A primeira semana em Barcelona.

E lá se foi uma semana inteira e mais alguns dias em Barcelona.
Estou começando a aprender a usar os ônibus, trens e metrôs da cidade. Talvez outra pessoa já teria aprendido em menos tempo, o fato é que estou acostumado a caminhar e não dependo de um meio de transporte para fazer os trajetos que preciso. Exceto nos dias, ou horas, em que o tempo e a distância não estão a meu favor, embora eu tenha usado esse recurso mais para evitar um desgaste excessivo também. E me perder já virou rotina.

Em grande parte da cidade os edifícios não passam de 5 andares e são todos colados um ao lado do outro. Com detalhes distintos, é verdade, mas isso não ajuda muito, pois a princípio são apenas paredões que se estendem ao longo das ruas, com muitas informações para o cérebro processar logo no começo e como eu estava acostumado com um tipo de placa e sua localização para saber em que rua estava, agora tive que me acostumar com outro modelo e isso estressa até acostumar. Não lembro de ter um dia em que eu não tenha precisado apelar ao gps do smartphone, ou caminhado desnecessariamente algumas quadras a mais do que precisava até me localizar.

Por sorte, geograficamente Barcelona não é grande e tem dois detalhes que ajudam muito. O primeiro é a Avenida Diagonal que corta a cidade de um extremo ao outro, como o próprio nome diz, em diagonal, portanto, seguindo por ela eu consigo chegar até as duas ruas paralelas que passam ao lado de onde estou hospedado e o segundo é que a cidade toda tem uma leve inclinação em direção ao mar, então, percebendo isso fica fácil saber para que sentido das ruas eu devo caminhar para chegar em casa.

Surpreendeu-me positivamente a educação das pessoas. Apesar dos muitos turistas em todo lugar não vi nenhum habitante da cidade reclamando do que quer que seja, pelo contrário, são corteses e solidários. Outro dia um senhorzinho mudou a sua sacola de lugar para abrir espaço no banco da parada de ônibus, para eu sentar, e se despediu assim que meu o coletivo chegou. Com a mesma naturalidade uma senhorinha pediu para eu carregar a sua mala da calçada até dentro do ônibus porque tinha um probleminha no ombro e não podia fazer força, mas foi suave e muito confiante, como se eu não fosse um estranho.

Aliás, naturalidade é algo que Barcelona deveria exportar. Já comentei sobre isso no post anterior. As pessoas não se incomodam, não apontam, não cochicham sobre os casais gays que andam de mãos dadas ou abraçados nas ruas, sobre as mulheres que usam só a parte de baixo do biquini para tomar sol na praia, ou das pessoa que se despem, discretamente, na areia mesmo para colocar a roupa de banho, e nem de algum homem que esteja usando uma tanga tapa sexo durante um jogo de voley na praia em uma tarde de sábado. Esse comportamento, esse respeito, é mais bonito e vale mais a pena do que qualquer monumento ou outra característica que a cidade possua.

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