Meus primeiros dias na Espanha.

Em outubro de 2016 iniciei um processo de amadurecimento a respeito de uma experiência na Europa. Inicialmente a ideia era que eu ficasse em Portugal, mas as negociações com os diretores das escolas de lá não me resultaram em um final feliz. Sou formado no DeRose Method, no Brasil, e esse trabalho tem se estendido para vários países, eu tinha, então, a opção de Porto, embora qualquer sede ao redor me caísse bem, mas no final das contas consegui êxito com o diretor da escola de Barcelona, que, aliás, é brasileiro, e isso ajudou bastante nos diálogos que mantivemos ao longo dos meses.

Depois de tudo resolvido, comprei as passagens e no dia 22 de agosto tomei um avião em São José dos Pinhais, região metropolitana de Curitiba, com destino ao Rio de Janeiro, de onde embarquei rumo a Madri, sem escalas, onde cheguei no dia 23 e passei um dia. Pude conhecer rapidamente algumas ruas ao redor do hostel que me hospedei antes de embarcar em um ônibus tendo Barcelona como destino. Optei por esse meio de transporte porque era mais barato que o trem, ao menos nas horas que eu queria viajar, e porque queria conhecer a paisagem do país.

Não gosto de despedidas, mas tive várias e a pior foi com a minha mãe que não se conteve e deixou rolar as lágrimas. Aliás, ela em especial e a minha família sempre foi a minha maior preocupação nessa decisão, por isso não poupei fotos e informações de cada etapa do trajeto. E também porque eu queria mesmo compartilhar com as pessoas que amo tudo o que estava vivendo, seria perfeito se todos tivessem me acompanhado.

Não tive problema nenhum nos embarques e desembarques, tudo saiu conforme o planejado. Melhor até. Meu maior medo era que algo impedisse minha entrada na Espanha, pois ouvi, pelo menos de duas pessoas, que o país é um dos mais difíceis no filtro da imigração e como minha permanência é o tempo máximo permitido para um turista, pensei que fossem conferir tudo o que o consulado informa como necessário e checar a veracidade dos documentos, principalmente o alojamento, pois não reservei hotel já que tinha em mãos uma carta convite de um amigo que prontamente cedeu sua casa para me hospedar. Somado a isso, deduzi que o filtro seria mais rígido depois do atentado de Barcelona, mas, para minha grata surpresa não pediram absolutamente nada, foram duas perguntas apenas: Donde vás, e, turismo?

Já fiz algumas viagens, mas sempre há coisas novas para se aprender, dessa vez a lição assimilada ficou a cargo da mala e do transfer.
Ao sair do aeroporto de Madrid, esperei mais do que o planejado para embarcar no transfer que tinha reservado por falta de intimidade com esse tipo de transporte. Em um país diferente dependi muito da internet e só consegui via wifi, que por sorte encontrei com facilidade em vários pontos que usei, então a comunicação com a agência ficou meio lenta, via e-mail, mas fui prontamente atendido e muito bem tratado, inclusive pelo motorista que me levou para o hostel, que quase o pedi em casamento, hahaha.
Depois, devido o peso e o volume da mala não quis pegar metrô para ir até a estação onde pegaria o ônibus para Barcelona, mas o aplicativo do Uber não aceitou meu cartão, o tempo foi passando rapidamente, tive então que correr para a rua em busca de um táxi. Nisso uma rodinha da mala se quebrou, um táxi disponível demorou aparecer e até lá a outra rodinha da mala se soltou.
Ou seja, cheguei na estação arrastando a mala que dobrou de peso e exatamente na hora em que o ônibus saiu. Consegui trocar o bilhete para o próximo embarque e tive que esperar mais duas horas.
Cheguei em Barcelona à noite, tomei banho e dormi. Acordei no dia seguinte com dores nos braços de tanto puxar aquela mala sem roda, ainda bem que a alça ficou intacta. Sai com um aluno da escola do DeRose Method Barcelona que prontamente me mostrou alguns pontos da cidade e me deu um mapa de presente, fiz fotos e gravei vídeos para enviar à família e amigos, e a noite já não lembrava mais quando tinha chegado (a respeito disso vale a pena ler o texto "A Mente Apaga Registros Duplicados").

Até o momento que escrevi esse texto a minha impressão sobre Barcelona é ótima. Cheguei em pleno verão e as pessoas estão desfilando pelas ruas com roupas curtas, sensuais e muito a vontade. Não tenho percebido assédios masculinos para as mulheres que se vestem de forma que não passariam desapercebidas no Brasil, ao menos em Curitiba. Da mesma forma, a bermuda dos rapazes é bem mais curta do que costumamos usar em nosso país e ninguém é taxado de gay por isso, e os gays desfilam livremente de mãos dadas sem que ninguém se incomode com eles. Aliás, roupa não é problema, pois as praias que são bem próximas dos centros urbanos permitem nudez.
Enfim, estando aqui fica bastante claro entender porque a Cataluñia é um dos roteiros prediletos dos turistas de boa cabeça.

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