudo comentou sobre o The Wiggles e a inspiração de Xuxa nesse projeto. E a inspiração não se resumiu só às faixas, mas também ao projeto visual, onde a concepção estética é praticamente a mesma dos grupos originais.
A única canção que não foi versão é Borboleta, que foi composta por Renata Arruda, Mariana Richard e Chico Barbosa em homenagem à Bárbara, filhinha de Angela Mattos e Zé Henrique que faleceu aos 4 anos, em dezembro de 1997 devido a meningite.
Mais tarde o álbum ganhou uma versão em DVD e a turnê desse projeto só aconteceu em agosto de 2003, com 4 meses de duração. Ou seja, aí já reunia as canções dos 4 álbuns Só Para Baixinhos.
Curiosidades.
Depois do sucesso do primeiro álbum, o segundo recebeu tratamento de estrela e ganhou uma superprodução. Esse segundo álbum foi indicado ao Grammy e levou a vitrolinha, aliás, o terceiro também foi eleito o melhor álbum infantil latino do ano.
Em 2009 a Xuxa trocou a gravadora Som Livre pela Sony Music porque entendeu que não estava recebendo o investimento adequado para a produção dos álbuns. Pela Sony ela lançou o Natal Mágico, Baixinhos e Bichinhos, Sustentabilidade e É Pra Dançar.
Em 2014 ela voltou para a Som Livre e gravou o ABC do XSPB, o 13º álbum do projeto, mas naquele ano saiu da Globo e como a Som Livre é da Globo, o álbum foi engavetado. Só foi lançado no final de 2016 depois de muitos pedidos de fãs e a publicidade ficou restrita a internet.
Na ocasião ela disse que já tinha o material para gravar o XSPB 14, mas precisa esperar a resposta do mercado pelo lançamento do 13 e se depender só disso parece que não foi satisfatória, apesar de a capa ser linda, assim como as canções e tinha até uma promessa de outro Grammy, mas a gravadora inscreveu o álbum antes de lançá-lo e foi desclassificado.
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