Disco dos Paquitos


Devido o grande sucesso do disco das Paquitas entre as crianças e adolescentes, Xuxa e Marlene Mattos lançaram a versão masculina, os Paquitos, como um conjunto musical, mas que também atuavam como assistentes de palco no Xou da Xuxa. Em março de 2025, o álbum lançado por eles completou 35 anos.


Em 1988, a Xuxa estava no auge do seu sucesso, foi naquele ano que ela entrou para o livro dos récordes com o disco Xou da Xuxa 3, como o álbum musical mais vendido da América Latina e como o álbum infantil mais vendido do mundo. Ela tinha um dos salários mais altos da TV Globo, uma das porcentagens mais altas pelas vendas de seus produtos, e eram vários. E não satisfeita, começou a abrir empresas e mais empresas para gerenciar as distintas áreas que explorava comercialmente. Então, por que não um selo discográfico para vender discos?


E assim, nasceu o Xuxa Discos que lançou o Carnaval dos Baixinhos em dezembro de 1988. As artistas de maior sucesso do selo foram as Paquitas que atingiram números de vendas similares aos da própria apresentadora, e então, por que não lançar um grupo de meninos?! Se as meninas já faziam sucesso entre as próprias meninas, imagine um grupo de meninos. E assim nasceu o grupo dos Paquitos.


Os meninos foram selecionados no decorrer do ano de 1989, quando as Paquitas estavam em alta, bombando na televisão e nas rádios também, e foram lançados oficialmente no Natal do mesmo ano. Mas o disco só chegou nas lojas em março de 1990


O álbum contém 10 faixas, e traz na capa e na contra capa, os cinco integrantes: Alexandre Canhoni, Cláudio Heinrich, Egon Júnior, Marcelo Faustini e Robson Barros. Em ambas as fotos, eles usaram fardas diferentes, que era uma das características tanto deles, quanto das Paquitas. Já para o pôster interno, os cinco garotos vestiram um traje smokin, que também era muito usado por eles quando atuavam no Xou da Xuxa.


E detalhe, os trajes deles, e das Paquitas, foram inspirados nos figurinos do Michael Jackson, de quem a Xuxa era muito fã. E o formato do grupo tinha como base os Menudos, o grande fenômeno de Porto Rico, dos anos de 1980. A seleção dos meninos aconteceu mais empatia da apresentadora, e do público, com eles, do que pela capacidade vocal. O único que foi escolhido pelo potencial vocal foi o Alexandre. Ainda assim, todos acabaram colocando vóz nas músicas do disco, alguns mais, outros menos.


Como eles nasceram com a intenção de ser um grupo musical, não eram contratados da TV Globo, eram um produto exclusivamente da Xuxa Discos. A Xuxa tinha contrato com a Som Livre, os ábuns produzidos pelo Xuxa Discos eram distribuidos pela Som Livre também, e o produtor do álbum de estreia dos Paquitos foi o Aramis Barros, que era produtor musical da Som Livre, desde 1983, e também responsável pela direção artística da gravadora. 

A primeira faixa é: Muito Prazer, de Zé Henrique Marcelo Faria, e Marcello Azevedo. Que servia para apresentar os cinco garotos.

A segunda faixa é: A Nova Onda, de Joe Athanásio, e Tavinho Paes. Essa música entrou para a trilha sonora do filme Sonho de Verão, que foi pensado para eles e para as Paquitas.

A terceira faixa é: Garota, de José Augusto e Paulo Sérgio Valle.

A quarta faixa é: Sozinho, de Rossini Pinto. É uma versão da música Tomorrow, de Paul McCartney.

A quinta faixa é: Vem Dançar Rumba, de Aramis Barros, Isidore S.H. York e Lourdinha. É uma versão de La Rumba de San Martin de Mighty Sparrow, um cantor de Trinidad. Esse foi um dos hits mais fortes do grupo.

Essas cinco faixas fechavam o lado A do disco em vinil, e da versão em fita K7. Mas o álbum também teve sua versão em CD.

Na sequência do CD, ou abrindo o lado B do disco e da fita K7, a primeira faixa é: Paquidance, de Zé Henrique, Marcelo Faria, Marcello Azevedo e Jailson. Deveria funcionar para eles como funcionou Fada Madrinha para as Paquitas.

A segunda faixa é: Conquistadores do Futuro, de Michael Sullivan e Paulo Massadas. Essa foi a única canção que os meninos gravaram em espanhol, com a qual se apresentaram no programa Show de Xuxa, gravado na Argentina.

A terceira faixa é: Como Eu Te Amei, de Marcello Azevedo, Marcelo Faria, Peter Frampton, e Zé Henrique. É uma versão de Baby, I Love Your Way, de Peter Frampton.

A quarta faixa é : Príncipe Encantado, de Zé Henrique.

E a quinta, encerrando o álbum, é: Tô Fora, de Luís Campos, Aécio Flávio, e Flávio Ricardo

O álbum vendeu aproximadamente 120 mil cópias, garantindo a certificação de disco de ouro. Foi considerado um sucesso, apesar do baixo número em relação a expectativa dos produtores. Os números não atingiram o esperado devido a crise financeira que assolava o país. Segundo Marcelo Faustini, em uma conversa, o álbum sairia já com mais de 400 mil cópias, no entanto, as lojas, com medo de ficarem com os produtos encalhados, começaram a cancelar os pedidos.

Essa crise afetou até a própria Xuxa que tinha vendido quase três milhões do disco 4º Xou da Xuxa no ano anterior, aliás, o disco já tinha saído com 2 milhões de cópias vendidas. E o álbum Xuxa 5, vendeu pouco mais de 1 milhão e 100 mil cópias. Quase 1 milhão e 150 mil, a metade do que vendeu o anterior. Foi por essa crise econômica que cancelaram o álbum do filme Lua de Cristal.

As músicas, Nova Onda, Paquidance, Muito Prazer, e Vem Dançar Rumba foram as mais executadas na TV e nas rádios. Como a lambada estava em alta, a música Vem Dançar Rumba pegou carona. Ninguém estava se importando se era rumba ou lambada, o que importava é que eles sempre agarravam as meninas mais próximas para dançar como se fosse lambada. Ah, e eles dançavam bem mal.

Eles chegaram a gravar a música Chá Com Porradas para a trilha sonora do filme Lua de Cristal. E mesmo com a saída de Alexandre Canhonhi, que foi substituído por Yuri Martins, a Xuxa anunciou o segundo álbum do grupo. Ela disse que eles estavam em estúdio e que todos estavam colocando voz nas músicas, mas em 1992, eles foram remanejados para o programa Show do Mallandro.

Até 1995, Claudio, Marcelo e Gigio, continuaram se apresentando na TV e fazendo shows pelo país. Segundo Marcelo, foi a fase em que eles mais ganharam dinheiro, porque tinham dois integrantes a menos e uma equipe bem reduzida, além de negociarem diretamente o cachê com os contratantes. A partir de 95, Claudio foi escalado para a Malhação que estreou naquele ano, e o grupo se desfez.

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