A desvalorização das novas oportunidades.

Ainda não tenho uma opinião formada, uma certeza para levantar bandeira do lado que devo me posicionar em relação a reforma trabalhista, para as mudanças nos direitos dos trabalhadores. Tenho escutado pessoas defendendo essas reformas, assim como tenho acompanhado posts emocionalizados de quem não quer qualquer alteração.
Alguns querem sair do país justificando que por aqui as coisas só pioram, enquanto que outros comparam o novo sistema com o dos países da Europa, por exemplo. E sim, nesse aspecto, sair do Brasil porque o governo quer mexer nos direitos trabalhistas não faz sentido, porque no exterior (em vários países, se não todos) as coisas funcionam da forma que esses que querem fugir não aceitam aqui. E ainda, o fato de ser um imigrante piora a situação, pois muitos brasileiros no exterior se submetem a cargos inferiores ao nível que possuem aqui e ainda ganham menos dos que os nativos do país em que está, além de não ter previdência, seguro social e tudo mais o que temos aqui.

Lembrei disso agora, embora a razão de escrever esse post seja outro.
Tenho escutado de algumas pessoas e lido notícias na internet de pessoas que devido a dificuldade de manter o seu cargo, seja modelo, ator, ou qualquer outra profissão, têm investido como motorista da Uber. E isso soa como algo negativo.
Tal como a premonição: Fulano daqui a pouco vai ser motorista da Uber.
Isso soa como algo negativo, inferior. E digo, não é.
Estamos passando por uma crise (odeio essa afirmação), e o serviço da empresa Uber é uma das formas que está dando possibilidade de pessoas tirarem o seu sustento de forma digna. E mais, de pessoas empreendedoras se tornarem donas do seu nariz.

A cultura de empregado ainda é muito forte em nosso país, temos um forte incentivo para trabalhar para outrem e fazer provas para concursos, para ser remunerado eternamente sem riscos de ser mandado embora.
Na contramão, não há nem um incentivo para que nos tornemos individuais, donos do próprio negócio e livres para tirarmos férias quando quisermos ou escolhermos o quanto queremos ganhar. É claro que para ganhar mais, sendo independente, inclui mais horas de trabalho, talvez por isso o estímulo do emprego fixo continue forte, já que a realização da maioria das pessoas seja adquirir bens a prestação e ter horas de sobra para aproveitar suas compras.
A vida é mais do que isso.

Pense nisso, e olhe com outros olhos as oportunidades que o mundo atual está te oferecendo. Seja Uber, Diarista, Vendedor de cocada... Sempre haverá alguém disposto para pagar por estes serviços, e os mais espertos e visionários se beneficiarão. Não necessariamente os mais necessitados.

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