Pare de chamar Curitiba de República.

Decepciono-me com muita gente que julgo inteligente, mas que repetem continuamente frases prontas e afirmações vergonhosas sem que façam o mínimo esforço para entender o sentido das mesmas.

Refiro-me a república de Curitiba.

Essa foi uma frase de Lula ao tecer sua crítica sobre a postura de Sergio Moro. O juiz que passou por cima das leis, que jogou baixo e que transformou uma investigação em um show midiático para se blindar com o apoio dos extremistas de direita. Como se a cidade de Curitiba tivesse se tornado a república de Moro, já que ele se sentia acima da constituição brasileira.

Pois bem, quando os admiradores do juiz repetem a frase de Lula afirmam o que há de pior na extrema direita, o separatismo. Da mesma forma que os sulistas se sentem melhores do que os nordestinos, os republicanos de Curitiba se sentem como o suprassumo da nata brasileira. E não, não é bem assim.

Eu vivi durante 10 anos nessa cidade, amei, mas não me sentia a parte do resto do país. Pelo contrário, sinto-me envergonhado quando ouço/leio essa referência à capital do Paraná. Então, aqui vai o meu conselho.

Amigo, trabalhe um pouco mais a empatia, coloque-se no lugar dos outros milhões de habitantes que vivem fora de Curitiba. Isso não soa legal e nem é engraçado, eu testemunhei isso vendo a cara de nada das pessoas que estavam na plateia, diante de uma apresentação em que o palestrante deu as boas vindas aos ouvintes à República de Curitiba. Se alguém riu, foram apenas os que ja residiam lá.

O que talvez você não tenha percebido é que essa operação da Polícia Federal, repare que eu escrevi Federal, é uma ação Nacional, isso quer dizer que é de todo o Brasil e que por acaso tem como sede de investigação a cidade de Curitiba. Poderia ser em qualquer outro lugar.

Empatia, certo?
Menos orgulho e mais empatia, por favor.

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