Como foi o ano de 1995


No dia 5 de dezembro de 1995, chegou nas lojas o álbum Você é D+ da dupla Sandy e Junior que contou com a participação da Xuxa na faixa Rap do Aniversário. As faixas que fizeram mais sucesso foram: O Universo Precisa de Vocês, pegando uma carona no sucesso da série Power Ranger, e outra ainda mais presente na carreira da dupla, Vai Ter Que Rebolar.

No dia oito, estreou o filme Power Ranger. A série já estava presente em nossa televisão desde 1994, no canal Fox Brasil, e na programação da Globo desde o início de 1995.

No dia 15, chegou no Brasil As Patricinhas de Bewerly Hills, um filme de comédia romântica que foi lançado nos Estados Unidos em 19 de julho do mesmo ano. A história é vagamente baseada no livro Emma de Jane Austen lançado em 1815, estrelado por Alicia Silverstone, Stacey Dash, Paul Rudd e Brittany Murphy. O filme foi uma grande surpresa para os produtores ultrapassando todas as expectativas.

No dia 22, estreou Toy Story - Um Mundo de Aventura. O primeiro filme da história do cinema a ter sido compilado inteiramente por ferramentas de computação gráfica. Foi o precursor dentre os longas-metragens da Pixar e a primeira produção realizada por meio da parceria entre a própria Pixar e sua distribuidora, a Walt Disney Pictures. A história é sobre os brinquedos que têm vida e fingem ser inanimados quando os humanos estão por perto.

Luan e Vanessa


A Vanessa Camargo Delduque de Carvalho nasceu no dia 20 de junho de 1974. Ela iniciou sua carreira bem cedo, aos seis anos, foi quando gravou seu primeiro jingle ao lado da mãe, e em 1983 participou do Primeiro Festival Internacional da Criança, no SBT, mas não ficou entre os finalistas que tiveram suas canções publicadas em um disco do Festival.


Estiveram nesse Festival, e no disco lançado com os finalistas, O Luciano Nassin, a Patricia Marques e o Juninho Bill que formaram o grupo Trem da Alegria em 1985. Vanessa foi selecionada por Michael Sullivan para integrar o grupo em 1986, quando já tinha 12 anos, onde permaneceu até 1988. Ou seja, até seus 14 anos.


Quando Vanessa deixou o Trem da Alegria, a gravadora BMG-Ariola tinha planos para relançá-la, mas com um parceiro musical, no entanto, ela precisou esperar por mais dois anos até que o projeto se concretizasse. Ou seja, aos seus 16 anos se juntou a Luan para formar uma dupla romântica.


O Luan, que não se chama Luan, nasceu no dia 12 de abril de 1972. Seu nome verdadeiro é Luciano Chaves D’Carvalho. Ele também já era conhecido do público antes da dupla, pois tinha gravado participação em novelas da Rede Manchete, como Marquesa de Santos de 1984, e Dona Beija de 1986, produções que tiveram grande repercussão na época. Além disso, ele participou de outros trabalhos na televisão e tinha facilidade com a música também.


O disco da dupla foi lançado em 28 de março de 1990, com dez faixas. A primeira é Quatro Semanas De Amor, o maior sucesso da dupla. A música entrou para a trilha sonora da novela Gente Fina. Quatro Semanas de Amor é uma versão, feita por Carlos Colla, de Sealed With A Kiss que entrou para a trilha sonora internacional da novela Gente Fina também, na voz de Jason Donovan.


A segunda faixa é Cenas De Ciúme, que também foi trabalhada pela dupla e tem mais solo da Vanessa. Depois tem as faixas: Além Da Imaginação, Só Pra Nós Dois, O Verão É Uma Festa e Segredo que também foi trabalhada, essa faixa entrou para trilha da novela Carrossel, a versão mexicana de 1991. E ainda tem as faixas: Quem Dera, Estrada Do Sol, Brincar De Amor Não Dá Certo, e Rock Vezes Rock.

Quatro Semanas de Amor é a mais romântica, as outras faixas, embora falem de amor, se aproximam mais do gênero infantil e nenhuma delas repetiu o mesmo sucesso. Aliás, Quatro Semanas de Amor ficou entre as 100 músicas mais tocadas do ano no Brasil, ficou pelo menos 26 semanas nas paradas das rádios, e os dois estavam constantemente em programas de televisão.


Além da letra em si, e da melodia e do instrumental, ou seja, a música era boa mesmo, Luan e Vanessa inovaram na forma de se apresentar, eles encenavam a música performando uma cena teatral. Tinham tanta química juntos que já naquela época o Silivo Santos chipou os dois, eles os aconselhou que se casassem. Na época disseram que eram só amigos, mas anos depois assumiram que namoraram, no entanto, escondiam com medo de que a relação fosse desaprovada pelos fãs.

Depois deles, Andreia Sorvetão, recém-saída do grupo das Paquitas, se juntou ao namorado Conrado com quem interpretou a música A Tarde, em uma versão genérica de Luam e Vanessa.


Como as outras faixas não tiveram o mesmo impacto nas rádios e nem na TV, a gravadora não quis investir em um segundo álbum e o projeto foi encerrado por volta de 1992. No entanto, eles não se separaram, apoiaram-se mutuamente e se casaram em 1997. No mesmo ano ingressaram no grupo de música católica Cantores de Deus, fundado pelo Padre Zezinho.


Com os Cantores de Deus, ficaram até 2003, ou seja, seis anos participando de gravações, turnês e projetos no Brasil e no exterior. Gravaram o álbum Em verso e em canção em 1998, uma versão desse álbum em espanhol em 1999 intitulado En Verso Y En Canción, o álbum Iguais em 2000, e o álbum De olho no mundo em 2002.

Em 2003, os dois receberam uma proposta de trabalho para um projeto de três anos nos Estados Unidos, e ao final desse período tinham a opção de renovar o visto de residência ou entrar com o pedido de green card, que é o documento definitivo para residir no país. Resolveram arriscar nessa segunda opção, caso não recebessem o cartão, voltariam ao Brasil. Mas receberam.


Luan e Vanessa tiveram dois filhos nascidos nos Estados Unidos, o Gabriel que nasceu 2005, e a Clara que nasceu 2010. Nesse tempo, em 2008, abriram uma produtora de música religiosa que mantiveram por quatro anos. Eles tiveram dificuldades de manter a empresa com a transição da música de mídia física para o digital, mas continuaram trabalhando em produção.


Mesmo com uma carreira curta como dupla, Luan e Vanessa deixaram uma marca significativa na memória afetiva do público dos anos 90. Quatro Semanas de Amor permanece como um clássico do pop romântico nacional, lembrado tanto pela canção quanto pela forma emotiva e teatral com que foi apresentada, consolidando o lugar da dupla na história da música brasileira.

O filme da TV Colosso - Super Colosso


Desde 19 de abril de 1993, as crianças que acompanhavam a programação infantil das manhãs da Globo passaram a assistir a TV Colosso que ocupou a grade no espaço deixado pelo Xou da Xuxa e o programa conquistou uma nova geração de telespectadores mirins, mas aqueles que cresceram com a Xuxa nunca conseguiram ver o programa com os mesmos olhos.


O fato é que TV Colosso fez sucesso com o público e com a crítica, e não sem razão, pois a produção estava cheia de profissionais renomados. Roteiristas, dubladores... enfim. E em 1995, os personagens ganharam um filme. E, detalhe, esse foi o ano da retomada do cinema nacional que foi praticamente extinto desde a chegada de Fernando Collor na presidência. Tivemos uma boa leva de filmes em 1990 e depois disso foi só ladeira abaixo, quase nada, e os poucos filmes produzidos a gente nem viu, nem soubemos que foram feitos.


Super Colosso: A Gincana, fez parte dessa retomada, estreou no dia 25 de dezembro com um orçamento bem modesto, um milhão e duzentos mil reais, com a missão de conquistar um público de até 7 anos, à garotada da pré-escola, que curtia os desenhos e personagens do programa da televisão. O roteiro foi feito por Giba Assis Brasil e por Laerte Coutinho, e a direção ficou a cargo de Luiz Ferré. Te darei mais detalhes depois da vinheta.


O roteiro do filme é bastante simples, tudo gira em torno de uma estátua do cachorro pensador que foi roubada de um museu pela família Furtado, depois de ter seu tamanho reduzido, mas no embate entre os ladrões e os mocinhos a estátua acaba virando o prêmio de uma gincana para celebrar o dia do cachorro.

O troféu é roubado pela família Furtado e eles utilizam a arma secreta de Cachonga, que haviam roubado no início da história, que é uma das melhores cenas do filme. E a arma secreta nada mais é do que uma versão mais forte do Paulo Paulada. Mas a estátua acaba voltando para o museu e o seu tamanho é restaurado durante um embate entre os mocinhos e os vilões. 


Além dos personagens do elenco da TV Colosso, fizeram parte do filme os atores Marcelo Serrado e Luana Piovani que formam o casal da história, e Camila Pitanga que também tem bastante protagonismo.


Além da família Furtado que teve Antônio Carlos Falcão no papel de Afânio Furtado, Débora Olivieri como Dona Jóia Furtado, e Fredy Allan como Furtadinho, o Zequinha do Castelo Rátimbum. E para completar a família Furtado tem a Jussara Marque que interpretou a personagem Rubi. Ela ficou bem conhecida no meio infantil quando integrou o elenco do Disney Club, no SBT, interpretando a Maluca do TV Cruj.

Ainda teve a participação de Bhá Bocchi Prince como Mister De La Guache, Graziella Moreto como Mis Pastiche, Luiz Miranda como Mister Crayon, Ilana Kaplan como Dona Gabriela, Luciano Quirino como Flávio, Valéria Sândalo como Dona Lisa, Gerson de Abreu como Olivieri, e Thunderbird em um encontro icônico com Thunderdog, o personagem que foi inspirado nele.

O infantil TV Colosso era um mundo particular dos cachorros cuja interação entre eles dizia respeito só a eles mesmos. Era uma TV feita de cachorro para cachorro. Os artistas, os técnicos... todos eram chachorros. Mas no filme eles interagem com os humanos, e vice-versa, o que acaba sendo bem bizarro porque falam português. Além do tamanho de alguns  que são desproporcionais, enormes. Outro detalhe bizarro é o beijo entre a Priscila e o Castilho.

O filme tem pouco mais de uma hora de duração, não chega nem a uma hora e quinze, convenhamos que é bem curto. Tem pelo menos duas publicidades, uma da Sukita e outra da Farinha Láctea Nestlé. E tem algumas cenas que talvez sejam indevidas para o público alvo, em uma, durante um delírio, Marcelo Serrado quase tem a cabeça decepada por uma guilhotina.

Outra cena é quando as pulgas devoram a vilã sob os olhos de todos os presentes e a preocupação do mocinho é com os pequenos assassinos. Ele diz que ninguém deve se preocupar porque elas comem de tudo. E a mulher é dada como desaparecida.

Mas isso não compromete o filme, aliás, a história como um todo é bem ingênua, porém muito bem pensada. A genialidade do uso dos recursos disponíveis supera as bizarrices.


Super Colosso foi lançado em VHS em 1996, no mesmo ano em que o programa da Televisão chegou ao fim. Em agosto daquele ano o grupo Criadores e Criaturas não tiveram o contrato renovado e as produções foram encerradas, embora os episódios tenham sido reprisados até janeiro de 1997.

No dia 26 de dezembro de 1997, praticamente um ano sem a TV Colosso no ar, o filme Super Colosso foi exibido na Sessão da Tarde, dois anos depois do seu lançamento no cinema.


O filme também ganhou um CD com as canções apresentadas, ao todo são 14 faixas,  que é basicamente uma coletânea dos discos da TV Colosso e da Priscila: 01 - Super Colosso. 02 - Pula, Pula, Pula. 03 - Rock Furtado. 04 - Mamãe Passou Açúcar em Mim. 05 - Baião Furtado. 06 - Capashow. 07 - Colosso Romântico. 08 - Rap do Gilmar. 09 - Tobogã do Amor. 10 - Pulgas. 11 - Só nós Dois. 12 - Malabi. 13 - Cupidos. 14 - Eu Não Largo o Osso

Como foi o ano de 1990


No dia três de dezembro de 1990, estreou a novela Lua Cheia de Amor, na TV Globo. Foi escrita por Ana Maria Moretszohn, Ricardo Linhares e Maria Carmem Barbosa, com direção geral e núcleo de Roberto Talma. Contou com Marília Pêra, Francisco Cuoco, Maurício Mattar, Isabela Garcia, Geraldo Del Rey, Susana Vieira, Drica Moraes, Arlete Salles, Carlos Zara, Bete Mendes e Cláudio Cavalcanti, nos papéis principais. A novela foi produzida em parceria com emissora espanhola Radio Televisión Española (RTVE) e a suíça Radiotelevisione Svizzera Italiana (RSI).

A Globo começou a produzir Perigosas Peruas, mas voltou atrás e decidiu colocar Lua Cheia de Amor no ar, que é um remake de Dona Xepa, novela da Globo mesmo produzida em 1977. No entanto, essa versão só engrenou depois de algumas mudanças no enredo.


No dia 12, estreou a novela A História de Ana Raio e Zé Trovão, na Rede Manchete. Foi a segunda telenovela mais longa da emissora, ficando atrás de Mandacaru. Foi escrita por Marcos Caruso e Rita Buzzar, com a colaboração de Jandira Martini, idealizada e dirigida por Jayme Monjardim. Com Ingra Liberato e Almir Sater nos papeis principais. Não te dou mais detalhes para que veja o vídeo exclusivo sobre esta novela.

No dia 14, estreou o filme O Mistério de Robin Hood, a última parceria de Xuxa e Os Trapalhões. Foi o primeiro filme da trupe depois da morte de Zacarias. Aqui no canal tem um vídeo sobre o filme.

No dia 14 também, estreou Edward Mãos de Tesoura, a história do humanoide inacabado Edward, interpretado por Johnny Depp, que tem tesouras no lugar das mãos. Ele é acolhido por uma família suburbana e se apaixona por Kim, personagem de Winona Ryder, a filha adolescente.

No dia 21, estreou o filme Esqueceram de Mim, uma comédia de Natal estrelada por Macaulay Culkin que interpreta o personagem Kevin, um menino de 8 anos que é deixado para trás quando sua família voa para Paris para suas férias de fim de ano. Macaulay tinha 10 anos na época, o filme se tornou um grande sucesso e virou um clássico da Sessão da Tarde.


No dia 21 também, estreou Sonho de Verão, um filme feito para mostrar as Paquitas de biquíni, escrito a medida que as gravações aconteciam, de acordo com a disponibilidade, ou não, das Paquitas. Detalhe, gravado durante o inverno e editado com filtro alaranjado para dar impressão de calor. O disco com a trilha sonora foi lançado no mesmo mês. Tem vídeo sobre o filme aqui também.

A História de Ana Raio e Zé Trovão


A História de Ana Raio e Zé Trovão estreou no dia 12 de dezembro de 1990. Foi idealizada e dirigida por Jayme Monjardim com textos de Marcos Caruso e Rita Buzzar que tiveram colaboração de Jandira Martini. Roberto Naar, Marcos Schechtman, Marcelo Travesso e Henrique Martins atuaram na coodireção. E Ingra Liberato e Almir Sater foram os protagonistas, ambos tinham atuado em Pantanal, ela na primeira fase, e ele na segunda. Inclusive seu personagem deixou a trama algumas semanas antes do fim para que ele se dedicasse a nova novela.

A história tem início no sul do Brasil, mais precisamente em Foz do Iguaçu, inclusive Ana de Nazaré vai lavar roupa justo onde estão as cataratas. Mas, apesar da beleza natural que enche os olhos logo nas primeiras cenas, acontece uma tragédia atrás da outra. Ela era órfã de mãe e lá nas cataratas foi violada por Canjerê, interpretado por Nelson Xavier, um ex-capataz da fazenda onde ela morava com seu pai. E detalhe, aos treze anos.

Ana engravida e quando dá à luz coloca o nome da filha de Maria Lua. O violador, não contente com o crime que cometeu, volta na fazenda, mata o pai de Ana e leva a criança embora. A história tem um salto de treze anos e recomeça quando Ana de Nazaré conserta uma velha caminhote da fazenda onde vivia para comprar e percorrer o país a procura da filha.


No entanto, ela cruza com a grande caravana de Dolores Estrada, personagem de Tamara Taxman, cuja maior atração é o peão Zé Trovão, um rapaz que desconhece seu passado, já que foi separado da mãe ainda criança, sem saber ao certo quem ela era e porque foram afastados. Ou seja, os dois personagens têm uma história em comum, ambos percorrem o país como peões, ela em busca da filha, e ele em busca de sua própria identidade e pelo reencontro com sua mãe

Ana Raio pode contar com a ajuda de João Riso, personagem de Giusepe Oristiano, que é apaixonado por ela e que faz de tudo para agradá-la e ajudá-la a encontrar Maria Lua, mas entre eles agora tem o Zé Trovão. No entanto, eles não formam um casal conveniente, passam os meses querendo um ao outro e fugindo um do outro ao mesmo tempo.

Pantanal já tinha sido uma reformulação na maneira de fazer novela, e A História de Ana Raio e Zé Trovão foi um pouco além, era uma novela itinerante, não tinha cenário nem estúdio fixo, montavam feiras e rodeios e gravavam em casas de pessoas comuns. Segundo o livro Almanaque da TV a equipe percorreu 14 mil quilômetros pelo país.

E o dramalhão foi se desenrolando a medida que o final se aprovimava. Ana encontrou sua filha, Zé encontrou sua mãe antes das últimas semanas, mas o casamento dos mocinhos só aconteceu no final da novela.


Além do elenco fixo, vários artistas fizeram participações especiais, Beto Carrero não podia ficar de fora porque a companhia de rodeios da novela foi inspirada nele, e muitos cantores também gravaram cenas, olha alguns nomes: Via Negromonte, Evandro Mesquita, Sula Miranda, Renato Borghetti, Sidney Magal, Chitãozinho & Xororó, Roberta Miranda, Matogrosso & Mathias, Gian & Giovani, Milionário & José Rico, Renato Teixeira, Edson Cordeiro, Jayne, Nalva Aguiar, Sérgio Reis, Eduardo Araújo, Sylvinha Araújo, Lourenço & Lourival e até Sandy & Junior.


Como a história se trata de uma caravana de rodeios, a vinheta de abertura mostra cenas que representam distintas regiões e culturas do Brasil sob a música Raio e Trovão, de Marcus Viana, na voz do grupo Sagrado Coração da Terra. A logo da novela é uma das mais criativas da história dos nossos folhetins, eu vivia desenhando. Desenhei muito.


A novela teve dois álbuns com a trilha sonora, em ambos o casal protagonista estampa a capa. O volume um contém 14 faixas com canções na vóz de Ruy Maurity, Boca Livre, Maria Bethânia, Sá e Guarabyra, Lenine, Xangai, Sagrado Coração da Terra, Chitãozinho & Xororó, Marcus Viana, Neuma Morais, Chico Buarque, Almir Sater, Célia & Celma, e Dênis & Demian.


O volume 2 tem 14 faixas também, com canções na voz de Marcus Viana, Almir Sater, Vanessa Falabella, Orlando Morais, Sylvia Patricia, Ruy Maurity, Neuma Morais, Sidney Magal, Marcelo Barra, Renato Borghetti, Goiano e Paranaense, Célia & Celma, e Sagrado Coração da Terra.

A História de Ana Raio e Zé Trovão foi a segunda telenovela mais longa da Rede Manchete com 251 capítulos, ficou atrás só de Mandacaru que teve 259. A média geral de audiência foi de 15 pontos, sete a menos que Pantanal, mas ainda superior ao esperado pela emissora para o horário e suficiente para manter a Rede Manchete na vice-liderança.

Curiosidades 

No Troféu Imprensa de 1992, A História de Ana Raio e Zé Trovão concorreu com as novelas Carrossel do SBT e O Dono Do Mundo da Globo, como melhor novela do ano de 1991. No entanto teve apenas dois votos contra três para Carrossel e seis para O Dono Do Mundo.
A História de Ana Raio e Zé Trovão foi reexibida na Manchete na faixa das 18h, entre os dias 29 de março e 31 de maio de 1993, em 92 capítulos. E foi reexibida na íntegra pelo SBT, a partir de sete de junho de 2010, na faixa das 22h.

Originalmente o SBT apresentaria 150 capítulos, mas como a novela teve boa audiência e garantia a vice-liderança do canal, foi estendida. A emissora apresentou capítulos mais curtos e repetiu algumas cenas de paisagem e flashbacks o que possibilitou apresentar sete capítulos a mais do que a versão da TV Manchete.


Outra alteração na reprise do SBT aconteceu na vinheta de abertura, a logo da novela foi substituída por outra que respeitou o mesmo padrão original, no entanto se assemelhando muito a uma fivela de cinto. Eu achei bonito, mas prefiro a primeira.

Discos lançados em 1990


Em 1990, o Brasil passava por uma forte crise financeira, a situação estava difícil para a grande maioria da população, ainda assim, a televisão, o cinema e o mercado fonográfico não pararam e tivemos lançamentos memoráveis em várias vertentes musicais. Relembre, ou conheça, alguns dos discos lançados nesse ano.


Começo com uma categoria genérica, pelo disco Cem Anos de Rock n' Roll, o quinto e último álbum de estúdio da banda João Penca e Seus Miquinhos Amestrados. Você pode encontrar informações que foi lançado em 1989 e 1990. Não sei te dizer qual data é a correta, mas resolvi colocar aqui. E outra curiosidade desse disco é a faixa Suga-Suga que entrou para a trilha sonora da novela Vamp, um ano depois, em 1991.

Outra faixa desse álbum é a música O Escopirão Escarlate, que faz parte da trilha sonora do filme O Escopirão Escarlate, de 1990, no qual João Penca também fez uma participação especial. Aqui no canal tem um vídeo com todos os filmes brasileiros que foram lançados no cinema em 1990.


Tivemos o disco Cowboy do Asfalto, o décimo-quinto álbum de estúdio de Chitãozinho & Xororó que, apesar de ter recebido crítica negativa, é um dos álbuns mais bem-sucedidos da dupla. É nesse disco que tem as faixas Evidências, É Assim Que Te Amo e Nuvem de Lágrimas que já tinha sido sucesso em 1989 com Fafá de Belém, mas eles regravaram só com a voz deles para este disco.


Ainda dentro do universo sertanejo teve o quarto álbum de Leandro & Leonardo com as faixas Pense em Mim, Desculpe, Mas Eu Vou Chorar, O Cheiro da Maçã e Talismã que são as mais conhecidas. Esse disco vendeu mais de três milhões de cópias e entrou para a lista dos discos mais vendidos de todos os tempos no Brasil, ficou atrás só da Xuxa e do Padre Marcelo Rossi.


Teve Sampa Crew, um rap romantico.


Angela Mattos, irmã de Marlene Mattos, que até então era diretora de palco do Xou da Xuxa, se lançou como cantora pelo Xuxa Discos, o selo discográfico da Xuxa. A faixa Sabor de Pecado entrou para a trilha sonora do álbum Lambateria Sucata.


Tivemos o disco do Sidney Magal com a música Me Chama Que Eu Vou que foi tema de abertura da novela Rainha da Sucata. Aliás, uma das melhores aberturas já feitas para novelas.


E falando em novelas, vamos para elas. Em 1990, tivemos os discos das novelas da Globo, das seis: O Sexo Dos Anjos - internacional. Gente Fina – nacional e internacional. E Barriga de Aluguel – nacional e internacional.


Os discos das novelas das sete: Top Model - internacional. E Mico Preto – nacional e internacional.


Os discos das novelas das oito: Rainha da Sucata - nacional, internacional e a trilha complementar Lambateria Sucata. E Meu Bem Meu Mal – nacional.


Além dos discos das teledramaturgias das 21h30: as minisséries A, E, I, O... Urca. Boca do Lixo e Desejo que tiveram as músicas lançadas num mesmo disco. Riacho Doce. 


E Araponga que foi uma novela mesmo com disco nacional e internacional. Além dos discos da novela Pantanal, da Rede Manchete: volume 1 e volume 2.


Aproveitando que o tema é trilha sonora, vamos passar das novelas para os filmes. Em 1990 tivemos os discos: Sonho De Verão, do filme feito para mostrar as Paquitas e os Paquitos sem roupa. O filme também foi criticado por ser basicamente uma publicidade dos discos das Paquitas, dos Paquitos, da Angela Mattos, da Andrea Veiga e do grupo Yahoo. Com excessão das Paquitas que tiveram três músicas, os outros tiveram duas cada um deles.

E tivemos o disco da trilha sonora do filme Ghost - Do Outro Lado da Vida. Pode ser que tenha mais trilha sonora lançada nesse ano, mas essas duas são as que eu lembro e sobre as quais fiz post e vídeo. Não exatamente sobre a trilha sonora, mas sobre os respectivos filmes.


Passamos para a categoria juvenil, aqui tivemos o segundo álbum do grupo Polegar, que foi o último com a formação original. Rafael Ilha saiu do grupo para se lançar em carreira solo, mas entrou em um lupping de erros e polêmicas que quase o destruiu. A única faixa que fez mais sucesso desse disco foi Ela Não Liga.


Tivemos o quinto disco do grupo Dominó, o primeiro e último só com três integrantes, o Nil tinha saído em 1989, A música mais famosa foi Maria. Depois, em 1992, foi lançado o sexto disco, mas já com outra formação, o Afonso também saiu e entraram o Ítalo Coutinho e o Rodrigo Faro.


E tivemos o disco dos Paquitos.


No gênero infantil tivemos alguns lançamentos bem legais: o quarto disco da Mara, intitulado Deixa a Vida Rolar, depois do bem-sucedido disco anterior em que ela mesclou canções românticas com infantis, nesse, apesar da capa super sexy, soa mais infantil do que o anterior. Tem várias faixas marcantes porque ela cantava bastante no Show Maravilha, a mais lembrada, talvez, seja Não Faz Mal (Tô Carente Mas Tô Legal).


Tivemos o terceiro disco da Angélica, talvez injustiçado porque a capa ficou meio sem graça, mas tem músicas legais.


O sexto álbum do grupo Trem da Alegria, o segundo com essa formação com Juninho Bil, Amanda Acosta e Rubinho. Eles ficaram até o final do grupo que foi desativado no final de 1992. Em 1990, era o ápice da lambada, as duas primeiras faixas de cada lado do disco eram de lambada (Lambada da Alegria e Lambada Danada).


Tivemos também o disco Ciranda da Mariane Dombrova, foi o seu segundo álbum lançado, e é o mais conhecido. Inclusive no final de 2022 ela lançou a nova versão desse álbum, ela regravou todas as faixas, ficou muito legal.


Tivemos o segundo e último disco do grupo A Nova Turma do Balão Mágico. A faixa mais lembrada é Quem Não Sabe Assoviar.


E tivemos dois discos da Xuxa. O primeiro em espanhol que tinha sido lançado no mercado internacional em 1989, mas no Brasil foi em 1990 mesmo. E também o disco Xuxa 5, sem referência ao programa Xou da Xuxa para que fosse mais fácil comercializa-lo no exterior. As vendas cairam bastante em relação aos anteriores, possivelmente por conta da grande crise financeira pela qual passávamos e que afetou vários outros artistas. Aliás, afetou várias áreas, não foi só na música não.

Como foi o ano de 1985


O que passou em dezembro de 1985

No dia 22 de dezembro de 1985, Xuxa teve seu primeiro especial de Natal apresentado na Rede Manchete, dirigo por Paulo Neto o diretor do primeiro ano do Xou da Xuxa.


O especial serviu para divulgar o álbum Xuxa e Seus amigos, recém lançado pela gravadora Philips e Polygram que passou da marca das 500 mil cópias vendidas no Brasil, e o especial virou tradição na carreira da apresentadora.


No dia 25, estreou o filme De Volta Para o Futuro. A história acompanha o personagem Marty McFly, interpretado por Michael J. Fox, um adolescente típico dos anos 80, que acidentalmente viaja no tempo para o ano de 1955, usando uma máquina do tempo construída pelo excêntrico cientista Dr. Brown, personagem de Christopher Lloyd, que é disfarçada como um carro modificado.

O personagem Marty McFly foi originalmente interpretado por Eric Stoltz que gravou várias cenas, incluindo algumas sequências importantes, mas a direção percebeu que a química e o tom do personagem não estavam funcionando como esperado para a mistura de comédia e aventura que esperavam e após cerca de cinco semanas de filmagens, Eric Stoltz foi substituído por Michael J. Fox, que já era conhecido por trabalhos anteriores que serviram de base para o que esperavam do personagem.


Muitas cenas já gravadas com Stoltz foram regravadas com Michael, mas algumas tomadas com figurantes ou cenas de fundo permaneceram na edição final. O ator substituido recebeu crédito no filme como parte da produção, mas nenhuma cena sua aparece de forma reconhecível no corte final. Por exemplo, na cena em que Marty dá um soco em Biff Tannen, a mão que aparece não é de Michael J. Fox, mas de Eric Stoltz.