Desculpe!

A utilização do pedido de desculpas pode evitar até 90% dos conflitos entre amigos e entre desconhecidos. Só não funciona tão bem com familiares, mas mesmo assim atenua bastante as tensões.

Deve ser utilizado não apenas quando você cometer algum erro, mas também quando outros cometerem. Alguém lhe dá um esbarrão, você tem a certeza de que a culpa foi do outro, contudo, diz-lhe: "desculpe". O outro provavelmente dirá o mesmo. Ou se ele estiver convencido de que a culpa foi sua, dirá "não foi nada".

Não há preço que compense a economia de saúde a curto e a longo prazo proporcionada por evitar um confronto, seja ele com desconhecidos, com amigos ou com familiares.
Então, vamos preceder a uma reeducação psicológica. Você aprendeu que quando os outros erram, eles é que têm que pedir desculpas. Agora está reaprendendo: quando você erra, pede desculpas, e quando os outros erram você pede também.

Jamais diga: "você não compreendeu o que eu disse". No lugar dessa indelicadeza, declare com solenidade: "desculpe, creio que eu não me expliquei bem".
¿E numa circunstância em que assumir a responsabilidade poderia lhe custar um belo prejuízo? Se ocorrer um acidente de trânsito, você tem a certeza de que a culpa foi do outro motorista! Mas ele também tem a certeza de que a culpa foi sua... ¿Então, que tal assumir a culpa e desculpar-se? O seguro paga. ¿Não tem seguro?Então, não é para você que estou escrevendo.

Todo mundo tem seguro de tudo: do carro, da casa, de vida, de assistência médica. Quem não tem é tão imprevidente que não faz sentido ler um livro destes. Não venha com a estória da falta de dinheiro que isso não convence. Bastaria comprar um carro minimamente mais barato e fazer o seguro.

¿Como fica a questão do direito e da justiça? ¿Como é que você vai assumir uma culpa que não é sua? ¿Não seria isso uma atitude hipócrita ou meramente covarde? Ao contrário! Definitivamente, é preciso muita coragem para assumir a sua própria culpa e, muito mais, a de outrem. Isso foi o que fizeram inúmeros santos ou heróis nacionais, pessoas com um elevado sentido de compromisso humanitário a ponto de sacrificar o próprio ego e, às vezes, até a vida.

Do livro "A Parábola do Croissant" do Rodrigo De Bona.

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