Tiago Ramos ficou muito conhecido no Brasil todo por causa do seu namoro com a Nadine Gonçalves, e foi só o tempo dos dois compartilharem um post no Instagram que imediatamente muita gente começou cavocar o passado do cara e descobriram que ele já tinha namorado alguns homens. Por causa dessa história achei pertinente falar um pouco sobre a bissexualidade.
É uma orientação sexual caracterizada pela capacidade de atração por mais de um sexo, não necessariamente ao mesmo tempo. Ou seja, é bastante comum que uma pessoa que se entende como bissexual namore uma pessoa de cada vez como acontece na maioria dos relacionamentos. E embora a bissexualidade possa parecer que seja aceita com mais naturalidade do que a homossexualidade, existe muito preconceito contra quem se define nessa orientaçao sexual. Aliás, algumas pessoas até fogem desse termo, como o Reinaldo Gianechini que preferiu dizer que a sua sexualidade não cabe em uma gaveta.
Eu também acho que nós deveríamos ficar livres desses rótulos e transitar ou se definir com mais naturalidade na sexualidade como já foi um dia. O comportamento bissexual foi aceito e até encorajado em determinadas sociedades antigas, por exemplo na Grécia e em determinadas nações do Oriente Médio. Gregos e romanos antigos não associavam relações sexuais a rótulos bem definidos, homens que tinham amantes do sexo masculino não eram identificados como homossexuais.
Você assistiu o filme 300 de Esparta?
Você consegue imaginar que todos aqueles soldados que lutavam semi nus eram namorados?
Não era um namoro coletivo, os espartanos pensavam que o amor e as relações eróticas entre soldados experientes e novatos solidificariam a lealdade do combate e a coesão do grupo, pelo menos entre os pares, eles lutavam defendendo um ao outro. Quando os soldados mais jovens atingiam a maturidade, o relacionamento deveria se tornar não sexual, apesar de alguns casos seguirem adiante. Era uma questão histórica e cultural, não existia a adolescência como ainda nos dias de hoje em algumas sociedades quando uma criança entra na puberdade ela passa a ser adulta imediatamente.
Entre esses guerreiros que eram estimulados a terem uma relação homoafetiva, era entre um soldado experiente e um, o que nos entendemos em nossa cultura, adolescente. E na Roma Antiga era aceitável que um romano nascido livre quisesse sexo com parceiros masculinos e femininos. Isso é retratado na série Spartacus onde muitas relações homoafetivas não comprometem os personagens e eles não são diminuídos ou hostilizados pela sua sexualidade tanto quanto nos tempos em que vivemos.
Aliás, a bíblia que é tão controversa, que ora diz uma coisa, ora diz outra coisa, tem textos que deixam a entender que alguns personagens bíblicos tiveram relações homossexuais. E não é de duvidar, pois, afinal de contas, as histórias descritas na bíblia se passam nesse mesmo núcleo em que historicamente a bissexualidade era aceita tranquilamente.
Segundo o livro 1º Samuel, no capítulo 18, versículo de 1 a 3, descreve o seguinte: Sucedeu que, acabando Davi de falar com Saul, a alma de Jônatas se ligou com a de Davi; e Jônatas o amou como à sua própria alma. Saul, naquele dia, o tomou e não lhe permitiu que tornasse para casa de seu pai. Jônatas e Davi fizeram aliança; porque Jônatas o amava como à sua própria alma.
Os que seguem o cristianismo, e que não são gays, vão dizer que essa é uma interpretação deturpada. Mas, lembremo-nos que a bíblia foi escrita em aramaico, hebraico e grego. Ou seja, o que nós lemos é uma tradução, que talvez seja de outra tradução, e cada livraria que publica uma bíblia escolhe a sua versão para reproduzí-la. É bem comum as pessoas optarem por uma ou outra versão por intenções pessoais, pela facilidade de compreensão dos textos.
E as traduções nem sempre são fiéis aos textos originais. Um exemplo é uma descrição de que quando dois homens davam a sua palavra, uma ao outro, isso não era selado com um aperto de mão como nos dias de hoje. Era botando a mão, no saco um do outro. Mas a bíblia descreve essa cena dizendo que os homens apoiavam a mão sobre a coxa, mutuamente, entre ambos.
Voltando a história laica, existe uma bandeira do orgulho bissexual. Ela tem uma faixa magenta na parte superior para a atração pelo mesmo sexo ou gênero, uma azul na parte inferior para a atração pelo sexo ou gênero diferente, e uma violeta, misturada a partir do magenta e do azul, no meio, para representar a bissexualidade.
Outro símbolo com o mesmo esquema de cores é um par de sobreposição de triângulos rosa e azul com o centro roxo na parte onde os triângulos se encontram. O triângulo rosa é um símbolo bem conhecido para a comunidade homossexual, mas muitos bissexuais têm um problema com o uso desse símbolo porque era como o regime de Hitler utilizava para marcar e perseguir os homossexuais.
Portanto, o símbolo da lua dupla foi concebido especificamente para evitar o uso dos triângulos. O símbolo da lua dupla é comum na Alemanha e nos países vizinhos. Outro símbolo usado para a bissexualidade é um diamante roxo, conceitualmente, derivado do cruzamento de dois triângulos, rosa e azul (respectivamente), colocados sobrepostos um ao outro
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