
Deve ser utilizado não apenas quando você cometer algum erro, mas também quando outros cometerem. Alguém lhe dá um esbarrão, você tem a certeza de que a culpa foi do outro, contudo, diz-lhe: "desculpe". O outro provavelmente dirá o mesmo. Ou se ele estiver convencido de que a culpa foi sua, dirá "não foi nada".
Não há preço que compense a economia de saúde a curto e a longo prazo proporcionada por evitar um confronto, seja ele com desconhecidos, com amigos ou com familiares.
Então, vamos preceder a uma reeducação psicológica. Você aprendeu que quando os outros erram, eles é que têm que pedir desculpas. Agora está reaprendendo: quando você erra, pede desculpas, e quando os outros erram você pede também.
Jamais diga: "você não compreendeu o que eu disse". No lugar dessa indelicadeza, declare com solenidade: "desculpe, creio que eu não me expliquei bem".
¿E numa circunstância em que assumir a responsabilidade poderia lhe custar um belo prejuízo? Se ocorrer um acidente de trânsito, você tem a certeza de que a culpa foi do outro motorista! Mas ele também tem a certeza de que a culpa foi sua... ¿Então, que tal assumir a culpa e desculpar-se? O seguro paga. ¿Não tem seguro?Então, não é para você que estou escrevendo.
Todo mundo tem seguro de tudo: do carro, da casa, de vida, de assistência médica. Quem não tem é tão imprevidente que não faz sentido ler um livro destes. Não venha com a estória da falta de dinheiro que isso não convence. Bastaria comprar um carro minimamente mais barato e fazer o seguro.
¿Como fica a questão do direito e da justiça? ¿Como é que você vai assumir uma culpa que não é sua? ¿Não seria isso uma atitude hipócrita ou meramente covarde? Ao contrário! Definitivamente, é preciso muita coragem para assumir a sua própria culpa e, muito mais, a de outrem. Isso foi o que fizeram inúmeros santos ou heróis nacionais, pessoas com um elevado sentido de compromisso humanitário a ponto de sacrificar o próprio ego e, às vezes, até a vida.
Do livro "A Parábola do Croissant" do Rodrigo De Bona.
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