Em 1996, depois de oito anos desde a primeira tentativa de levarem Angélica para a Globo, ela finalmente assinou contrato com a emissora para fazer dois programas, um juvenil e outro para o público infantil. O juvenil foi o Angel Mix, e o infantil foi uma série intitulada Caça Talentos.
Caça Talentos foi uma obra feita a muitas mãos, é uma criação de Boninho e teve roteiros de Denise Bandeira, Mauro Wilson, Ronaldo Santos e Gilberto Loureiro, com a colaboração de Mariana Mesquita, Péricles Barros, Márcio Wilson, Flávia Lins e Silva, Duba Elia e Bernardo Guilherme. E contou com a direção de Carlos Magalhãe, Roberto Vaz e Marcio Augusto, com direção geral de Carlos Magalhães e direção de núcleo de Boninho e Jorge Fernando.
Angélica teve o apoio de várias estrelas da casa. Eduardo Galvão, Helena Fernandes, Antônio Pedro, Tony Tornado, Cláudia Rodrigues e Ana Furtado fizeram parte dos papeis principais.
Angélica interpretou a Bela, uma menina que sofreu um acidente de carro ainda bebê, no qual seus pais perderam a vida. Ela foi encontrada por duas fadas, a atrapalhada Margarida vivida por Marilu Bueno, e a sábia Violeta vivida por Betina Vianny, que a levaram para o Mundo Mágico e a criaram como uma fada, dando poderes mágicos para ela também.
O rompimento do mundo real com o encantado se acabaria com um beijo. Ou seja, a fada Bela não podia beijar nenhum humano, pois além de perder todos os seus poderes a sua memória do mundo mágico seria apagada. Obviamente isso se torna um problema porque ela se apaixona por Artur Carneiro, vivido por Eduardo Galvão, o dono da agência, que a contrata como sua assistente.
A roteirista Denise Bandeira disse que escrever uma fada que fosse boazinha e que resolvesse problemas era o que todo mundo esperava da Angélica. Então, a equipe optou por compor uma personagem trapalhona, que acertava, mas normalmente por caminhos tortos.
A série estreou com uma semana de atraso, no dia 16 de setembro. Ia ao ar às 11h30, logo após o Angel Mix e apresentava uma história completa por semana, cada tema novo tinha início na segunda-feira e era concluído na sexta-feira. Então, além dos atores do elenco fixo, vários artistas participaram da série, não necessariamente atores.
A trama se desenrolava em dois cenários, na agência Caça Talentos e na floresta encantada. Como os Estúdios Globo estavam no início de suas operações, só puderam comportar o cenário da floresta encantada. Já a agência Caça Talentos foi montada nos estúdios Tycoon.
A partir de quatro de agosto de 1997, com o início da terceira temporada, as histórias passaram a ter mais episódios, dez ou mais. E em março de 1998, com o início da quarta temporada, houve uma reestruturação na produção, inclusive de elenco. Chegou ao fim no dia 20 de novembro de 1998.
No último capítulo, após salvar Artur de ser morto por Bárbara, Bela acaba revelando que é uma fada e decide retornar ao Mundo Mágico. A direção do programa tinha a ideia de fazer uma continuação da trama, uma espécie de As Aventuras da Fada Bela, mas o plano não foi adiante.
Após o seu término, a Rede Globo reexibiu os primeiros episódios entre 23 de novembro a 18 de dezembro do mesmo ano. A série foi reexibida pelo canal Viva três vezes. A primeira entre 22 de maio de 2010 a 17 de maio de 2012. A segunda foi logo na sequência até 11 de abril de 2014. E a terceira vez, de forma parcial, entre cinco de agosto de 2019 a sete de agosto de 2020.
Fada Bela ganhou duas canções, uma intitulada Fada Bela, no álbum da Angélica de 1996, e outra intitulada Dança da Fadinha, no álbum Angélica de 1997, ambos lançados pela gravadora Columbia. Hoje, Sony.
A série fez tanto sucesso que ganhou um especial de fim de ano, foi o primeiro especial de Angélica na Globo. O episódio começa com um sonho de Bela cantando ao vivo. Ao despertar, descobre que a agência Caça Talentos aceitou produzir um especial de fim de ano para a TV Galáxia para se salvar da falência. Os funcinários da agência foram convencidos a fazer uma releitura do filme O Mágico de Óz, chamada O Mágico Feroz.
Avalanche, interpretado por Tony Tornado, fez o homem de lata que na versão da Caça Talentos era uma máquina de refrigerante que queria se tornar uma máquina de música. Souboy, interpretado por Igor Lage, fez o papel do espantalho que queria se tornar um grande dançarino de hip hop. Karina, interpretada por Claudia Rodrigues, ficou com o papel do leão, que era uma leoa, e só queria comer menos.
Artur, interpretado por Eduardo Galvão, ficou com o papel do Mágico Feroz. E a menina Doroteia seria interpretada por uma artista misteriosa, então, enquanto ela não aparecia para gravar, Fada Bela assumiu seu papel.
A vilã Silvana, vivida por Helena Fernandes, só pensava em boicotar o trabalho dos colegas com a ajuda de sua fiel escudeira, a Drica, interpretada por Ana Furtado. Para esta missão, juntaram-se ao plano maquiavélico o dono da agência concorrente Mundo Real, Luiz Lobo, intepretado por Davi Pinheiro e Raposo, interpretado por Mauricio Mattar, que conseguiu o papel de príncipe, um personagem extra por sugestão de Bela.
Na época, Angélica e Mauricio Mattar era namorados e tinham gravado um dueto para o álbum dela, lançado naquele ano.
Outro personagem extra foi o duende da sorte, intepretado pelo personagem Tremedeira, papel do ator Antonio Pedro. Silvana ficou com o papel da Bruxa e Drica como a sua mascote macaco voador. Caetano Veloso também faz uma rápida participação.
No final, o homem máquina de refrigerante que queria ser uma máquina de música recebe um rádio do Mágico Feroz. O espantalho que queria ser um grande daçarino ganha uma companheira para formar dupla e a leoa que queria parar de comer recebe um adesivo na boca.
O príncipe vilão admite que tinha a missão de boicotar o especial e recebe a ajuda da fada Bela. A estrela misteriosa finalmente aparece para gravar o especial e é... a Angélica. A bruxa é derrotada e o vilão infiltrado é descoberto.
O especial termina da mesma forma que começou, com um sonho de Bela cantando ao vivo, que na verdade é a Angélica
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