Desde 19 de abril de 1993, as crianças que acompanhavam a programação infantil das manhãs da Globo passaram a assistir a TV Colosso que ocupou a grade no espaço deixado pelo Xou da Xuxa e o programa conquistou uma nova geração de telespectadores mirins, mas aqueles que cresceram com a Xuxa nunca conseguiram ver o programa com os mesmos olhos.
O fato é que TV Colosso fez sucesso com o público e com a crítica, e não sem razão, pois a produção estava cheia de profissionais renomados. Roteiristas, dubladores... enfim. E em 1995, os personagens ganharam um filme. E, detalhe, esse foi o ano da retomada do cinema nacional que foi praticamente extinto desde a chegada de Fernando Collor na presidência. Tivemos uma boa leva de filmes em 1990 e depois disso foi só ladeira abaixo, quase nada, e os poucos filmes produzidos a gente nem viu, nem soubemos que foram feitos.
Super Colosso: A Gincana, fez parte dessa retomada, estreou no dia 25 de dezembro com um orçamento bem modesto, um milhão e duzentos mil reais, com a missão de conquistar um público de até 7 anos, à garotada da pré-escola, que curtia os desenhos e personagens do programa da televisão. O roteiro foi feito por Giba Assis Brasil e por Laerte Coutinho, e a direção ficou a cargo de Luiz Ferré. Te darei mais detalhes depois da vinheta.
O roteiro do filme é bastante simples, tudo gira em torno de uma estátua do cachorro pensador que foi roubada de um museu pela família Furtado, depois de ter seu tamanho reduzido, mas no embate entre os ladrões e os mocinhos a estátua acaba virando o prêmio de uma gincana para celebrar o dia do cachorro.
O troféu é roubado pela família Furtado e eles utilizam a arma secreta de Cachonga, que haviam roubado no início da história, que é uma das melhores cenas do filme. E a arma secreta nada mais é do que uma versão mais forte do Paulo Paulada. Mas a estátua acaba voltando para o museu e o seu tamanho é restaurado durante um embate entre os mocinhos e os vilões.
Além dos personagens do elenco da TV Colosso, fizeram parte do filme os atores Marcelo Serrado e Luana Piovani que formam o casal da história, e Camila Pitanga que também tem bastante protagonismo.
Além da família Furtado que teve Antônio Carlos Falcão no papel de Afânio Furtado, Débora Olivieri como Dona Jóia Furtado, e Fredy Allan como Furtadinho, o Zequinha do Castelo Rátimbum. E para completar a família Furtado tem a Jussara Marque que interpretou a personagem Rubi. Ela ficou bem conhecida no meio infantil quando integrou o elenco do Disney Club, no SBT, interpretando a Maluca do TV Cruj.
Ainda teve a participação de Bhá Bocchi Prince como Mister De La Guache, Graziella Moreto como Mis Pastiche, Luiz Miranda como Mister Crayon, Ilana Kaplan como Dona Gabriela, Luciano Quirino como Flávio, Valéria Sândalo como Dona Lisa, Gerson de Abreu como Olivieri, e Thunderbird em um encontro icônico com Thunderdog, o personagem que foi inspirado nele.
O infantil TV Colosso era um mundo particular dos cachorros cuja interação entre eles dizia respeito só a eles mesmos. Era uma TV feita de cachorro para cachorro. Os artistas, os técnicos... todos eram chachorros. Mas no filme eles interagem com os humanos, e vice-versa, o que acaba sendo bem bizarro porque falam português. Além do tamanho de alguns que são desproporcionais, enormes. Outro detalhe bizarro é o beijo entre a Priscila e o Castilho.
O filme tem pouco mais de uma hora de duração, não chega nem a uma hora e quinze, convenhamos que é bem curto. Tem pelo menos duas publicidades, uma da Sukita e outra da Farinha Láctea Nestlé. E tem algumas cenas que talvez sejam indevidas para o público alvo, em uma, durante um delírio, Marcelo Serrado quase tem a cabeça decepada por uma guilhotina.
Outra cena é quando as pulgas devoram a vilã sob os olhos de todos os presentes e a preocupação do mocinho é com os pequenos assassinos. Ele diz que ninguém deve se preocupar porque elas comem de tudo. E a mulher é dada como desaparecida.
Mas isso não compromete o filme, aliás, a história como um todo é bem ingênua, porém muito bem pensada. A genialidade do uso dos recursos disponíveis supera as bizarrices.
Super Colosso foi lançado em VHS em 1996, no mesmo ano em que o programa da Televisão chegou ao fim. Em agosto daquele ano o grupo Criadores e Criaturas não tiveram o contrato renovado e as produções foram encerradas, embora os episódios tenham sido reprisados até janeiro de 1997.
No dia 26 de dezembro de 1997, praticamente um ano sem a TV Colosso no ar, o filme Super Colosso foi exibido na Sessão da Tarde, dois anos depois do seu lançamento no cinema.
O filme também ganhou um CD com as canções apresentadas, ao todo são 14 faixas, que é basicamente uma coletânea dos discos da TV Colosso e da Priscila: 01 - Super Colosso. 02 - Pula, Pula, Pula. 03 - Rock Furtado. 04 - Mamãe Passou Açúcar em Mim. 05 - Baião Furtado. 06 - Capashow. 07 - Colosso Romântico. 08 - Rap do Gilmar. 09 - Tobogã do Amor. 10 - Pulgas. 11 - Só nós Dois. 12 - Malabi. 13 - Cupidos. 14 - Eu Não Largo o Osso







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