O Menino Maluquinho


Menino Maluquinho - O Filme, estreou nos cinemas em 1995. Foi dirigido por Helvécio Ratton e produzido por Tarcísio Vidigal, baseado na obra infanto-juvenil O Menino Maluquinho do cartunista Ziraldo. O livro foi publicado em 1980 e se tornou um fenômeno durante os anos de 1990 e 2000. A frase que abre a história diz: Era uma vez um menino que tinha o olho maior que a barriga, fogo no rabo e vento nos pés.


O Menino Maluquinho é um típico alegre e criativo menino de 10 anos de idade que, devido a sua personalidade excêntrica e agitada, adora fazer maluquices, aprontar com as pessoas e causar as maiores confusões, sendo conhecido por todos como um causador de problemas. A marca registrada de Maluquinho é a panela em sua cabeça, além da camiseta amarela, bermuda preta e tênis. No filme a bermuda é azul.

Muitas cenas do filme foram rodadas na Rua Congonhas, no bairro Santo Antônio, em Belo Horizonte, em volta de uma casa que serviu de locação para a residência do Menino Maluquinho. Outras cenas foram gravadas na cidade de Tiradentes, no interior de Minas Gerais. E quase todo o elenco infantil é mineiro, os atores mirins foram escolhidos através de inúmeros testes e as crianças foram na maior parte de Belo Horizonte, com exceção de João Romeu Filho o intérprete do Bocão que é do Rio de Janeiro e do próprio Maluquinho, o Samuel Costa, que é de São Paulo.


Samuel Costa tinha nove anos na época da gravação, mas já tinha 10 quando o filme estreou. Patrícia Pillar, Roberto Bomtempo, Edir Castro, Hilda Rebello e Luís Carlos Arutin fazem parte do elenco principal e o longa ainda conta com atuação de diversos nomes da TV como Vera Holtz que faz papel da professora. A história se passa nos anos 60 e a ambientação é uma das melhores coisas do filme, na verdade lembra um pouco as novelas infantis do SBT.

A interpretação dos atores mirins foi uma das coisas que não recebeu boas críticas. O Menino Maluquinho é bastante simpático e fez bem o seu papel, se tem falta de realismo em sua interpretação é falha do texto e da direção. Aliás, o filme não tem um roteiro claro, parece a junção de várias histórinhas. Por exemplo, na cena do sonho tem um narrador que não aparece em nenhuma outra parte do filme.

De história tem mais ou menos uns quinze minutos e algumas coisas foram esticadas para ocupar mais tempo, o sonho que ele tem que foi uma maneira de falar sobre a percepção de tempo das crianças, é uma delas. E no final, para esticar um pouquinho mais, tem um resumão do filme antes dos créditos.


O filme é bonitinho, mas é também, apesar de se passar nos anos 60, um retrato dos anos 90. Bom, se o roteiro foi fiel ao livro, então é um retrato dos anos 80, é que os mesmos hábitos se estenderam até... recentemente. Ainda tem muita gente resistente ao politicamente correto e o filme está cheio de cenas que são impensáveis nos dias de hoje. Olha só.

Buliyng: (Julieta cara de chupeta). Piadinha com teor sexual (o que uma minhoca disse para outra minhoca?). Racismo (Eu vou te dar uma surra seu crioulo. Esse é o Branca de Neve, é por causa dos dentes).

E outras frases do tipo: cai fora daqui senão eu corto o pinto doceis. A Valéria já tem até peitinho.

E não para por aí, tem mais. Tem concurso de peido... O Menino Maluquinho rouba o lanche de um coleguinha da escola... Na porta da escola tem um vendedor de pintinho...

Os dois meninos vão para o quarto para ver revista de mulher pelada, e vêm mesmo porque o filme mostra a revista aberta. Na mesma cena o Menino Maluquinho diz que toma banho com seu tio.

E nem a nudez do próprio Menino Maluquinho cai bem nos dias de hoje. Ele aparece sem roupa e sem censura na hora do banho. E em outra cena faz xixi com a bunda de fora. Hoje em dia existe uma proteção maior a essa super exposição das crianças. Ah e tem uma menção ao que seria o viagra, se o viagra já existisse.

As crianças vão para a escola de ônibus, sem cinto de segurança, aliás, fazendo a maior algazarra e tava tudo bem para os adultos presentes. Sem cinto no carro, com mais gente do que o permitido. E o avô leva o neto e os amiguinhos para voar em um aviãozinho sem capô e não parece que estão com cinto de segurança. 

Tem os pais brigando na frente do filho... E uma das cenas que mais choca é de um rapaz que solta os cachorros atrás das crianças, o mesmo que já tinha tentado bater neles quando caiu numa pegadinha. E não é que os cachorros só deviam assustar, eles eram estimulados a atacar de verdade. Foram salvos pelo avô em um balão. 

E outro retrato de uma realidade bem recente que o filme mostra é a da empregada que faz tudo na casa. Faz comida, da banho no menino, acorda ele para ir para a escola... trabalha até a noite. É o típico conceito de escrava moderna que só acabou em 2013 quando essas profissionais tiveram jornada de trabalho limitada a 8 horas diárias e 44 semanais, horas extras remuneradas, adicional noturno e fundo de garantia. 


O filme ganhou um disco com a trilha sonora intitulado A Festa do Menino Maluquinho, lançado pela Polygram em 1996 com músicas inspiradas no filme, que foram interpretadas por diversos artistas. Ou seja, não são exatamente as músicas que tocaram no filme. O disco tem 13 faixas que são interpretadas por Patricia Marx, Herbert Vianna, Paulo Ricardo, Sandy & Junior, Guilherme Arantes, Milton Nascimento e Rita Lee, entre outros intérpretes.

Curiosidades

O livro original do Menino Maluquinho, que inspirou também a revista do personagem, se tornou um grande sucesso e já passou dos quatro milhões de exemplares vendidos. Em 1998, o filme ganhou uma continuação chamada Menino Maluquinho 2 - A  Aventura.


Samuel Gonçalves Costa, o Menino Maluquinho, nasceu em São Paulo, no dia oito de fevereiro de 1985. Ele foi o escolhido para o papel dentre três mil crianças que foram apresentadas para o teste e depois de protagonizar o  segundo filme do personagem, em 1998, no mesmo ano também atuou em Malhação e na novela Meu Bem Querer. Em 2000 atuou na minissérie Aquarela do Brasil, e em 2001 na série A Turma do Pererê.


Samuel se formou em Publicidade e tornou-se diretor de arte na empresa McCann-Erikson entre 2004 até 2007. Desde 2010 ele é diretor e sócio da agência e produtora de conteúdo Blues Filmes.


Das outras criamças, apenas Cristina Castro, intérprete de Julieta, virou jornalista, e a Fernanda Guimarães, intérprete da Nina, também chegou a atuar no filme Tiradentes, de Oswaldo Caldeira, além de estrelar comerciais no Rio de Janeiro e em Belo Horizonte.

O Menino Maluquinho foi o último filme de Luís Carlos Arutin, o vô passarinho que morreu no filme. O ator faleceu no ano seguinte da estreia do filme, em 1996.

Para homenagear Ziraldo, na ocasião de sua morte, em abril de 2024, a TV Globo passou o filme a uma hora da manhã com cortes em várias cenas.

Virou Manchete (terceira semana de outubro) - Passou Nesse Mês (outubro de 1990)


E estreou o programa Angélica ao Vivo na GNT com a participação de Murilo Benício e Grazi Massafera, além da Tatá Werneck e do antropólogo Michel Alcoforado. Como parceiros fixos a apresentadora conta com André Marques na cozinha e Aline Wirley na banda.


Quando soube que o programa teria culinária e conversa, já pensei que seria só mais uma versão de Estrelas e não. O cenário é bem grande e tem plateia, mas tudo acontece na mesa. É um talk show com comida.


Angélica parecia acelerada, talvez pela ansiedade do retorno a TV depois de um longo período fora, e ao vivo. Em alguns momentos cheguei a pensar que ela estava bêbada pelo excesso de sinceridade em algumas falas. É melhor que vá mais suave nos próximos episódios, que pense melhor no que deve e não falar para evitar constrangimentos dos convidados e tirar o álcool da mesa. Fora isso, achei legal, espero que dure.

LOTV News 

Duas estrelas brasileiras tiveram seus momentos com a realeza britânica, Anitta e Gisele Bundchen. Ou melhor, uma delas, a outra ainda terá. Anitta e o cacique Raoni Metuktire se encontraram com o Rei Charles III, na quarta-feira dia 15 deste mês, outubro, para uma conversa sobre a importância da Floresta Amazônica e da preservação ambiental. Foi um encontro de líderes e personalidades engajadas na pauta climática.


O cacique Raoni foi homenageado pela Liberatum (organização internacional de diplomacia cultural), que, segundo Anitta, o prêmio foi uma forma de agradecer pela sua coragem, pela sua voz e por manter viva a esperança de que ainda há tempo se aprendermos a ouvir aqueles que sempre souberam cuidar da natureza. Me chamou a atenção os vestidos que ela usou nesses eventos, no encontro com o rei e na premiação, ambos com os ombros de fora.



No evento da Liberatum, o vestido foi mesmo que ela usou no Grammy Latino de 2022, uma reprodução de um vestido que Xuxa usou no último episódio do Xou da Xuxa em 1992.


E quanto a Gisele Bundchen. No dia cinco de novembro vai acontecer O Prêmio Earthshot de 2025, no Museu do Amanhã no Rio de Janeiro. Trata-se de um projeto fundado pelo Príncipe William, é um prestigiado reconhecimento global para soluções inovadoras que enfrentam os desafios ambientais mais urgentes do planeta.


Foram selecionados 15 finalistas, incluindo projetos do Brasil e de outros países sul-americanos, e dois projetos brasileiros estão entre os finalistas na categoria Proteger e Restaurar a Natureza. Gisele Bündchen foi nomeada membro do conselho do prêmio. Ela será a primeira brasileira a assumir esse cargo, juntando-se a outros líderes de destaque, como o Príncipe William do Reino Unido e a Rainha Rania Al Abdullah da Jordânia, entre outros.
 Aconteceu 

A Globo anunciou uma prorroga da novela Êta Mundo Melhor!. O folhetim vai ficar no ar até março de 2026. Com isso, entrará na lista das novelas mais longas da faixa das 18h, junto com outras tramas do autor como O Cravo e a Rosa e Alma Gêmea.


Esse foi o segundo anúncio de esticamento da novela, originalmente acabaria no dia 13 de fevereiro e foi prorrogada até 27 do mesmo mês, agora irá até 13 de março.

O site da revista Variety publicou uma matéria sobre os 100 anos do Grupo Globo e se referiu à Xuxa como a maior popstar do Brasil. A apresentadora é citada em um parágrafo sobre o licenciamento de obras da Globo para a Telefé, canal da Argentina. A Globo licenciou para a Telefé a novela Todas as Flores e Xuxa, o Documentário. Ambas, produções da Globoplay.


Maria Antonieta de las Nieves anunciou a aposentadoria da Chiquinha depois de 57 anos interpretando a personagem. Ou seja, se a Chiquinha tivesse nascida como um bebê teria essa idade, 57 anos. Originalmente chamada de Chilindrina, Chiquinha é aqui para nós no Brasil, a personagem foi criada em 1968... as datas entram em conflito.

Maria Antonieta de las Nieves disse que está com 75 anos, então ela teria nascido em 1950 e Chilindrina foi criada em 1968... tá tudo bem, ela teria 18 anos. Mas na Wikipédia a informação é que a atriz nasceu em dezembro de 1946, ou seja, está prestes a completar 79 anos. Não dá para acreditar em gente famosa.
O Upfront, evento para anunciar as novidades da Globo, mostrou que finalmente Eliana terá o seu programa de domingo na emissora, teve Xuxa como uma das apresentadoras, com cabelo, o tratamento capilar está dando certo... mas o evento recebeu muitas críticas de diversos canais, jornalistas e apresentadores, pelas menções depreciativas que fizeram à Band.


Willian Bonner disse que a Fórmula 1 voltará para a Globo e que estava desaparecida, estava na Band... A Renata Vanzetto disse que um episódio do Chef de Alto Nível deu mais audiência do que todas as temporadas do MasterChef juntas, MasterChef é da Band...

Eduardo Sterblitch zombou da HBO também ao chamar a personagem de Camila Pitanga da novela Beleza Fatal de Bebel da 25 de Março. E a novela também passou na Band. Ficou feio para a Globo.

Passou Nesse Mês

No dia oito de outubro de 1990, estreou a minissérie La Mamma, na TV Globo. Baseada na peça homônima de André Roussin, de 1957, uma adaptação teatral do romance O Belo Antônio, de Vitaliano Brancati. A peça de Roussin também foi adaptada para a TV por Augusto César Vanucci e Paulo Figueiredo, em cinco capítulos, com roteiro de João Bethencourt e direção de Vanucci. Teve Dercy Gonçalves e César Filho nos papeis principais.


No dia nove, estreou a minissérie Mãe de Santo, na Rede Manchete. Foi ao ar às 22h30 em 16 episódios, escrita por Paulo César Coutinho e dirigida por Henrique Martins e Álvaro Fugulin. Contou com Júlia Lemmertz, Totia Meirelles, Denise Del Vecchio, Neuza Borges, Esther Góes e Giuseppe Oristânio no elenco, além de vários outros autores.

Mãe de Santo apresentava um tema distinto em cada capítulo, foi uma das várias vezes em que a TV Manchete realizou e exibiu uma produção que tinha como conteúdo as religiões de matriz afro-brasileira como o Candomblé e a Umbanda. No quarto episódio, narrou a história de Lúcio e Rafael, um casal homossexual interpretado pelos atores Raí Alves e Daniel Barcellos, que protagonizaram o primeiro beijo entre homens da história da televisão aberta brasileira. No quinto episódio foi feita referências a AIDS, que era um tabu. E em oturo episódio abordou a transexualidade, intersexualidade e androgenia.


No dia 10, Thalia lançou seu álbum de estreia no México. O álbum homônimo contém 10 faixas com músicas nas vertentes rock, pop, synthpop e baladas.

No dia 12, estreou nos cinemas brasileiros o filme Robocop 2. O mesmo já tinha sido lançado em junho nos Estados Unidos. É uma sequência do aclamado RoboCop de 1987, com um tom mais sombrio e cínico, e um roteiro original controverso da lenda dos quadrinhos Frank Miller. Apesar de uma recepção crítica amplamente dividida no lançamento, que criticou seu enredo complexo e violência extrema, o longa foi um sucesso financeiro moderado e, ao longo dos anos, desenvolveu um status de clássico cult, sendo reavaliado por sua sátira social cáustica e seus efeitos especiais inovadores, especialmente o trabalho de stop motion.

No dia 15, estreou a novela Araponga, na TV Globo. Escrita por Dias Gomes, Lauro César Muniz e Ferreira Gullar, teve direção de Cecil Thiré e contou com as atuações de Tarcísio Meira no papel principal, uma versão caricata de James Bond. Tem um vídeo com 20 fatos sobre a novela aqui no canal.


No dia 20 entrou no ar a MTV Brasil por meio de uma parceria entre o Grupo Abril e a MTV Networks, subsidiária da Viacom, atualmente Paramount Global. Foi a terceira versão da MTV no mundo e a primeira a operar em sinal aberto. Destacou-se por ser a primeira emissora segmentada do país com programação voltada exclusivamente à juventude e por transmitir conteúdo 24 horas por dia. Até meados da década de 90 as emissoras ficavam algumas horas fora do ar durante a madrugada.

No dia 29, estreou a novela Meu Bem Meu Mal, na TV Globo. Escrita por Cassiano Gabus Mendes, teve direção geral de Paulo Ubiratan e contou com as atuações de Sílvia Pfeifer, José Mayer e Lima Duarte nos papeis principais. A encomenda da Globo aconteceu apenas dois meses antes da estreia, já que Araponga, que seria a substituta de Rainha da Sucata foi ao ar no horário das 21h30 antes da data prevista.

Foi em outubro de 1990 também que estreou a curta-metragem Chico Bento, Oia a Onça!. É uma histórias baseada nos quadrinhos de Maurício de Sousa.

O início da guerra entre a Globo e a Record


A Record é a segunda emissora de maior audiência no Brasil, absoluta, desde 2020. A partir de 2007 chegava a ultrapassar o SBT em várias ocasiões, mas caia de novo, no entanto, desde que conseguiu permanecer por 24 horas seguidas a frente da concorrente se mantém nesse patamar.


Uma coisa que diferencia a Record de suas concorrentes é que o dono do canal é também o líder de uma igreja evangélica e as duas coisas caminham juntas, a emissora funciona como divulgadora da Universal que, por sua vez, injeta dinheiro na TV, e essa funciona como uma extensão da instituição religiosa para os telespectadores. Seus fiéis, e de outras congregações protestantes radicais não assistem a Globo.

A compra da Record por Edir Macedo foi efetuada em 1989 por cerca de 45 milhões de dólares que, na época, não tinha praticamente nem uma relevância na audiência do país. Mas assim que assumiu a liderança, o líder a igreja Universal deu início a um projeto de expansão comprando outras emissoras menores para que o sinal chegasse a todos os estados do Brasil, modificou a logo e colocou o canal em posto competitivo no mercado publicitário.

Mas o crescimento da Record foi a ruína do Edir Macedo. Ele foi preso no dia 24 de maio de 1992, após um culto em Santo Amaro, acusado de charlatanismo, curandeirismo (por oferecer curas não comprovadas sob pretexto religioso), e estelionato por, supostamente, enganar pessoas para obter vantagem, no caso, com práticas ligadas à fé.

A denúncia foi feita pelo Ministério Público e o fato bem explorado pela TV Globo, mas se a intenção era utilizar a prisão do dono da concorrente para desmerecer seu canal, não funcionou, pois Edir Macedo ficou preso apenas por 11 dias e soube usar isso a seu favor colocando-se no lugar dos profetas que eram perseguidos no início do cristianismo.

Os anos se passaram e chegamos a 1995, quando o Jornal Nacional da TV Globo exibiu uma gravação feita em 1990 por Carlos Magno de Miranda, um ex-pastor da Universal. Na gravação, Edir Macedo orientava outros pastores sobre estratégias para solicitar contribuições financeiras dos fiéis, utilizando técnicas como desafiar os membros a trazerem valores específicos durante os cultos. O Fantástico e o Globo Repórter também fizeram matérias a respeito.

Carlos Magno de Miranda faltou em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, que tinha gravado as imagens para alertar a sociedade sobre as práticas da igreja e que, posteriormente, tentou negociar para evitar a divulgação das gravações, mas ao invés de lucrar com isso, ele perdeu dinheiro. Alegou que foi pressionado a entregar uma quantia significativa para não divulgar as imagens.

Obviamente isso foi um prato cheio para a Globo, um banquete, para desmoralizar a concorrente, mas os pastores da Universal começaram a incentivar seus fiéis em seus cultos a promover um boicote chamando a Globo de emissora do diabo. Mas curiosamente plagiou toda a sua programação para tentar ocupar o primeiro lugar no IBOPE.


Em 1995, Dias Gomes escreveu o romance Decadência que tinha como pano de fundo a crise de valores e a busca pela ética, deflagradas a partir dos absurdos cometidos na Era Collor. O personagem que se destaca é o Mariel, um homem que foi adotado criança por uma família rica, carioca, e que ao crescer foi submetido ao cargo de motorista. Ele se apaixouna por uma das filhas do casal e é expulso da casa, já que ninguém aceita tal relacionamento entre ambos.

Desde então, Mariel segue um caminho tortuoso que o faz buscar respostas no misticismo, e cresce rapidamente como um importante pastor evangélico, bem mais preocupado em aumentar o seu império e poder do que propriamente difundir a mensagem divina. E quando alcança o topo do sucesso e do prestígio ele vai por vingança contra os Tavares Branco que o humilharam no passado.


Simultaneamente a venda do livro, a Globo produziu uma minissérie que foi ao ar entre 5 a 22 de setembro daquele ano. Edson Celulari fez o papel de Mariel, em nada se parece com o líder da Universal, mas a sua história sim. Ou melhor, a ascenção meteórica e os meios questionáveis de persuadir os fiéis a dar dinheiro para a igreja. E o personagem chegou a citar frases ditas por Edir Macedo em uma entrevista cedida a revista Veja e no vídeo divulgado pelo Jornal Nacional como: O dinheiro pode ser usado para o bem ou para o mal, e, ou dá ou desce. Foram catorze frases utilizadas na teledramaturgia. 

Antes ainda da estreia da minissérie, os pastores da Universal, já prevendo que seriam expostos pela obra, começaram a atacar antes. Utilizaram os jornais e os programas da Record, como o 25ª Hora, acusando a Globo e algumas alas católicas de trabalharem juntos, depois entraram com um processo contra a emissora e contra o autor Dias Gomes, alegando danos morais e materiais. 


A Globo fez um editorial na abertura da minissérie, declarando que Decadência não pretendia fazer crítica a nenhuma religião ou mesmo a qualquer um de seus representantes. Mas no dia 7 de setembro, em resposta a exibição da minissérie, a Record exibiu o filme canadense de 1992, The Boys of St. Vincent, que fala sobre abuso infantil. Nesse caso, sendo um ataque direcionado mais a Igreja Católica do que a Globo.
E as trocas de farpas não acabaram quando a minissérie cheogu ao fim. No dia 12 de outubro, Sérgio Von Helder, bispo da Universal que apresentava o programa matutino O Despertar da Fé do Reino de Deus, na Record, resolveu protestar contra o caráter religioso do feriado nacional de 12 de outubro. Como as igrejas protestantes consideram a utilização de imagens religiosas e a veneração aos santos, características da liturgia e culto católico, como idolatria, ele levou uma grande imagem de Nossa Senhora Aparecida para o palco e deu socos e chutes na estátua para mostrar que aquilo não era santo coisa nenhuma.


Ele questionou o preço da imagem e se Deus, o Criador do universo, poderia ser comparado a um boneco tão feio, tão horrível, tão desgraçado. No dia seguinte houve uma grande cobertura jornalística sobre o ocorrido apresentando o fato como um ultraje deliberado à padroeira do Brasil, e por conseguinte, à fé católica, e como uma demonstração de intolerância religiosa por parte da Igreja Universal. Diversos jornais e revistas publicaram matéria ou nota a respeito.

Isso gerou indignação nos católicos, mas também e em seguidores de outras religiões, inclusive evangélicas. Houve queixas na polícia e na justiça contra o pastor. Promotores de Justiça e pessoas comuns acionaram judicialmente a Igreja Universal em vários fóruns, sob alegação de crimes como vilipêndio e desrespeito ao direito fundamental constitucional da liberdade de culto. E as cenas dos chutes e os desdobramentos judiciais do caso ficaram nos noticiários durante vários dias.


Não pegou nada bem para a Record. Muitas autoridades se pronunciaram a respeito, como o presidente Fernando Henrique, e até o Papa João Paulo II, na época, que alertou para que os católicos não respondessem ao mal com o mal. O arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Eugênio de Araújo Sales, chegou a responsabilizar o governo federal por ceder concessões públicas de rádio e televisão sem critérios. Padres, bispos e arcebispos lideraram caminhadas, passeatas e concentrações entre fiéis, e a Globo transmitiu uma missa de desagravo à santa. A missa já fazia parte da programação da Globo.

A Universal não se manifestou oficialmente sobre o ocorrido, mas Edir Macedo teria oferecido 10 minutos da programação da Record para os líderes católicos, que recusaram. Já os fièis católicos reagiram de forma mais agressiva, foram registrados atentados, invasões, apedrejamentos, incêndio de templos e ameaças de bomba.

Depois Universal alegou perseguição religiosa por meio da mídia, sem citar nomes, mas o bispo autor de tudo isso disse que a TV Globo tinha lhe transformado num monstro. Ele foi enviado para os Estados Unidos e um ano e meio depois, em 30 de abril de 1997, foi condenado pelo juiz da 12ª Vara Criminal da cidade de São Paulo (SP), Ruy Alberto Leme Cavalheiro, a dois anos e dois meses de prisão por crimes de discriminação religiosa e vilipêndio a imagem.

O bispo foi beneficiado pela falta de clareza no processo, ele voltou ao Brasil em 1998, mas o caso ficou parado. Em novembro de 1999, Von Helder foi condenado novamente, a dois anos de reclusão, com direito a suspensão condicional de pena, por incitar o preconceito religioso.


Alguns cantores fizeram até música sobre o tema, Gilberto Gil lançou em 1997, a canção Guerra Santa, no seu álbum intitulado Quanta. E a dupla Felipe & Falcão gravaram a música Milagre da Santa com base em um boato que surgiu na época. Os rumores eram que o bispo da Universal teria se desviado e se rendido ao catolicismo romano depois de supostas dores na perna que foram milagrosamente curadas. Essa história foi desmentida pela revista IstoÉ na reportagem O Conto da Santa, de Chico Silva. 


Desde então, a Globo não perde oportunidade para denunciar as falcatruas dos líderes de sua concorrente como aconteceu em 2000 e 2002 quando o Ministério Público e a Polícia Federal investigaram Edir Macedo por lavagem de dinheiro e enriquecimento ilícito, entre outras matérias nos anos seguintes.

Enquanto que a A Record responde chamando a Globo de invejosa, preconceituosa, e perseguidora dos evangélicos e acusa a emissora de usar a imprensa para atacar Edir Macedo. Em outubro de 2007, no programa jornalístico Domingo Espetacular, a emissora relembrou que a concorrente utilizou declarações públicas do líder da Universal em sua minissérie Decadência sem consentimento.

Novela Araponga - 35 anos


Em 1990 a TV Globo que sempre vencia de braçadas as suas concorrentes no IBOPE teve bastante trabalho para preservar o seu público na faixa das 21h30 porque desde março a Manchete apresentava a novela Pantanal que foi conquistando cada vez mais público.

Pantanal concorria diretamente com a faixa de shows da Globo e foi por causa dela que a emissora fez uma série de alterações em sua novela das oito, que entrava no ar às oito e meia. Uma delas é que o folhetim tinha em média 45 ou 50 minutos e começou a ser estendida para segurar mais o público e empurrar Pantanal cada vez para mais tarde, já que a Manchete esperava acabar o capítulo do dia de Rainha da Sucata.

Isso prendia um pouco mais os telespectadores, além de prejudicar comercialmente a Manchete. No entanto, quando Rainha da Sucata anunciava as cenas do próximo capítulo, os telespectadores mudavam de canal e não voltavam. Isso derrubou muito a audiência dos programas que vinham a seguir, então a Globo eliminou esse bloco e o comercial entre o início do próximo programa, além de reduzir a vinheta no final de cada capítulo para que a atração seguinte começasse quase que imediatamente.


Outra estratégia para manter os telespectadores foi colocar as minisséries logo em seguida da novela, durante o ano todo, eliminando a faixa de shows, ou empurrando para mais tarde. A última trama apresentada no horário foi Araponga. Pantanal tinha ainda dois meses de exibição até o seu final, então, a trama foi colocada no mesmo horário estratégicamente para não apenas frear a perda de telespectadore, mas também para fideliza-los para depois do fim de Pantanal.

Ou seja, quem ficava em dúvida em qual novela assistir, depois do fim de Pantanal, teoricamente passaria a assistir Araponga ao invés de começar a acompanhar o novo folhetim da Manchete. Veja agora 20 fatos sobre Araponga.

1. A novela Araponga estreou no dia 15 de outubro de 1990 e foi exibida até 29 de março de 1991. Ou seja, durou pouco mais de cinco meses. 

2. A trama estava programada para substituir a novela das 20h, Rainha da Sucata, mas foi antecipada no horário das 21h30, ocupando a faixa de shows da emissora. 


3. Araponga foi escrita em conjunto por Dias Gomes, Lauro César Muniz e Ferreira Gullar, que escreviam capítulos individualmente e depois se encontravam para alinhar o material. A direção geral foi de Cecil Thiré.

4. Antes de Araponga, a produção pensou nos títulos Ponto Futuro e Os Clones.

5. Uma das razões desse segundo título é porque o personagem de Paulo Gracindo queria se perpetuar através de várias inseminações artificiais. Para tanto, a equipe de produção contou com a assessoria de geneticistas e biólogos.

6. A história misturou comédia de ação e sátira política. O slogan da época foi: um jeito novo de fazer novela.

7. Embora elogiada por ousar na linguagem, ou seja, no ritmo e na sátira, a novela sofreu cortes e interferências da cúpula da emissora por conta do tom provocativo da trama. Houve divergências entre a proposta original e o material exibido.

8. A sinopse começou a ser gerada no final do ano de 1989 e passou por diversos ajustes até ser aprovada.

9. O protagonista é um ex-agente que tenta reativar o Serviço Nacional de Informações (SNI), e a novela ironiza hábitos e mentalidades remanescentes do regime militar. O próprio título vem do costume de usar nomes de animais como codinomes de espiões.

10. Tarcísio Meira viveu o detetive Aristênio Catanduva, o Araponga, um personagem cômico/atrapalhado, quase caricato, um anti-herói que era tratado com uma criança pela mãe, mas fazia coleção de calcinhas femininas.

11. As 25 peças que formavam a coleção de calcinhas de Araponga contavam um pouco da história das roupas íntimas femininas nos 20 anos anteriores à novela. A equipe de produção pesquisou modelos, tecidos e tendências em diversas revistas de diferentes épocas, para apresentar cada peça em seu contexto.


12. As arapongas são aves barulhentas, que emitem um canto forte, nada discretas. O nome foi escolhido propositalmente para o personagem que era atrapalhado, e pegou. Os personagens do mundo da espionagem começaram a ser chamados de arapongas.

13. Além dele, Christiane Torloni, Taumaturgo Ferreira, Paulo José, Lúcia Veríssimo, Carla Marins, Dira Paes e Luiza Brunet estiveram no elenco fixo da trama.

14. Luiza Brunet tinha feito duas participações em telenovelas antes de Araponga, em 1982 em Elas Por Elas, e em 1987 em Cambalacho, mas dessa vez atuou efetivamente como atriz em um papel importante na trama, ela interpretou a Dalila, uma espécie de Girl-Bond, a mulher bonita fatal que ajuda o espião.


15. Foi também a primeira novela da atriz Angela Vieira. Ela interpretou a personagem Jurema.

16. Paulo Gracindo fez uma participação especial como o senador cuja morte aconteceu no início da novela servindo como estopim para a trama. Ele tinha interpretado o personagem Betinho em Rainha da Sucata, que ainda estava no ar, e cujo personagem também morreu na trama.

17. Se desse certo, a Globo reativaria a faixa de novela que já tinha existido em alguns anos na emissora, mas após o término de Araponga o horário foi descontinuado. 

18. A vinheta, sob a música Araponga Mix do DJ Marcello Mansur, mostra o personagem Araponga passando por diversas situações, diminuindo e voltando ao tamanho real várias vezes, e acaba no colo da mãe que o tratava como uma criança na novela.

19. A novela teve dois álbuns musicais com vários artistas conhecidos fazendo parte da trilha nacional, como Lulu Santos, Simone, Sandra de Sá, Alcione e Emílio Santiago, entre outros.

20. A modelo e atriz Luiza Brunet estampou a capa dos dois álbuns da novela.

Virou Manchete (segunda semana de outubro de 2025) - Passou Nesse Mês (Outubro de 1985))


A marca MTV vai deixar de operar definitivamente na mídia brasileira. A Paramount anunciou o cancelamento, a partir de 31 de dezembro, de seis canais que operavam através dela no circuito nacional de TV fechada, serão descontinuados o canal MTV, MTV Live, Comedy Central, Nickelodeon, Nick Jr. e o canal Paramount.

A partir de janeiro de 2026, a Paramount vai operar apenas pela plataforma de streaming. Segundo o portal Whiplash, a decisão de encerrar as emissoras se baseia na queda de receita com publicidade e na diminuição considerável do número de assinantes de canais por assinatura. É, não tem jeito gente, a TV linear tem a sua existência garantida seguramente, mas a TV paga não.


É muito cômodo assistir TV linear porque a gente não precisa pensar, o conteúdo já está lá, rolando. Isso sempre foi uma das grandes críticas dos intelectuais, que a TV emburrece porque o telespectador não precisa pensar, mas o fato é que nem sempre a gente está com disposição de ficar um tempão procurando por alguma coisa para ver. Assim como era na época das videolocadoras, era gostoso, um evento, locar filmes para ver no final de semana, mas pense fazer isso todos os dias, é desgastante.


E a TV paga, na verdade, também não vai deixar de existir, é o conceito que está mudando. Porque antes nós assinávamos uma TV que oferecia bastante conteúdo, todo através de canais lineares, e hoje em dia as plataformas de streaming oferecem conteúdo on-demand, ou seja, aquilo que a gente pode ver a hora que a gente quiser, mas as plataformas estão englobando também os canais lineares.


Então, esse canais fechados não deixarão de existir, só passarão a ser distribuídos através de outro método. A Globoplay, por exemplo, oferece conteúdo on-demand e várias canais lineares, a Prime Vídeo também... a Netflix ainda não, mas acho que é uma questão de tempo para começar a oferecer em seus pacotes a opção de ver TV também, e de criar o seu próprio canal. 

Em relação a MTV, aqui no canal tem um vídeo sobre o começo e o fim das transmissões na TV aberta. A emissora iniciou suas atividades no Brasil em 1990, através da Editora Abril, e a partir de setembro de 2013, a Viacom retomou a concessão, mas passou a operar no circuito fechado e mudou completamente. Abandonou o foco na música para abraçar o segmento dos realitys e nunca teve o mesmo sucesso que antes.

 

LOTV News

 

Com a grande repercussão dos últimos capítulos da novela Vale Tudo, eu fiz uma lista dos remakes internacionais das novelas da Globo. Sim meu caro, não é só a Globo que refaz suas novelas, ela vende bastante para o exterior e essas novelas são dubladas, assim como faz o SBT com as novelas mexicanas e a Record com as novelas turcas. Alías, a Globoplya novelas também usa dessa estratégia, mas algumas novelas da Globo foram refeitas. Veja quais são, quando e onde isso aconteceu.

 

A novela Te Contei, da Globo, de 1978, ganhou uma versão em espanhol para o Chile, em 1990, sob o título de Te Conté.

Em 2002, a novela Vale Tudo ganhou uma versão chamada Vale Todo, produzida pela Telemundo para ser distribuida pelos países de língua espanhola, mas teve atores brasileiros também na trama.

Em 2010, O Clone foi refeita para o mercado hispânico com o título El Clon, mantendo a premissa dos gêmeos/clone e os personagens centrais da trama.

Em 2010 também, a novela Louco Amor, de 1983, ganhou uma versão em espanhol no México sob o título de Entre el amor y el deseo.

Em 2012, a novela Dancin’ Days ganhou uma versão portuguesa, com o mesmo título, em um trabalho conjunto a entre Globo e a SIC de Portugal, velha parceira da emissora brasileira.

A série Como Aproveitar o Fim do Mundo que estreou na Globo no final de 2012, virou No Tomorrow, em uma versão em espanhol em 2016 para o público latino residente nos Estados Unidos.

Em 2013, a novela Fina Estampa ganhou o título que tinha sido pensado par ao Brasil, Marido en Alquiler, ou seja, Marido de Aluguel, em uma adaptação da Telemundo para o mercado hispânico.

O Bem-Amado, novela da Globo de 1973, ganhou uma versão em espanhol em 2017, sob o título de El Bienamado, para o México.

Em 2019, a minisséria Amores Roubados, de 2014, ganhou uma versão em espanhol para o público latino nos Estados Unidos, sob o título de Jugar con Fuego, em 10 episódios.

Em 2019, a obra de Jorge Amada, Dona Flor e Seus Dois Maridos que já teve adaptação para o teatro, duas versões para o cinema e uma minissérie na Globo em 1998, virou telenova no México sob o título Doña Flor Y Sus Dos Maridos.

Em 2023, a Globo anunciou em Cannes a venda do formato de Avenida Brasil para uma produtora turca, que passou a se chamar Leyla, já que o nome perdeu o sentido fora do Brasil.

 

 Aconteceu

 

O SBT estreou o canal SBT Kids no YouTube dedicado a crianças de zero a nove anos. O canal traz uma programação que combina clássicos como Bom Dia & Cia com Patati Patatá, Sábado Animado, Câmeras Escondidas Kids e O Picapau Amarelo com quadros especiais.

Além disso, a aposta será em novidades exclusivas, como Mundo Greens, Charadinhas do Melô, o podcast Emília Podtudo, a Escolinha SBT Kids e outros formatos inéditos. Também estão na grade clipes musicais com trilhas das novelas do SBT, músicas do Silvinho e da turminha de O Picapau Amarelo. Apesar das tantas críticas que vejo a respeito da audiência e da programação do canal aberto, parece que a emissora não está tão mal assim, né? Ou não estaria investindo em outros canais e conteúdos próprios.

 

Na segunda-feira dia seis, quando chegou ao fim o reality Estrela da Casa na TV Globo, dando vitória a Thainá Gonçalvez, O SBT estreou o The Voice Brasil. Não há muito o que acrescentar porque o formato é bem conhecido, inclusive o apresentador. O que chamou a atenção foi a divulgação da emissora no convite para a estreia, uma tática adotada pelo Silvio Santos desde a década de 80 para não bater de frente com a Globo. O convite foi para assistir o The Voice depois da morte de Odete Roitman. 

Vale Tudo e o desencarne de Odete Roitman fizeram a Globo alcançar recordes de audiência em diversos aspectos. O capítulo da segunda-feira dia 6 alcançou o mais alto número da transmissão ao vivo da TV Globo no Globoplay. O capítulo mais que dobrou o consumo em relação à média dos episódios da novela e se tornou o de maior audiência da história do sinal ao vivo na plataforma.

 

Além das Nuvens

 

O ator, escritor e historiador David José Lessa Matros partiu para outros planos na segunda-feira dia seis de outubro, devido a uma doença pulmonar progressiva, diagnosticada em 2017. Ele foi o primeiro Pedrinho do Sitio do Pica-Pau Amarelo na TV Tupi, e estava com 83 anos.


Passou Nesse Mês


No dia 21 de outubro de 1985, estreou a novela De Quina pra Lua, no horário das 18h da TV Globo. Foi escrita por Alcides Nogueira, a partir de um argumento criado por Benedito Ruy Barbosa e com colaboração de Walther Negrão. Contou com a direção geral de Daniel Filho e teve Agildo Ribeiro, Elizabeth Savalla, Hugo Carvana, Paulo Betti, Tamara Taxman, José Dumont, Denise Milfont, Taumaturgo Ferreira, Isabela Garcia, Marco Antônio Pâmio, Milton Moraes e Eva Wilma nos papéis centrais da trama.



De Quina Pra Lua foi a primeira novela das 18 horas a ter as suas duas trilhas sonoras, nacional e internacional, lançadas pela Som livre. A partir de 1985 a fabricação e distribuição dos LP's e K7's passaram a ser da Discos CBS, a mesma da gravadora Opus Columbia, que deixou de existir e lançar as trilhas das novelas das 18 horas, que fazia desde o início dos anos 1980.

Foi em outubro de 1985 também que a revista Globo Rural entrou em circulação pela editora Rio Gráfica. A matéria de capa abordava a introdução do zebu no Brasil, com texto assinado por José Hamilton Ribeiro, primeiro editor-chefe da publicação. A edição inaugural também contou com editorial de Roberto Marinho e crônica de Carlos Drummond de Andrade.

Em 1986, após a aquisição da Livraria do Globo, a Rio Gráfica passou a operar como Editora Globo, mas essa atualização na impressão da revista só aconteceu a partir de fevereiro de 1987. A Globo Rural se destacou pela ênfase na prestação de serviços ao produtor rural, com reportagens baseadas em entrevistas com pesquisadores, produtores e especialistas ambientais, mantendo um compromisso com a informação técnica e precisa.